"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Good cover versions #71











DEAN BLUNT & INGA COPELAND - "Baby" [Hyperdub, 2012]
[Original: Donnie & Joe Emerson (1979)]

2 by Dean Blunt and Inga Copeland on Grooveshark

Há discos que, depois de décadas exclusivos do culto de uns quantos geeks, caem no conhecimento público, que se não é global, é pelo menos mais alargado. Um desses discos é Dreamin' Wild, álbum único dos irmãos Donnie e Joe Emerson, gravado na pós-adolescência em estúdio próprio na quinta pacata onde viviam isolados do reboliço dos grandes centros. O estúdio tinha sido prenda do pai, um entusiasta da paixão dos filhos pela música. Um disco fascinante pela sua inocência, derivada obviamente do meio em que foi concebido, Dreamin' Wild procurou inspiração nos programas radiofónicos de então, resultando num meio caminho entre o soft-rock e a blue-eyed-soul. No ano passado, fruto do crescente interesse em seu redor, conheceu finalmente uma reedição bastante divulgada nos meios especializados.

Parte desse interesse súbito ficará a dever-se ao facto de, no espaço de poucos meses, "Baby", o seu tema mais representativo, ter sido alvo de duas versões de outras tantas figuras do presente. Uma delas, provavelmente a mais divulgada, pertence a Ariel Pink. A outra, talvez a melhor porque com maior cunho pessoal, pertence à dupla Dean Blunt & Inga Copeland, que antes editava como Hype Williams, nome que abandonaram talvez para evitar problemas legais (ou confusões) com o mais requisitado realizador de videoclips da actualidade. Ele, inglês, é uma das principais figuras da electrónica actual e um obcecado pela perfeição, ela, estoniana, tem sido companheira em muitos dos frequentes lançamentos. Na revisitação de "Baby" estão bem patentes as origens dubstep de Blunt, com batidas narcóticas, soturnas e algo repetitivas sobre as quais Inga canta a letra com outro ar angelical diferente do de Donnie Emerson. Daí resulta um novo tema, uma canção de amor desolada por oposição ao enternecedor original.

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