"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Transístor em AM













Mesmo com a torrente de informação e novidades com que diariamente somos assaltados, há bandas e projectos, já com carreira feita, que nos fogem ao radar. Aconteceu-me com The Ladybug Transistor, "descobertos" por um feliz acaso num simpático concerto que abriu um pequeno festival no país vizinho há perto de dois anos. Investigações posteriores fizeram-me saber que já cá andam desde meados da década de 1990, que inicialmente eram um projecto de formação variável em torno do mentor Gary Olson, e que numa fase posterior evoluíram para line-ups com alguma estabilidade. Fiquei também a saber que, embora originários de Brooklyn, Nova Iorque, estiveram outrora ligados ao colectivo Elephant Six, coglomerado de alquimistas pop com sede no Colorado.

Após a descoberta, tenho feito os possíveis por explorar a sua discografia que, até há pouco, compreendia já meia dúzia de álbuns. O sétimo, chegado há pouco, interrompe um silêncio de quatro anos motivado pela indefinição após a morte do baterista de longa data. O disco chama-se Clutching Stems e consiste numa dezena de temas de uma pop elegante e sem tempo, cujo maior adorno é a suavidade do barítono de Gary Olson. Por vezes, revela ecos do romantismo desencantado dos Go-Betweens, outras da nostalgia implícita nas novas canções dos Feelies, outras ainda, ostenta uma ligeira dose da melancolia sóbria típica de The Clientele. Não sendo propriamente o disco que vai mudar o mundo, não deixa de ser uma óptima companhia para a lazeira de fim de tarde típica deste período de estio. Fazendo jus à categoria de pop referencial, de uma penada, a amostra abaixo cita dois clássicos de outras eras: uma dos Joy Division, outra de um tal Neil Young. Desafio-vos a descortiná-las:


"Oh Cristina" [Merge, 2011]

3 comentários:

strange quark disse...

Topei que o gajo diz "Love will tears us apart" mas a referência ao Neil Young escapa-me... yet.

M.A. disse...

Ora vai lá ouvir aquela de que os Saint Etienne fizeram uma versão. A referência está logo a seguir à dos JD.

strange quark disse...

Pois é. O título presta-se a passar mais despercebido, embora tenha o After the Gold Rush... damn!