"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

quinta-feira, 31 de março de 2011

Starrgaze















Texanos de nascimento, os Ringo Deathstarr (devo estar só, mas acho o nome infeliz) são uma das muitas bandas alinhadas no revivalismo shoegazer que, de há meia dúzia de anos a esta parte, varre os Estados Unidos de costa a costa. O primeiro longa-duração - Sparkler, de 2009 - era sombrio e opressivo, revisitando subterrâneos contíguos aos dos Mary Chain de Psychocandy, sem deixar de lado toda a aprendizagem rock, facção ruidosa, subsequente.

Pese embora ainda admita a herança dos irmãos Reid, sobretudo pela colocação da voz de Elliott Frazier em dois ou três temas, o novo Colour Trip reclama outras descendências, embora com um grau de parentalidade próximo. Ou, dito, por outras palavras, é uma apropriação descarada do esplendor noise-pop dos My Bloody Valentine de You Made Me Realise e Isn't Anything. Essa evidência surge logo aos primeiros segundos e mantém-se ao longo de todo o disco, abundante em camadas de guitarras, ora carregadas de distorção ora liquefeitas, desvios atonais, e alternância feminino-masculino nas vozes que penetram a densa muralha sonora. Evidentemente, as letras estão carregadas de lascívia. O mais surpreendente é que, apesar das indisfarçáveis semelhanças com os ascendentes, Colour Trip é um petardo sónico que não vai defraudar o consumidor mais exigente da pop feita ruído. Com o fim-de-semana à porta, em jeito de passatempo, lanço-vos o desafio de descobrirem as seis diferenças:

"Imagine Hearts" [Club AC30, 2011]

1 comentário:

Miss C. disse...

Não, não és só tu. Também acho que o nome não surgiu de uma escolha inspirada.

A canção deve muito a outras que ouvimos no passado mas é muito boa! Vou ver se arranjo maneira de ouvir o disco todo.