Foto: Bryan Zimmerman
Para o bem e para o mal, 2013 há-de ficar lembrado como o ano de todos os regressos. Quem me lembre assim de repente, de bandas que não estivessem oficialmente extintas, já tivemos nova música de My Bloody Valentine, The Pastels, e Pixies, tudo gente com bem mais do que uma década de inactividade editorial. Para juntar ao rol faltavam os magníficos Sebadoh, sem álbum novo há catorze anos, mas com EP para aguçar o apetite ainda no ano passado, na altura com promessa de longa-duração no corrente.
A promessa foi cumprida na semana passada com Defend Yourself, disco que faz rejubilar todos aqueles que já sentiam falta de canções novas da banda que, mais que nenhuma outra, definiu a cartilha indie-pop/rock. Antes de mais, e para que não entrem em euforias desmedidas, convém esclarecer que apesar de excelente, o novo álbum está longe de atingir o nível de excelência de III (1991) ou Bakesale (1994), o que, convenhamos, não era fácil. Mas, felizmente, não sendo propriamente um tratado de "baixa-fidelidade", também não padece da incaracterística sobre-produção do anterior e mal amado The Sebadoh (1999). Já que falámos de III, digamos que, com este, Defend Yourself tem em comum as muitas viragens bruscas, da rispidez rock para o sentimentalismo melódico, e vice-versa. Dividida quase democraticamente a tarefa da composição, cabe maioritariamente a Jason Loewenstein o lote de temas mais rudes e ruidosos. Já Lou Barlow, aparentemente de bem com a vida e de regresso aos Dinosaur Jr. para o escapismo noisy, deixa fluir a faceta de eterno pinga-amor em mais que dois pares de canções belíssimas. Nestes, pressente-se uma doçura que estava ausente nos célebres exemplares de dor-de-corno do passado, estabelecendo alguma familiaridade com os temas gravados com os Folk Implosion, um dos seus vários projectos ocupacionais. Em suma, nada de particularmente novo, apenas algo mais do mesmo, o que para quem sofre de sebadohnite aguda já é o bastante.
"I Will" [Joyful Noise / Domino, 2013]
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