Quando Simon Reynolds recorreu pela primeira vez ao termo post-rock procurava definir algo que, usando as ferramentas do velho rock'n'roll, obtinha resultados difíceis de catalogar como tal. Na ocasião, o jornalista musical inglês fazia a resenha do primeiro álbum dos Bark Psychosis, mas tinha também em mente as aventuras recentes dos Stereolab e dos High Llamas, na altura em inícios de carreira. No domínio público, o termo haveria de tomar um sentido diverso e bem menos abrangente do que a intenção inicial de Reynolds, ficando confinado aos registos instrumentais que começaram a surgir amiúde em meados da década passada, e representados por três entidades distintas: os vanguardistas de Chicago (com os Tortoise à cabeça), os escoceses Mogwai, e os canadianos Godspeed You Black Emperor! (GYBE!). De então para cá, a fórmula destes dois últimos foi explorada ad nauseum, criando um certo esgotamento da mesma.
Talvez ciente desse facto, em inícios da presente década e em paralelo aos GYBE!, Efrim Menuck apresentou ao mundo os A Silver Mt. Zion (e as diferentes variações subsequentes do nome), os quais traziam a novidade da voz. Com o final (não oficializado) dos GYBE!, esta passaria a ser a ocupação a tempo inteiro do mentor do extenso colectivo quebequiano.
Desde já confesso que nunca dispensei muita atenção aos A Silver Mt. Zion, já que, quando surgiram, estava de certa forma desligado destas sonoridades. Depois do concerto de quinta-feira, como se pode aferir de seguida, chego à conclusão que não tenho andado a perder grande coisa.
Ao longo de quase duas horas, Menuck e os restantes quatro músicos que o acompanham, apresentaram meia dúzia de temas longos e indistintos, com fortes marcas de algumas sonoridades setentistas (do southern rock mais pesadão aos Pink Floyd). A fórmula é simples e invariável em cada tema: após o início calmo, com os violinos e o contrabaixo a facilitarem a criação da atmosfera, irrompem os riffs distorcidos da guitarra. Tudo isto é acompanhado pelos lamentos monocórdicos de Menuck que, decididamente, não nasceu para cantar, e os choradinhos esporádicos das duas meninas dos violinos. Recorrendo a um interessante jogo de vozes, e fazendo uso do poder hipnótico da repetição, "1,000,000 Died to Make This Sound" é o único momento verdadeiramente empolgante.
Já que em termos estritamente musicais o serão não trouxe grandes revelações, valha-nos o refinado sentido de humor de Efrim Menuck, como que a afastar a imagem criada em seu redor, em muito derivada das aves necrófagas nas capas dos discos, ou das histórias constantes de destruição e morte, de enforcados e pregadores loucos. Ainda assim, esta faceta humorística não se revelou totalmente eficaz, já que não evitou algumas tiradas menos felizes vindas da assistência.
Talvez ciente desse facto, em inícios da presente década e em paralelo aos GYBE!, Efrim Menuck apresentou ao mundo os A Silver Mt. Zion (e as diferentes variações subsequentes do nome), os quais traziam a novidade da voz. Com o final (não oficializado) dos GYBE!, esta passaria a ser a ocupação a tempo inteiro do mentor do extenso colectivo quebequiano.
Desde já confesso que nunca dispensei muita atenção aos A Silver Mt. Zion, já que, quando surgiram, estava de certa forma desligado destas sonoridades. Depois do concerto de quinta-feira, como se pode aferir de seguida, chego à conclusão que não tenho andado a perder grande coisa.
Ao longo de quase duas horas, Menuck e os restantes quatro músicos que o acompanham, apresentaram meia dúzia de temas longos e indistintos, com fortes marcas de algumas sonoridades setentistas (do southern rock mais pesadão aos Pink Floyd). A fórmula é simples e invariável em cada tema: após o início calmo, com os violinos e o contrabaixo a facilitarem a criação da atmosfera, irrompem os riffs distorcidos da guitarra. Tudo isto é acompanhado pelos lamentos monocórdicos de Menuck que, decididamente, não nasceu para cantar, e os choradinhos esporádicos das duas meninas dos violinos. Recorrendo a um interessante jogo de vozes, e fazendo uso do poder hipnótico da repetição, "1,000,000 Died to Make This Sound" é o único momento verdadeiramente empolgante.
Já que em termos estritamente musicais o serão não trouxe grandes revelações, valha-nos o refinado sentido de humor de Efrim Menuck, como que a afastar a imagem criada em seu redor, em muito derivada das aves necrófagas nas capas dos discos, ou das histórias constantes de destruição e morte, de enforcados e pregadores loucos. Ainda assim, esta faceta humorística não se revelou totalmente eficaz, já que não evitou algumas tiradas menos felizes vindas da assistência.
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