"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

My iron lung

















Já por mais do que umas vez vos tinha prevenido que, para gáudio pessoal, os bons velhos sons de noventas estavam no ordem do dia. Fi-lo a propósito de bandas tão díspares como os Japandroids, os Cymbals Eat Guitars, os Male Bonding, ou os Yuck. Qualquer delas recupera sem pudores as boas memórias de alvores daquela década, por ocasião da explosão "altern-rock" por via de bandas como os Superchunk, os Built to Spill, os Nirvana, ou os Teenage Fanclub, entre tantas outras. Felizmente, e ao contrário do que sucede com o infindável revivalismo da década anterior, esta "tendência" tem sido mais contida, reduzida praticamente ao underground, pelo que as hipóteses de rápido fastio são mais reduzidas.

Hoje apetece-me lançar mais uma acha para a fogueira e apresentar-vos uma banda que dá pelo nome de White Lungs. Com uma formação maioritariamente feminina, este quarteto vem de Vancouver, no Canadá, se bem se lembram aquele país que há pouco mais de meia dúzia de anos jorrava bandas a um ritmo alucinante, perfilando-se como uma espécie de terra dourada do indie-pop/rock. A triagem do tempo desfez equívocos, mas ainda assim ficaram para memória futura uma mão cheia de discos. Nos tempos que correm, o Canadá já não é propriamente o berço da mesma pop conformista para adultos burgueses armados ao "indie". Agora as referências são mais dispersas, e no caso das/dos White Lungs alinham pela facção riot-grrrl de nomes como Bikini Kill, Hole, Babes in Toyland, ou Silverfish. Exibem, pois, a crueza, a rispidez, e o empolgamento feminista daquelas mulheres iradas que as/os antecederam. Convém esclarecer que já vão com um par de álbuns, e que a vocalista Mish Way já tem algum passado em bandas de pendor punky. Porém, só agora, com o recente Sorry ganham alguma visibilidade. Este segundo disco acaba por ser o paradigma da tal urgência punk, nos seus dez temas em tempo record - menos de 20 minutos! No entanto, na sua curta duração, cada tema não se coíbe de ostentar um certo sentir melódico que o distingue da "concorrência".

 
"Bag" [Deranged, 2012]

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