"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Singles Bar #65








OASIS
Live Forever
[Creation, 1994]




Quando o nome dos Oasis vem à baila é já normal o extremar de posições, entre a devoção plena e a pura repulsa. Relativamente aos que tomam partido por esta última postura, e subjectividades de gosto à parte, estou em crer que muitos sejam repelidos pelo circo mediático normalmente associado aos irmão Gallagher. Tenho de admitir que é algo que me custa a compreender, pois, desde tempos remotos, o rock sempre se fez de parangonas, controvérsia e uma boa dose de arrogância. Pela parte que me toca, e cingindo-me apenas à fase da banda pós-consagração, admito a quase indiferença. Já o mesmo não se pode dizer dos dois primeiros discos (sobretudo o de estreia), que vejo pejados com mais de uma mão cheia das mais significativas do rock, facção escorreita, de noventas.

É nesse prontuário de canções hínicas chamado Definitely Maybe que, entre outros tesouros, podemos encontrar "Live Forever", definitivamente o tema que bastaria aos Oasis para assegurar um lugar na história, o mesmo que, numa fase ainda embrionária, levou Alan McGee a contratá-los para a Creation Records sem qualquer espécie de hesitação. Recordo com alguma saudade as primeiras audições, e o arrepio recorrente logo nos instantes iniciais, com a bateria a abrir caminho para a entrada triunfal da voz de Liam Gallagher, em uníssono com os restantes instrumentos. Alegadamente, a linha inicial da letra foi inspirada no clássico "Shine A Light". As próprias progressões de acordes desenvolvidas pela guitarra do irmão Noel, parecem citar não só este, como outros temas da fase bluesy dos Stones. No fundo, estas referências mais não são do que umas achegas para a celebração do espírito rock'n'roll que assombra todo o álbum. Inicialmente pensada como um tributo a John Lennon, e uma celebração da imortalidade das estrelas rock que os Oasis estavam na iminência de se tornar, "Live Forever" ganha um especial dramatismo quando enquadrada num período ainda de luto pelo finado Kurt Cobain.



4 comentários:

Gravilha disse...

confesso que o nome dos oasis, nos dias que correm, me faz avançar, sem ler, páginas de jornais/revistas. mas concordo plenamente que o primeiro album é de grande qualidade e que me entusiasmou à data - muito embora, o que fizeram depois, me provoque alguma urticária e não deixe grande espaço para revisitas. fica na memoria, e para a historia, sem duvida, um grande disco que merece um lugar de destaque no seu tempo. obrigado pela lembraça e já agora, gostei da mixtape #11. cheers!

hg disse...

Assinaria por baixo aquilo que escreveste. Vivi a "febre" Oasis intensamente. Fiquei desde o primeiro minuto contagiado pela Supersonic, embora o primeiro disco que deles comprei tenha sido o single seguinte o Shakermaker (na minha opinião bastante inferior, mas com um lado B que, ainda hoje, é das minhas músicas preferidas dos Oasis - falo da Alive). A partir daí comprei todos os EP's dos dois primeiros discos. Ao terceiro disco o enconto desapareceu. E nunca mais lhes dei grande atenção. Embora, recentemente, tenha apreciado deveras (e foi uma surpresa) o concerto deles no Atlântico.

M.A. disse...

Pelos vistos, as nossas experiências com os Oasis são bastante semelhantes. Só gostava de acrescentar que achei alguma piada ao último disco mas, claro está, já não com a intensidade da 1.ª vez que ouvi o "Supersonic". Ao concerto do Atlântico não fui, mas até tive pena. Mas só até saber que não tocaram o "Live Forever" ;)

hg disse...

Também adorava ter ouvido a Live Forever. Mas, ainda assim, e indo eu com tão baixas expectativas, foi uma enorme surpresa.