"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Uma casa na pradaria

















Talvez para descomprimir da vida de estrada e de estúdio das suas bandas "principais", respectivamente os Woods e as Vivian Girls, Kevin Morby e Cassie Ramone deram vida a um projecto ao qual deram o nome The Babies. A coisa materializou-se com um disco homónimo logo no começo do ano passado, um pequeno artefacto lo-fi com arremedos garage, algures entre a sensibilidade folk dele e a linguagem fuzz-pop dela. Entretanto, a brincadeira parece ter-se tornado coisa séria, e The Babies já é hoje nome de banda propriamente dita, com quatro elementos permanentes.

Foi já nesta condição que lançaram o recente Our House On The Hill, disco registado em condições técnicas melhoradas e mergulho profundo na country com sensibilidade indie. Não se querendo levar demasiado a sério, mas com umas quantas canções descomprometidas da melhor safra, resulta como um diário imaginário do abandono do conforto da grande cidade rumo à vastidão da América profunda. Pelo caminho, Kevin e Cassie, umas vezes vestindo a pele de Paul e Linda McCartney, outras a de Clyde e Bonnie, descobrem a grandeza e a beleza da América, mas também o seu lado críptico. Essa descoberta traduz-se em canções, umas vezes celebrando a liberdade da vida on the road, outras vezes como pequenas histórias de transgressão à lei, muitas das vezes com duetos prenhes de perversão e luxúria. Na sua dúzia de temas, curtos e directos, Our House On The Hill é daqueles discos que nos fazem crer que o maior trunfo da música pop, e talvez o seu maior encanto, ainda reside na mais despretensiosa simplicidade.


"Mean" [Woodsist, 2012]

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