THE PARKINSONS @ Ritz Clube, 22/09/2012
Sob risco de apedrejamento na praça pública, gostava de deixar claro que sou daqueles que acham algo sobrevalorizada (bastante mesmo) toda a "cena" coimbrã em torno dos Tédio Boys e seus respectivos sucedâneos. Neste grupo incluem-se os Parkinsons, se bem se lembram aquela banda que há uma década ameaçava corromper com subversão a Londres rendida ao "novo rock", mas acabou por figurar como uma patética nota de rodapé desse período da música popular.
De então para cá, e após um longo período de ausência, o que terá mudado é apenas a formação, agora integralmente tuga. De resto, os Parkinsons ainda discorrem o mesmo chorrilho de clichés, ora surripiados aos Stooges, ora aos Cramps. A presença em palco, e em particular do vocalista Afonso Pinto, é um decalque de mimetismos de um tal Iggy Pop, como se o mundo não estivesse já enfastiado com os tiques do próprio. Quanto à música, envereda invariavelmente por um hard-rock "rasgadinho", estridente e monocórdico a que, por equívoco, hoje se chama garage-punk. Para cúmulo, os Parkinsons não cumprem as promessas, pois depois de anunciarem o fim do concerto, regressam para mais uma meia dúzia de temas, a maioria deles repetidos no alinhamento. Ou seriam outros temas indistintos dos demais?! Em jeito de resumo, gostaria de definir a função com a eloquência de um punk daqueles com mohawk perfeito, antes da sua retirada estratégica para junto do bar: "este concerto é uma verdadeira anedota". Anedota, sim, mas daquelas sem piada...
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