"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

sábado, 9 de outubro de 2010

Pop que arde sem se ver










A biografia dos Jaill diz-nos que, até há pouco, tinham menos um ll no nome de baptismo. Diz-nos também que já andam nisto há tempo suficiente para desistirem de uma fórmula psych-pop que não os levou a lado nenhum. No ano passado, com o álbum There's No Sky (Oh My My), deixaram cair tal prefixo, enveredando por uma via deliciosamente e viciosamente POP na qual as guitarras são lei. Aquele registo valeu-lhes a atenção da prestigiada Sub Pop, a editora pela qual agora se estreiam com That's How We Burn, uma das escassas boas surpresas musicais deste ano que já entrou no último trimestre.
O disco abre em grande estilo com o orelhudo "The Stroller", tema que, em pouco mais de três minutinhos, explica aos poseurs que têm reinado em espaços nocturnos que as grandes canções não carecem de refrões cantaroláveis em uníssono, qual celebração neo-hippy, mas antes dos ganchos certos no lugar certo. Segue com "Everyone's Hip" a provar que as memórias post-punk ainda podem gerar algo de mais apelativo que bandas sonoras para exercícios de aeróbica. Por seu turno, "On The Beat" expõe os sisudos The Strokes à alegria jovial de uns Superchunk. Podíamos prosseguir com as comparações dizendo, por exemplo, que os Jaill conseguem dar uma ideia de como soariam os XTC caso tivessem nascido na pacatez midwest do Wisconsin e, portanto, subtraídos da sua marcada englishness. Porém, mais que nunca, tal exercício revelar-se-ia injusto para com a capacidade do quarteto criar canções curtas, directas, melodiosas, e que dispensam qualquer outro artifício que não o sentido pop só ao alcance de estudiosos da cartilha. O futuro não se lhes adivinha mas, para já, os Jaill garantem-nos que em 2010 o Verão vai até 31 de Dezembro.

"The Stroller" [Sub Pop, 2010]

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