"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

domingo, 13 de janeiro de 2013

Life on Marr?

















Em reacção às constantes perguntas sobre os Smiths, Johnny Marr disse um dia que estranhava que não o questionassem mais sobre os The The, banda com  a qual, efectivamente, passou um período de tempo bem mais longo. Aceita-se a recusa em querer alimentar o mito em torno de uma das mais propaladas rupturas da pop, mas também se compreende quem o interroga, até porque é incomparável a dimensão histórica de uma e outra banda, bem como a importância do seu papel em cada uma delas. 

Antes dos The The, se bem se lembram, este que é um dos mais requisitados músicos da pop dos últimos 30 anos, já se tinha envolvido nos Electronic, projecto em parceria com Bernard Sumner que, segundo consta, terá provocado a ira de Morrissey, tal era a antipatia do vocalista pela "família" New Order/Joy Division. Mais recentemente, sem vedetismos, integrou-se de corpo e alma em bandas como Modest Mouse e The Cribs, que abandonou sem animosidades quando bem entendeu. No capítulo das colaborações, a lista é infindável, e conta com favores de resultados variáveis com amigos como Talking Heads, The Pretenders, Bryan Ferry, Billy Bragg, Kirsty MacColl, Neil Finn, Lisa Germano, ou Edwyn Collins. E há ainda para referir, na ressaca da britpop, o projecto pessoal de má memória intitulado The Healers, que nos leva a pensar que Marr obtém melhores resultados quando não é ele o coordenador principal.

Por isso, e pelo respeito por um músico de excepção, é com algum temor que aguardo a chegada de The Messenger, o primeiro álbum a solo previsto para o próximo mês. Para já, o tema-título, em rodagem há já algum tempo, deixa-me relativamente sossegado. Não é que esteja sequer perto do nível do melhor que Johnny Marr já nos proporcionou (alguém dia alguém estará?) mas, não só nos assegura que o homem tem voz para a coisa, como é uma canção digna desse nome neste tempo em que elas escasseiam. Além disso, tem um trabalho de guitarra, assente na melodia e sem exibicionismos inúteis, típico de um génio discreto. Ora oiçam:

 
"The Messenger" [Warner Bros., 2012]

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