"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Músicas do mundo
















Por norma, sobretudo da Suécia, mas também dos restantes países escandinavos, estamos habituados a receber produtos musicais que equivalem a enlatados atraentes do que já foi feito e refeito noutras paragens.  Mas há excepções, para não dizer autênticas cartas fora do baralho, verdadeiros ovnis musicais. Talvez porque não se sintam obrigados respeitar uma herança de décadas de pop/rock que não têm, muitos dos músicos escandinavos não se sentem espartilhados pelos conceitos como os seus congéneres do eixo anglo-saxónico, ficando assim livres para transgredir regras e derrubar barreiras estilísticas.

Nesta categoria, temos forçosamente de incluir os Goat, colectivo de uns oito elementos idealizado segundo as visões musicais de Christian Johansson. A causar furor nos meios menos dados ao conservadorismo têm o álbum World Music, verdadeira esquizofrenia de estilos que, a pretexto da psicadelia, integra elementos de kraut, metal, drone, folk escandinava, prog, e infecciosos ritmos afrobeat. Alguns referem-se-lhes como um cruzamento entre Faust e Funkadelic, mas esta e qualquer descrição pecará sempre por defeito, tal a singularidade da proposta dos Goat. Porque vêm de uma pequena localidade no norte da Suécia associada a lendas de feitiçaria, ligam-nos a cultos voodoo e outras formas de magia negra. O facto de se apresentarem mascarados, e os ritmos tribais oriundos de África, também têm alimentado essa aura de ocultismo que tem ajudado na divulgação do projecto. Independentemente destes fait divers, é imperioso que o mundo conheça e se deixe embrenhar no maravilhoso mundo de World Music, um mundo de mistério que congrega muitas chamadas "músicas do mundo" sob a égide pop/rock, sem que soe forçado ou ausente de autenticidade. Salvas as devidas diferenças, este é o objecto musical estranho que faltava em 2012, um pouco como aconteceu com disco dos, entretanto alegadamente extintos, Wu Lyf no acto transacto.

"Goathead" [Stranded/Rocket, 2012]

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