"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

We're on vacation

Nas próximas semanas, este estabelecimento estará encerrado para descanso do pessoal. A todos os sócios e simpatizantes, a gerência deseja umas excelentes férias ou um bom regresso à labuta, consoante aplicável. Até ao meu regresso, em inícios de Setembro, façam tudo por ter um Verão Construtivo!

The Hold Steady "Constructive Summer" [Live @ Don't Look Down, NYC]
© 2008 Pitchfork Media Inc.

Going blank again #30

A SUNNY DAY IN GLASGOW

Origem: Filadélfia, Pensilvânia (US)
Período de actividade: 2001-
Influências: My Bloody Velentine, Cocteau Twins, Lush, Cranes, Sigur Rós
A ouvir: Scribble Mural Comic Journal (Notenuf, 2007)

MySpace

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Good cover versions #10








BIG BLACK
"The Model" (Touch and Go, 1987)
[Original: Kraftwerk (1978)]


Palavras para quê? É a primeira banda de Steve Albini a revisitar aquele que terá sido o momento em que os germânicos Kraftwerk estiveram mais próximos do conceito de "canção pop".
Se no original toda a melodia é obtida através de sons sintetizados, na versão dos Big Black são as guitarras "tipo serra-eléctrica" a ditar leis e a operar uma transformação radical. Na letra, sarcástica e entoada com uma certa austeridade, faz-se a alusão ao sexo como mero objecto de comércio na sociedade de consumo. Não será por acaso que "The Model" vem incluída em Songs About Fucking, o tal álbum que valeu a Albini acusações de misoginia. O melhor é ouvir...

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Brigada de narcóticos

Num passado recente, só de forma relutante os grandes nomes do rock - os chamados "dinossauros" - eram citados por músicos jovens. Hoje em dia, é sem qualquer pudor que gente como Badly Drawn Boy, Arcade Fire, The Hold Steady, ou Constantines, prestam homenagem a Bruce Springsteen. Já os últimos trabalhos de Willy Manson ou The Walkmen são testemunhos de uma certa reverência por Bob Dylan.
Depois há os adeptos de fusões menos óbvias, como é caso destes The War on Drugs que, em canções de forte cunho dramático, deixam o espírito daquelas duas lendas vivas pairar livremente por entre sonoridades amigas da distorção. Está tudo em Wagonwheel Blues, o surpreendente álbum debute do trio de Filadélfia.

The War on Drugs no MySpace

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Introducing the bands

De uma penada, três descobertas recentes. Três bandas distintas e em diferentes estádios de desenvolvimento:

VIVIAN GIRLS

Não confundir com a banda australiana do mesmo nome: este trio feminino provém do meio artístico de Brooklyn, Nova Iorque. Assumem como principal influência os Black Tambourine, uma banda semi-obscura e de carreira breve do indie norte-americano de inícios de noventas que interessa (re)descobrir. Isto que dizer que abordam as produções de Phil Spector para as girl bands dos 60s com uma generosa dose de sujidade. Têm um álbum - homónimo - recentemente lançado pela reputada In The Red, que arrisca tornar-se uma adicção por estas bandas. Porque nem só de Pattis, Debbies, Polly Jeans e Karens se faz o rock no feminino...

MySpace

SKY LARKIN

O nome remete de imediato para um álbum clássico dos XTC. No entanto, servido por uma excelente voz feminina, este trio está bastante afastado dos sons angulares da new wave. Alguém já descreveu a sua música como "as Bikini Kill a tocar canções dos Grandaddy". Ao lote de referências acrescentaria ainda as Sleater-Kinney e a Björk dos primórdios. O currículo é ainda pobre: um EP e um par de singles. Mas, ao que se sabe, estão presentemente em Seattle a gravar aquele que será o álbum de estreia. São de Leeds, cidade no norte de Inglaterra com fortes pergaminhos no meio indie.

MySpace

HAVE A NICE LIFE

Será possível conjugar de forma coerente o lado etéreo dos My Bloody Valentine e dos The Cure, um certo negrume dos Joy Division e dos Sisters of Mercy, e o drone dos Earth e dos Sunn O)))? Com a estreia em longa-duração este enigmático duo do Connecticut responde afirmativamente à pergunta. O resultado pode, em determinados momentos, ser visto como uma versão mais arrastada dos A Place To Bury Strangers. Lançado no início deste ano, Deathconsciousness apresenta-nos cerca de duas horas de música resultantes de quatro anos de gravações. Já indisponível no seu formato convencional, o disco pode ser descarregado aqui pelo módica quantia de USD 5.00. Face ao tom negro dominante, só podemos concluir que o nome da banda revela algum cinismo.

MySpace

R.I.P.

ISAAC HAYES
(1942-2008)

Executante multifacetado, Isaac Hayes iniciou a carreira como músico de sessão nos estúdios da mítica Stax Records, em inícios da década de 1960. Depois de se ter destacado como compositor de alguns êxitos da editora, estrear-se-ia em nome próprio em 1969. A década seguinte seria a da afirmação de um dos grandes inovadores da soul e nome maior da música negra. O pico da carreira seria a banda sonora do filme Shaft, símbolo do movimento blaxploitation. Paralelamente, desenvolvia uma carreira de actor, com diversas aparições em cinema e televisão. As novas gerações tomariam contacto com a voz quente e aveludada de Hayes na série de animação South Park, na qual deu voz ao personagem "Chef" ao longo de quase uma década.
Morreu ontem em Memphis, Tennessee, a poucos dias de comemorar o 66.º aniversário.

"Theme From Shaft" [Enterprise, 1971]

sábado, 9 de agosto de 2008

Going blank again #29

WORKING FOR A NUCLEAR FREE CITY

Origem: Manchester (UK)
Período de actividade: 2004-
Influências: Swervedriver, My Bloody Valentine, Death in Vegas, Primal Scream, The Stone Roses, The Beta Band
A ouvir: Businessmen & Ghosts (Melodic, 2008)

MySpace

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

O futuro foi há vinte anos


















MY BLOODY VALENTINE
You Made Me Realise EP
[Creation, 1988]

Embora sejam hoje como um nome de referência mais ou menos consensual em todo o espectro da dita música alternativa, convém lembrar que, no período inicial da sua existência, os My Bloody Valentine (MBV) eram apenas uma banda perdida no imenso pelotão indie de meados de oitentas. Diversos musicólogos defendem a teoria de que o ponto de viragem se dá em 1987, com a inclusão da vocalista/guitarrista Bilinda Butcher. Longe de serem excepcionais, os primeiros registos gravados por esta nova formação (os EPs Strawberry Wine e Ecstasy, ambos de '87) apontam já algumas pistas daquilo que se tornaria uma imagem de marca: canções indutoras do sonho, de sentir pop, feitas a partir do domínio do ruído. À falta de maiores proventos, este par de discos siameses valeu aos MBV a atenção do "visionário" Alan McGee, que em breve os resgataria para a sua Creation Records.
Quis o destino que o primeiro disco na nova casa, lançado a 8 de Agosto de 1988, fosse um marco histórico, motivador de uma linha condutora dentro da própria editora, e gerador de uma legião de seguidores. O motivo principal da rendição absoluta da crítica, músicos, e algum público atento, aos MBV é o tema-título deste EP, manifestação inequívoca das potencialidades da música de guitarras. O primeiro impacto de "You Made Me Realise" no ouvinte só pode ser de estranheza: o início é dado pela bateria monolítica, entram as guitarras, furiosas e distorciadas, depois o dualidade masculino/feminino das vozes desencontradas. No segmento intermédio - a denominada holocaust section - a cacofonia parece tomar conta das operações. Porém, a sensação de descontrolo é apenas momentânea, já que tudo termina como começou. Ainda hoje atípico para quaisquer padrões, do Reino Unido vêm relatos de que "...Realise" é escolha frequente para expulsar os clientes inebriados na hora do fecho dos pubs.
Feitos de outra matéria, os restantes quatro temas indiciam aquela estranha forma de erotismo magistralmente desenvolvida em Isn't Anything, o álbum de estreia.

"You Made Me Realise"

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Mudança de B.I.
















Após uma profunda revolução estética, ao quarto álbum, os norte-americanos Chromatics saíram finalmente do anonimato. Ainda assim, numa entrevista recente, a vocalista Ruth Radelet manifestou alguma insatisfação com as conquistas da banda de Portland. Nas palavras da cantora, os Chromatics planeiam em breve chegar a um público mais vasto, que vá além da redacção do Pitchfork e de algumas dezenas de bloggers portugueses. Para tal, propõem-se operar uma nova mudança de identidade - lembro que em tempos adoptavam o nome Chrome Rats. Por conseguinte, todas as unidades de Night Drive serão em breve retiradas das prateleiras das lojas e substituídas por uma edição de cara lavada, creditada aos Monochromatics. Ainda citando Radelet, esta nova designação, além de mais honesta, será mais eficaz junto do público, já que permite uma imediata associação do nome da banda ao tipo de música que produzem. Ela é bem capaz de ter razão...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Música de câmara




















Quatro anos depois de No Wicked Heart Shall Prosper - e dois depois de uma passagem avassaladora por Paredes de Coura -, os londrinos Selfish Cunt estão de volta aos discos. No próximo dia 18 chega às lojas English Chamber Music, aquele que será o segundo longa-duração deste quarteto de agitadores. Em jeito de antevisão, há já quatro novos petardos de pura confrontação disponíveis no MySpace da banda. Como informação adicional, ficam a saber que o senhor das baquetas é um tal de João Pires que, ao que foi possível apurar, não é produtor de vinhos.
Proponho-vos ainda uma recordação. Antes de tirarem conclusões precipitadas, recomendo que vejam até ao fim...

"I New York" [Horseglue, 2004]

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Tertúlia cor-de-rosa

Contaminado pelo espírito da época, o April Skies antecipa-se a toda a imprensa cor-de-rosa para vos comunicar, em primeira-mão, o fim do casamento de Madonna e Guy Ritchie. Surpreendidos? Não?! Então tomem lá mais:
Segundo fonte próxima da proclamada Rainha da Pop (motivo mais que suficiente para se ser Republicano), muito em breve, a dita passará a residir no nosso país. O motivo desta mudança, fiquem a saber, é o romance da diva com o nosso bem conhecido João Lopes, com o qual dará o nó no próximo dia 16, data em que completa 50 primaveras. Por motivos de ordem logística, os antigos companheiros da cantora não foram convidados para a cerimónia, a ter lugar no Mosteiro dos Jerónimos.
Instada a comentar o motivo de atracção, Madonna afirmou que "(...) para além de ser uma pessoa multifacetada - crítico de televisão e cinema, professor, poeta, argumentista -, o João será a única pessoa no mundo que me conhece melhor do que eu própria. Será, concerteza, o único homem que me entende(...)". Ainda segundo a mesma fonte, antes de terem sido apresentados em Cannes, Madonna terá ficado fascinada com os filmes Lá Fora e 98 Octanas, ambos com argumento de João Lopes, que lhe fizeram lembrar os filmes em que ela participou.
Após uma curta lua-de-mel, dividida entre o Lux e o Nimas, João Lopes irá tratar da papelada para se tornar cidadão norte-americano, ainda a tempo de se juntar ao staff de Barack Obama na corrida à Casa Branca. John McCain que se cuide!...

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Ao vivo #23

Festival Heineken Paredes de Coura, 01/08/2008

Depois de uma viagem de 400 e tal quilómetros, perto da hora marcada para o início dos concertos no palco principal, eis-me naquela que é, por esta altura do ano, a mais concorrida vila do Alto Minho. O primeiro passo, antes da entrada no recinto, era o levantamento dos bilhetes previamente adquiridos on line no sítio da empresa que detém o monopólio da venda dos ditos. A operação, que esperava demorasse alguns segundos, acabou por ser bem mais complicada, já que não constava qualquer registo da compra nos terminais do Festival. Por entre telefonemas e conversas entre os senhores da organização, volvidos uns bons vinte minutos, tinha finalmente na mão os dois ingressos para uma tarde/noite de boa música. Além da espera, o ser previdente custou-me ainda € 2,40 de comissão por cada bilhete. A queixa segue dentro de instantes para as entidades competentes...
Sem mais delongas, com histórias tristes, passemos ao que interessa:

Two Gallants
Ainda o sol ia alto quando este duo californiano deu entrou em palco. Embora escasso, o público parecia ser, na sua maioria, conhecedor das canções dos Two Gallants (2Gs). Quem não o era, terá ficado rendido aos primeiros acordes desse assombro que é "Seems Like Home To Me". No tempo restante, munidos apenas de uma guitarra e uma bateria, os 2Gs desfiam um rol de canções que, embora rockeiras, descendem directamente da música tradicional norte-americana, como se de uma versão "rural" dos Trail of Dead se tratasse. Para encerrar em beleza, um concerto que pecou pela curta duração, nada melhor que a sinistra "Age Of Assassins", canção macabra povoada pelos mesmos personagens dos romances de Cormac McCarthy. Espera-se que voltem em breve, no cenário mais adequado, i.e., no aconchego de uma sala de concertos. [8/10]

The Rakes
Depois de um excelente disco de estreia e uma sequela menos conseguida, as expectativas para o concerto desta banda londrina alternavam entre a apreensão e algum optimismo. Para gáudio da maioria do público, os Rakes deram um concerto que, não sendo excepcional, foi bem positivo. O vocalista Alan Donohoe mostrou ser dono de um sentido de humor muito próprio. Goste-se ou não, é um estilo. Pela parte que me toca, acho que o rapaz tem bastante piada. Mesmo sem aderirem às palhaçadas, os mais cépticos não ficaram indiferentes a temas como "22 Grand Job", "Strasbourg", "We Danced Together", ou "The World Was A Mess But His Hair Was Perfect", esta última exemplo máximo de um certo cinismo interventivo que caracteriza a banda. Nos vários temas novos apresentados pressente-se a propensão para um som mais austero na linha de uns Gang of Four. Boas indicações, portanto... [7/10]

The Sounds
Vou ali comer uma bucha e já volto... [-]

Editors
Se é aos Ramones que se atribui o mérito da composição de canções pop de três acordes, ao guitarrista dos Editors já ninguém retira a proeza de pôr milhares em delírio com um único acorde. Obviamente, isto faz com que cada tema seja rigorosamente igual ao anterior e aos seguintes. Espectáculo competente e sincero de uma banda a quem sobra em vontade o que falta em talento. Tal como no caso dos Coldplay (aquilo que eles querem ser quando forem grandes), os Editors são, no mínimo, entediantes. [4/10]

Primal Scream
Dispostos a agarrar o público desde o primeiro instante, os Primal Scream atacam logo com "Can't Go Back", o fortíssimo single de apresentação do novo álbum. Dos restantes temas novos, despachados na primeira parte do concerto, especial destaque para "Suicide Bomb", pouco menos que demolidor. Já com o público na mão, chegam os temas mais esperados: "Swastika Eyes", "Rocks", " Miss Lucifer", "Kill All Hippies", "Country Girl", "Jailbird", "Shoot Speed Kill Light", e o celebradíssimo "Movin' On Up". Como se pode constatar pela set list, só mesmo num concerto dos Primal Scream é possível viajar, num ápice, das memórias stonesianas aos delírios "pastilhados" de noventas. No fundo, um ritual de celebração do rock'nroll, naquilo que ele tem de mais rebelde. Pena foi que não tivessem tocado "Kowalski" e "Higher Than The Sun". Mas isso, seria pedir a perfeição! [9/10]

These New Puritans
Encerradas as actividades do dia no palco principal, o início do after hours deu-se com uma das mais badaladas novas bandas britânicas. Tal como no único álbum que têm no currículo, em concerto, os These New Puritans (reduzidos a um trio pela ausência do elemento feminino) revelam ainda alguma indefinição, disparando em vários sentidos. À parte o muito rodado "Elvis", a maioria dos temas causam alguma estranheza, não só pela aplicação dos vocais à la Mark E. Smith em contexto electrónico speedado, como pelo recurso abusivo dos ecos, segundo os ensinamentos dos mestres Spacemen 3. [6,5/10]


sábado, 2 de agosto de 2008

Going blank again #28














SOLAR POWERED PEOPLE

Origem: Modesto, Califórnia (US)
Período de actividade: 2006(?)-
Influências: Ride, Chapterhouse, The Verve, Mogwai, The Cure
A ouvir: Hibernation (Three Ring, 2007)

MySpace

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

... and now... we can't go back!

Primal Scream "Can't Go Back" [B-Unique, 2008]