Foto: Peter English
Vão chegando a conta-gotas os discos do ano passado que não atingiram os canais auditivos na altura devida para a devida menção no balanço final. O último foi Worry, álbum de estreia dos Big Troubles com selo da mais que emergente Olde English Spelling Bee. De uma forma genérica, digamos que a banda de Nova Jérsia se inscreve na várias correntes nu-gaze, muito por culpa da atracção pelos sonhos assaltados pelo ruído que lembram para uns My Bloody Valentine da fase Isn't Anything. Por via das limitações do formato duo, houve necessidade de encher o todo com sons de origem sintética, opção que pode ter resultados diversos: no pior, recupera os teclados planantes de algum synth-pop já algo estafado; no melhor, remete para as batidas rudimentares de uns Big Black. Da audição ressalta também a ética lo-fi, pouco comum nestas latitudes sonoras, mas que em nada belisca o saldo francamente positivo do todo.
Mais entusiasmante ainda é "Phantom", o tema de gravação recente e inserido no projecto Shaking Through, iniciativa sem fins lucrativos que visa proporcionar as condições de um estúdio profissional a bandas indie em início de carreira. Mercê das melhorias técnicas, e do alargamento a quarteto, os Big Troubles libertam todo o seu espírito pop grandiloquente e soam substancialmente mais orgânicos. Chamo a vossa atenção para o "enchimento" por via da wall of sound que, segundo relatos, está em linha com aquilo que a banda vale em palco, algo que poderemos comprovar em breve. Por ora, descubram-se as diferenças entre o antes e o depois:
"Freudian Slips" [Olde English Spelling Bee, 2010]
"Phantom" [Wethervane Music, 2011]
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