"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Good cover versions #26













GALAXIE 500 "Listen, The Snow Is Falling" [Rough Trade, 1990]
[Original: Yoko Ono (1972)]

Tantas vezes alvo de críticas injustificadas, Yoko Ono é dona de uma carreira que, se nem sempre meritória, prima por uma originalidade singular. Rumores nunca confirmados atribuem-lhe, inclusive, algumas das ideias desenvolvidas na fase mais criativa dos Beatles. Quando opera desvios ao experimentalismo mais radical, Yoko é capaz de rasgos de uma beleza peculiar, como é o caso de "Listen, The Snow Is Falling", uma quase canção de embalar corrompida por ruídos acidentais. Na versão incluída no derradeiro álbum dos Galaxie 500, alargada até aos oito minutos de um hipnotismo espectral, é subtraído qualquer traço de experimentação. Ecoando sobre a tela de reverberação idealizada pelo produtor Kramer, a voz de Naomi Yang tem a melhor prestação de toda a - curta mas valorosa - obra do trio de Boston. O efeito de beleza glaciar criado é, salvas as devidas distâncias, digno de uma Nico. No segmento instrumental da segunda parte do tema, os dois restantes elementos dão uma prova evidente da auto-confiança ausente nos primeiros registos dos Galaxie 500, com Dean Wareham, destemido, a aventurar-se com um quase solo, e Damon Krukowski a marcar o ritmo lento com batidas em cascata.
Carreguem no play, fechem os olhos, e sintam a chegada do Inverno com três meses de antecedência:

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Escrito nas estrelas



















THE PAINS OF BEING PURE AT HEART
Higher Than The Stars EP
[Slumberland, 2009]

Autores de um dos discos mais badalados do corrente ano, os nova-iorquinos Pains of Being Pure at Heart dão sinais de actividade com a recente edição de um EP de cinco temas, o segundo registo neste formato na ainda curta carreira. Como esperado, e não obstante algumas novidades estéticas, Higher Than The Stars continua de olhar fixo no passado. São canções derivativas, é certo, porém, denunciadoras de uma destreza única na criação de melodias que alimentam os sonhos dos eternos adolescentes. Nas texturas dos teclados e nos rendilhados das guitarras, o tema-título lembra os The Cure em modo pop. "103" é punk-pop com a estridência contida dos escoceses Shop Assistants, provavelmente a referência mais óbvia do quarteto. Em "Falling Over" os teclados voltam a ser chamados à linha da frente, originando uma inflexão new wave algo inesperada. Já "Twins" é power-pop tal como professado pelos Teenage Fanclub. Para o final fica guardada a jóia da coroa: uma elegante remistura do tema-título a cargo dos Saint Etienne, em tudo reminiscente da pop dançante em que notabilizou este trio inglês há quase vinte anos.

http://www.myspace.com/thepainsofbeingpureatheart

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Há um novo universo por explorar















Ainda White Light Strobing ressoa nos tímpanos, e os Desolation Wilderness têm um novo álbum no mercado. Se aquele procurava essencialmente compor paisagens (desoladas, obviamente), o novo New Universe, gravado nos intervalos de uma intensíssima agenda de concertos, denota um maior investimento no formato canção. Apesar de as melodias serem agora mais intricadas, a memória continua a remeternos para o lento crepitar dos magníficos Galaxie 500. Nas letras, Nicolaas Zwart patenteia a veia sonhadora de alguém que procura viver a vida ao máximo, desde logo evidente nos títulos das canções: "Moon Dreams", "Venice Beach", "Restless Heart", ou "San Francisco 2 AM" . O travo vintage faz com que, ao longo da audição de New Universe, a imaginação vagueia livremente pelas noites de Verão passadas ao relento nos loucos anos de 1950.

http://www.myspace.com/desolationwilderness

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Em escuta #44







YO LA TENGO Popular Songs [Matador, 2009]

Um quarto século de história, doze álbuns, e os YLT ainda conseguem surpreender, mesmo tendo em consideração que Popular Songs não assinala um desvio à faceta estelar dos registos mais recentes. Porém, fá-lo com a luminosidade e a graciosidade que não encontrávamos, por exemplo, no sombrio e meditativo And The Nothing Turned Itself Inside-Out (2000), até agora último registo marcante da carreira do trio de Hoboken. As contaminações soul e funk alastram por todo o disco na directa proporção do recurso aos teclados retro e às vozes sussurradas. Para satisfação dos saudosistas mais ortodoxos, não faltam números de distorção ao serviço da causa pop, de que são bons exemplos "Nothing To Hide" e "More Stars Than There Are In Heaven", este último o primeiro de três (!) épicos em combustão lenta que encerram o disco. Vão bem de amores estes três e, pelos vistos, dispostos a partilhar desse estado de felicidade. Um disco imenso até na duração - 73 minutos que passam num ápice. [9]


WILD BEASTS Two Dancers [Domino, 2009]

Quero-vos confessar que a minha reacção ao anterior disco dos Wild Beasts - o primeiro - foi de uma clara repulsa, não só pelo omnipresente falsetto da voz, mas sobretudo por uma certa propensão para a pop barroca da qual já vou ficando farto. Em Two Dancers o caso muda significativamente de figura. Isto, desde logo, porque o rapaz cujos dotes vocais foram abençoados pela Mãe Natureza - Hayden Thorpe, de sua graça - opta por um registo sobejamente contido, algures entre um Jimmy Sommerville e um Billy Mackenzie. Quando o moço se excede, como em "All The King's Men", surge o tom grave do baixista Tom Flemming (que assumiu maior protagonismo neste novo disco) a serenar os ânimos. A teatralidade do passado surge igualmente diminuída em desfavor de um crescente apuro pop, salvas as devidas distâncias, reminiscente da elegância e da sensibilidade reconhecidas nos clássicos The Smiths e Suede. [7,5]


THE xx XX [Young Turks, 2009]

Goste-se ou não, tem de se concordar que o jovem quarteto The xx veio dar um safanão no marasmo em que mergulhou a produção musical britânica dos últimos 4/5 anos. Por preguiça intelectual podem estabelecer-se comparações entre esta proposta deveras original e a simplicidade de processos do único disco dos Young Marble Giants. A receita dos The xx é, por sinal, sobejamente contemporânea. Partindo de batidas do mais moderno R'n'B devidamente desaceleradas, criam onze temas que transpiram sensualidade. As vozes são duas: a dela murmurante, a dele de tempero soul. Tudo isto é filtrado através de um vidro baço, o que confere uma certa aura de mistério. O badalado tema "Crystalised" soa ao hipotético cruzamento de Missy Elliott com os Portishead, o que me leva a avançar com um novo rótulo - trip-R'n'B. A ver se pega... [8]


THE ANTLERS Hospice [Frenchkiss, 2009]

Hospice foi concebido durante um período de auto-reclusão de Peter Silberman, mentor deste trio de Brooklyn. A voz, habitualmente em falsetto, traça uma narrativa (com um prelúdio e um epílogo) na qual a dor se adensa à medida que a pessoa amada vai sendo consumida pela doença (leucemia, presume-se). E os paralelismos com a obra que revelou Bon Iver ficam-se por aqui, pois os Antlers não se ficam pelo recato folksy deste, deixando bastas vezes que as canções rebentem em picos de expressividade dorida. Por outro lado, há uma certa tendência para deixar prolongar os temas para desvarios instrumentais, nos quais a distorção, trompetes em desalinho, e alguns ruídos incidentais conferem uma certa dose de experimentação. Sufocante, mas de um intimismo tocante, Hospice ameaça tornar-se objecto de um pequeno culto que perdurará no tempo. Se quisermos compartimentá-lo, podemos acrecentar que vem traçar novos trilhos para o denominado sadcore. [8,5]


BLANK DOGS Under And Under [In the Red, 2009]

Blank Dogs é o projecto de um homem só, no caso um misterioso músico não identificado que opera a partir de Brooklyn. É também mais um nome a acrescentar ao cada vez mais extenso rol de instigadores lo-fi que o underground norte-americano tem produzido nos últimos tempos. Não sendo uma proposta plenamente conseguida, não podemos negar a Under And Under a sua dose de originalidade: parte de uma matriz surf rock a que são sobrepostos muros de distorção, electrónica rudimentar, e ruídos avulsos que tanto podem provir de velhos cartoons, como de filmes de terror série B. Tangencialmente toca sonoridades tão díspares como o shoegazing e a cold wave. Sob a nuvem cacofónica, temas como "Open Shut" deixam entrever uma melodia pop, quais Mary Chain fechados no quarto dos fundos. Já "L Machine" e "Setting Fire To Your House" caracterizam-se por um frieza robótica. Este último é prenúncio de uma amoralidade doentia que percorre todo o disco. Pena é que, aos ouvidos menos treinados, a ruideira não permita descobrir diferenças significativas nos restantes temas. [7]

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Little trouble girls















A vida de Christopher Owens dava um filme de Alejandro González Iñarritu... Criado na comunidade Children of God, uma das mais controversas seitas apocalíticas dos Estados Unidos, desde muito cedo recorreu ao uso das mais variadas substâncias dopantes. Presentemente, admite o consumo abusivo de analgésicos. Para compor o quadro negro, o relacionamento amoroso com uma companheira de banda terminou com acrimónia. Como é óbvio, o desarranjo que lhe vai na mente tem reflexo na obra dos Girls, o projecto que partilha com Chet 'JR' White. À superfície, a música criada pela dupla evidencia a devoção, em igual medida, pela pop imperfeita dos Guided by Voices e pelo space rock dos Spiritualized. Penetrando nas camadas internas, detectam-se vestígios da pop West Coast dos Byrds, surf rock, twee pop, e até da pompa glam rock, tudo servido numa amálgama positivamente esquizofrénica. O primeiro longa-duração, singelamente intitulado Album, chega amanhã às lojas norte-americanas numa joint venture da diminuta True Panther Sounds com a "consagrada" Matador Records. O Velho Continente terá de esperar pela próxima semana. Até lá, o mais sério candidato a ovni do ano pode ser escutado na íntegra aqui.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Perfect Sound Forever!















Para ser franco, eu tinha uma forte crença de que a coisa estivesse iminente. Eram vários os sinais que alimentavam a esperança: os vinte anos da Matador, os dez anos da separação, a reconciliação de Stephen Malkmus e Scott "Spiral Stairs" Kannberg... Só agora, dois dias volvidos desde os primeiros detalhes da boa nova, posso afirmar com as letras todas: OS PAVEMENT REGRESSAM AOS PALCOS EM 2010! Só agora porque, finalmente, sabe-se que a reunião, inicialmente anunciada como uma aparição isolada no Central Park de Nova Iorque, promete correr o mundo. Recordemo-los, em estéreo:


"Stereo" [Matador, 1997]

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Your name isn't Rio, but I don't care for sand















Não resisto a partilhar com o meu vasto auditório uma breve resenha à mais recente reedição de Rio (1982) - é assim a cada dois anos -, segundo álbum dos estilosos Duran Duran. A autoria é de David Stubbs, editor da Wire e colaborador da Uncut (revista onde a dita foi publicada), jornalista conhecido pelo seu estilo cáustico. Para os mais jovens, refira-se que os Duran Duran foram, na alvorada de oitentas, a mais bem sucedida banda - sobretudo junto do público feminino - desenhada por hairdressers e fashion designers. Ou, trocado em miúdos, os progenitores dos Killers...

"In the same year that ABC, Scritti and the Associates were taking pop where it hadn't been before, Duran were hogging the lion's share of records sales with their travel brochure/cocktail menu pop fantasies. Measure the difference between Roxy's allusion to Rio in "Virginia Plain" and the tittle track here - it's as depressive as Thatcherism. "Save A Prayer" cries out for redemption but is sonic thousand island dressing, while "Hungry Like The Wolf" epitomises Duran's misplaced aspiration. Ultimately, some pop dreams are about transcence, others about yachts."

Na mouche, David!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Imagens de arquivo















Foto: Hilary Harris

As primeiras movimentações de Mat Brooke na cena indie rock de tempero folk de Seattle remontam a meados da década passada. Primeiro, militou nos semi-obscuros Carissa's Wierd, depois foi uma das metades fundadoras dos algo sobre-valorizados Band of Horses, projecto que abandonou para se dedicar a tempo inteiro aos Grand Archives. Sem efectuar um corte definitivo com o passado, nesta nova aventura, Brooke afasta-se substancialmente da grandiloquência épica surripiada aos My Morning Jacket da anterior banda, revelando maior contenção e reserva. A proposta dos Grand Archives tem o intimismo confessional próprio de um Elliott Smith ou até de um Bon Iver. Keep In Mind Frankestein, o segundo longa-duração a editar brevemente com selo da Sub Pop, poderá ser banda sonora apropriada para o Outono que se aproxima.

http://www.myspace.com/grandarchives

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

10 anos é muito tempo #16



















DEATH IN VEGAS
The Contino Sessions
[Concrete, 1999]

Inicialmente e erroneamente arrumados na categoria do big beat, variante dançante que assolou o Reino Unido na segunda metade da década passada, os Death in Vegas desenvolveram ao segundo registo uma linguagem própria que desfez quaisquer equívocos. Em The Contino Sessions, quais Cabaret Voltaire de fim de milénio, Richard Fearless e Tim Holmes dirigem um ensemble de músicos e vozes convidadas para criar uma obra onde os ambientes densos e sufocados revelam uma notória atracção pelo lado mais negro da mente.
Se os temas instrumentais por si só criam uma espécie de minimalismo psicadélico gerador de calafrios, é na força das vozes e das palavras que o negrume se adensa. Logo a abrir, em "Dirge", a escocesa Dot Allison limite-se a soltar la-la-las esporádicos sobre uma muralha de guitarras elípticas. Apesar da simplicidade de processos, o efeito produzido aproxima-se do encanto trágico de uma Medusa. Sobre batidas arrastadas e narcóticas, um pouco à semelhança do trabalho anteriormente desenvolvido pelos seus Primal Scream, Bobby Gillespie discorre, qual insano, sobre estados alterados. Em "Aisha", um Iggy Pop em discurso directo assume o papel do psicopata que persegue a próxima vítima. A cavalgada das guitarras em despique com o Hammond e a explícita violência das palavras são o bastante para provocar um nó na garganta. Em "Aladdin's Story" o London Community Gospel Choir remete-nos para a redenção típica dos Spiritualized, com quem de resto já havia colaborado. Sobre distorções arrastadas, em "Broken Little Sister", um ocioso Jim Reid mostra-nos a face de uns Mary Chain próximos da letargia.
Três anos depois, em Scorpio Rising (referência directa ao filme homónimo de Kenneth Anger), com colaborações de Nicola Kuperus (Adult.), Hope Sandoval, Paul Weller, Noel Gallagher, e a reicidente Dot Allison , os Death in Vegas tentaram reproduzir a fórmula. Porém, a ausência de novidade e uma menor coesão entre temas, fazem deste um disco consideravelmente inferior ao antecessor.


"Dirge"


"Soul Auctioneer"


"Aisha"

domingo, 13 de setembro de 2009

For all the fucked up children of the world #9


The Walkmen "We've Been Had" [Star Time, 2001]

"We've been had, you say it's over
Sometimes I'm just happy I'm older
We've been had I know it's over
Somehow it got eassy to laugh out loud"

Good cover versions #25











THE BREEDERS "Happiness Is A Warm Gun" [4AD, 1990]
[Original: The Beatles (1968)]

Dado o estatuto dos fab four, pegar num tema sua autoria e reinterpretá-lo é sempre uma manobra arriscada. A mais, quando o tema em questão é "Happiness Is Warm Gun", uma das canções mais arrojadas e complexas dos Beatles, uma espécie de antepassado de "Paranoid Android" com cinco segmentos distintos nos menos de três minutos de duração.
Destemidas, as Breeders - então um projecto de Kim Deal e Tanya Donelly em paralelo com os Pixies e Throwing Muses, respectivamente - fazem de "Happiness... " um excelente exemplar de indie rock angular. Com o protagonismo de cada instrumento a ser repartido pelas diferentes seccções da canção, ao bom estilo de Steve Albini, responsável pelas "produção", respeitam de certa forma a estrutura do original. A típica voz de gata com cio de Kim Deal realça um certo pendor sexual implícito nas palavras, apenas uma das múltiplas interpretações a que se propicia uma das mais ambíguas letras de John Lennon.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Golden apples of the sun

















Fundado em inícios da década passada, o colectivo Elephant 6 reuniu um conjunto de músicos apostados em resgatar a música popular das formatações impostas pelos critérios mercantilistas. Baseado no princípio da liberdade criativa, serviu de trampolim a projectos tão peculiares como Neutral Milk Hotel, The Olivia Tremor Control, ou The Apples in Stereo. Se os dois primeiros gozam hoje de um culto significativo, não deixa de criar alguma estranheza que os últimos nunca tenham sido levados muito sério, para não dizer quase ignorados. Tanto mais que o mentor Robert Schneider é não só o principal ideólogo do Elephant 6, como um dos mais dotados artífices POP - assim mesmo, com maiúsculas - da última década e meia. Para remediar tamanha injustiça, a Yep Roc acaba de lançar uma compilação retrospectiva de toda a carreira da banda, a qual constitui uma excelente introdução ao universo dos Apples in Stereo. Ironicamente intitulada #1 Hits Explosion, a colectânea reúne uma série de temas que celebram a idade de ouro da POP, i.e., a segunda metade da década de 1960, período do auge criativo dos Beatles e dos Beach Boys, mas também dos Zombies e das primeiras gravações dos Pink Floyd. Partindo destas referências, mas sem cair no mero copismo, Robert Schneider tem já um conjunto considerável de gemas no currículo. Ora oiçam:










segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Dia D (D de Discos)

No calendário do melómano esclarecido, o dia de hoje deve estar marcado com um círculo a marcador de cor viva. Porquê? São cinco os motivos - cinco discos que hoje aterraram nas prateleiras das melhores lojas. É a rentrée em todo o seu esplendor...


YO LA TENGO
Popular Songs
[Matador]

  1. Here To Fall
  2. Avalon Or Someone Very Similar
  3. By Two's
  4. Nothing To Hide
  5. Periodically Double Or Triple
  6. If It's True
  7. I'm On My Way
  8. When It's Dark
  9. All Your Secrets
  10. More Stars Than There Are In Heaven
  11. The Fireside
  12. And The Glitter Is Gone
http://www.myspace.com/yolatengo


THE CLEAN
Mister Pop
[Merge]

  1. Loog
  2. Are You Really On Drugs?
  3. In The Dream Life U Need A Rubber Soul
  4. Asleep In The Tunnel
  5. Back In The Day
  6. Moon Jumper
  7. Factory Man
  8. Simple Fix
  9. Tensile
  10. All Those Notes
http://www.myspace.com/theclean


VIVIAN GIRLS
Everything Goes Wrong
[In The Red]

  1. Walking Alone At Night
  2. I Have No Fun
  3. Can't Get Over You
  4. The Desert
  5. Tension
  6. Survival
  7. The End
  8. When I'm Gone
  9. Out For The Sun
  10. I'm Not Asleep
  11. Double Vision
  12. You're My Guy
  13. Before I Start To Cry
http://www.myspace.com/viviangirlsnyc


JIM O'ROURKE
The Visitor
[Drag City]

  1. The Visitor

POLVO
In Prism
[Merge]

  1. Right The Relation
  2. D.C. Trails
  3. Beggar's Bowl
  4. City Birds
  5. Lucia
  6. Dream Residue/Work
  7. The Pedlar
  8. A Link In The Chain
http://www.myspace.com/polvotheband


domingo, 6 de setembro de 2009

To fix the gash in your head
















Há coisa de dois anos surgiram descritos como "a banda mais ruidosa de Nova Iorque". Fazendo jus a tal epíteto, um primeiro álbum homónimo - um disco assombrado e assombroso -, caracterizava-se pela barreira intransponível de ruído e distorção, algures na confluência do shoegazing e da música industrial. No próximo dia 5 de Outubro, os A Place To Bury Strangers regressam aos discos com um novo álbum, agora com selo da Mute Records. Conforme mais ou menos esperado, e a fazer fé em relatos avulsos encontrados na "rede", Exploding Head mantém intacto o poder de devastação do seu antecessor. Com duas semanas de antecedência, chega às lojas o single In Your Heart. Este mesmo tema soa a algo que pode ser descrito como os Joy Division em tratamento de electro-choques (não, não é uma tentativa de humor negro). Confiram com o volume no máximo, s.f.f..

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Uns certos senhores da pop















Se fosse 1 de Abril diria que era mentira... Mas estamos em Setembro e não me restam alternativas que não sejam acreditar e rejubilar com a boa nova: a lenda neo-zelandesa denominada The Clean está de volta aos discos, após oito longos anos de silêncio. O novo trabalho intitula-se Mister Pop, sai já na próxima semana numa edição conjunta Arch Hill / Merge Records, e foi gravado pela formação clássica da banda, i.e., os irmãos David e Hamish Kilgour, e Robert Scott (este acumula com os igualmente activos The Bats).
Para os mais desatentos, gostaria de referir que os The Clean foram pioneiros do chamado Dunedin Sound, exportado nos idos de oitenta do século passado pela mítica Flying Nun da Nova Zelândia para o mundo. Tal como a esmagadora dos seus pares (The Chills, The Verlaines, Tall Dwarfs, os citados The Bats, Bailter Space, entre tantos outros), chegaram a uma escassa minoria de privilegiados, deixando contudo marcas indeléveis nos poucos que os ouviram. Que o digam os Yo La Tengo, os Pavement, os Guided by Voices, e outros estetas da "filosofia" lo-fi!...
À falta de temas novos para divulgação, proponho a recordação de uma das muitas pérolas com que contam no currículo:


"Beatnik" [Flying Nun, 1982]

Singles Bar #35



















SPEAR OF DESTINY
Never Take Me Alive [10 Records, 1987]

"I'm leaving on a fast train
Don't ask me when I'm coming back again
I reckon it's only a matter of time
Before the law kick in the door
Mother, I'm running out of change,
but I had to phone to let you know
They'll never take me alive
They'll never take me alive"


Em mais de trinta anos que leva de carreira, Kirk Brandon teve o seu momento de maior visibilidade mediática aquando do feudo judicial que o opôs a Boy George, isto depois deste último ter feito referência na sua auto-biografia a um envolvimento amoroso entre ambos. Muito pouco para alguém que - passe a subjectividade da importância desta afirmação - foi uma das principais figuras da primeira vaga do chamado rock gótico, primeiro nos Theatre of Hate, depois com os Spear of Destiny. Relativamente afastados do "género" proscrito, estes últimos piscavam o olho - sem grande sucesso, refira-se - aos mercados da América do Norte com o seu rock grandiloquente e quase merecedor do prefixo hard. Contudo, deles, vá-se lá saber por quê, guardo boas memórias de um tema que não foge grandemente a estas premissas. "Never Take Me Alive" é uma canção épica e assombrada, na qual Brandon veste a pele - em sentido figurado, presume-se - de um foragido da lei, uma espécie de cowboy dos nossos tempos. Padece, obviamente, dos excessos de produção próprios daquela época.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Velhos feitiços















Foto: Simon Cardoza

Gostava de vos falar hoje de The Happy Hollows, um trio de Los Angeles apostado em recuperar a força das guitarras espasmódicas que marcaram o início da década passada. Sarah Negahdari, a vocalista, parece ser fruto de um cruzamento genético de Polly Jean Harvey com Kim Deal, com dominância desta última. O facto de não terem qualquer contrato discográfico não os impede de, em inícios do próximo mês, lançarem Spells, o primeiro longa-duração. Uma boa parte pode já ser escutada aqui.