"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

A segunda queda de Verónica
















Em tempos, alguém disse, e com grande propriedade, que os Veronica Falls soavam tão britâniva que até pareciam americanos. Passamos a explicar: este quarteto londrino faz parte do vasto contingente actual que faz da recuperação da jangle-pop derivada da C86 modo de vida, um "fenómeno" com especial incidência lá na América. Com a vantagem de que o fazem com canções de um nível qualitativo acima do dos demais. Para conferir basta escutar o primeiro álbum, homónimo, que na recta final de 2011 pôs fim a uma espera que já se tornava longa depois de um par de singles promissores.

Menos de um ano e meio depois da estreia, hiato de tempo extremamente curto nos tempos que correm, os Veronica Falls acabam de lançar o segundo álbum. Intitulado Waiting For Something To Happen, o novo disco poderá suscitar aos mais cépticos comentários do género "mais do mesmo". Nada mais injusto, pois escutados com a atenção que merecem, os novos temas revelam uma evolução na personalidade da banda, agora com a devoção pelos girl-groups de sessentas mais diluída. Embora ainda suficientemente jangly, suprimem muita da gravilha da estreia e, por consequência, deixam libertar todo o seu aroma pop. Reforçados no elemento melódico, os treze - curtos - temas vincam as diferenças entre si. O protagonismo ainda é da voz cândida de Roxanne Clifford, agora frequentemente coadjuvada pelas intervenções da voz masculina do guitarrista James Hoare, resultando os temas em que tal sucede como uma hipotética versão twee dos melhores momentos dos escoceses Sons and Daughters. E tal como a nublada Londres que os viu nascer também tem os seus dias de sol, os Veronica Falls quase que renegam algum negrume (não necessariamente "gótico") do passado. Ainda que pontuadas pela doçura da melancolia juvenil, as novas canções já abrem muitas brechas para a entrada da luz. É a pop a ditar as suas regras, meus amigos!

 
"Teenage" [Bella Union, 2013]

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