"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Surf's up!














Já na recta final do ano passado, surpreenderam com um disquinho de temas curtos, quase telegráficos, que embora recuperando algumas boas sonoridades já com uma vintena de anos, tinha uma frescura pouco usual nos tempos que correm. Falo-vos dos Swearin', quarteto de nova-iorquinos deslocados em Filadélfia, que, com o seu álbum de estreia homónimo, nos presenteou com aquela pop de guitarras irrequietas e impregnada de espírito punky, capaz de fazer as delícias de qualquer teen spirit eterno.

Pouco mais de doze meses volvidos, voltam à carga com o igualmente recomendável Surfing Strange, um trabalho que, numa primeira abordagem soando a mais do mesmo, se revela um passo evolutivo seguro. Ainda partindo das boas memórias do indie-rock norte-americano da primeira metade de noventas, é um disco que se caracteriza pelo recrudescer da sonoridade dos Swearin', algo que os primeiros segundos, em regime acústico, não fazem adivinhar. Intocável pela maior dureza fica o apelo pop dos onze novos temas, feitos de melodias infecciosas e as sempre eficazes alternâncias feminino/masculino das vozes de Allison Crutchfield e Kyle Gilbride. Desta dinâmica resultam diferentes sensações, num clima de relativa maior seriedade que no antecessor: ela transpira lascívia, disfarçada por uma falsa ingenuidade, tal como nos melhores momentos de The Breeders ou dos saudosos Belly; ele é mais corrosivo, até algo entediado, por vezes fazendo uso do cinismo próprio de um Stephen Malkmus dos primeiros Pavement. Portanto, se buscam a última novidade que irá mudar irremediavelmente o mundo pop, não a procurem em Surfing Strange. Aqui apenas vão encontrar um conjunto de temas capazes de vos provocar um recuo no tempo de vinte anos, com o reviver do mesmo júbilo juvenil de então. O que já não é nada mau, pois não?

 
"Dust In The Gold Sack" [Salinas, 2013]

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