"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

domingo, 17 de julho de 2011

Ideias que funcionam
















Em termos musicais, fala-se em Chicago e a associação a algumas das aventuras mais arrojadas do chamado post-rock é inevitável. Recuando no tempo, a windy city surge ligada às primeiras manifestações do mais abrasivo noise-rock. O trio Brain Idea vem dessas paragens mas renega por completo as tendências dominantes da cidade natal. A opção óbvia é pelo mais canónico indie-pop, tal como já demonstrado no longa-duração Survival Scrolls, o disco do ano passado que passou completamente ao lado dos falatórios blogosféricos. Aqui no April Skies fazemos mea culpa pela chegada tardia desse exemplar conjunto de canções.

Melhor sorte conheceu o recente EP, acabadinho de chegar à "redacção" e que, para além das semelhanças do título, nada partilha com as sensibilidades southern rock de determinado clássico de setentas. As cinco faixas do novíssimo Cosmos Factory tresandam às memórias da pop neozelandesa, em particular daquela ligada à excelsa Flying Nun Records. Não se remetendo a esta ou àquela referência, os Brain Idea fazem a súmula possível no tempo disponível da "coisa". Por isso, tanto podem evocar a falta de polimento de bandas como The Clean ou Tall Dwarfs, como remeter para o formalismo em busca da perfeição característico de The Chills, The Bats, ou The Verlaines. Pelo elevado nível qualitativo do conjunto, Cosmos Factory é pois de aquisição obrigatória por parte dos saudosistas desse pedaço mítico da história pop. Como valor acrescentado, a limitação a 500 exemplares da edição física torna-o produto ainda mais apetecível.

"Oh I'm Free (Earn Your Card)" [Mexican Summer, 2011]

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