"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

quarta-feira, 23 de março de 2011

Sei de um segredo


















Para a generalidade das pessoas, mesmo as músico-esclarecidas, falar de The Primitives é falar de "Crash", êxito com tanto de inesperado como de aziago, pois a partir deste foi o definhar até à extinção em 1992. Ou então, The Primitives significa Tracy Tracy, a bombástica vocalista loira importada da Austrália. Porém, a banda de Coventry teve um passado anterior a esse único hit, por sinal bem mais estimulante. Está todo ele documentado em Lazy 86-88, a compilação que reúne o material auto-editado (através da Lazy Records, está-se mesmo a ver...) antes do namoro com as majors. No alinhamento, entre outras pérolas da época, podem encontrem "Really Stupid", tema paradigmático de uma certa expressão indie que eclodiu em meados de oitentas, inspirada em partes iguais pelo sentido melódico dos sixties, a simplicidade dos Ramones, e a ingenuidade dos Buzzcocks.

Soube há relativamente pouco tempo que, desde 2009, os Primitives renderam-se à tendência nostálgica e regressaram ao activo, já sem o baixista Steve Dullaghan, falecido meses antes. O primeiro fruto da reunião já anda por aí. Chama-se Never Kill A Secret e consiste num EP de quatro temas curtos e concisos, como convém. Já o ouvi e posso afiançar que reúne todos os condimentos para puder ombrear com a actual legião de carinhas larocas que, a partir da América, reabilitam o passado pop do Reino Unido. Aos desconfiados recomendo a audição/visualização da amostra infra. Está lá tudo, menos a Tracy da nossa juventude.

"Rattle My Cage" [Fortuna Pop!, 2011]

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