"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Sons da paralaxe
















Ao leme dos excelsos Deerhunter, Bradford Cox é uma das mais carismáticas e prolíficas figuras do cenário pop actual. Essa tendência para a hiper-actividade é extensível ao projecto pessoal Atlas Sound, um eventual tubo de ensaio para experiências a desenvolver na banda "principal". A solo, Cox reforça o intimismo caseiro, subvertendo muitas vezes os temas por via da manipulação até se assemelharem a meros esboços de canções. Já nos Deerhunter, não obstante alguma rebeldia aos cânones pop que faz deles uma banda singular, o formato estandardizado de canção é minimamente respeitado.

O maior pendor experimentalista dos Atlas Sound era uma verdade insofismável até à edição do recente Parallax, seguramente o mais convencional dos três discos do projecto e também o mais conseguido. Embora as perturbações electrónicas ainda tenham presença visível, o novo disco ganha em organicidade por via do protagonismo dado às guitarras e do papel secundário atribuído às pianadas discretas. Daí resulta um conjunto de canções frágeis mas ricas em detalhes, quase miniaturas da maior ostentação que conhecemos dos Deerhunter. Todas elas vêm ainda percorridas pelo habitual recolhimento melancólico, ou não estivéssemos perante um dos músicos que, na actualidade, expõe as entranhas do íntimo com maior acutilância.


"Mona Lisa" [4AD, 2011]


"Te Amo" [4AD, 2011]

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