"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

terça-feira, 26 de abril de 2011

Singles Bar #63









FLOWERED UP
Weekender
[Heavenly, 1992]




Com o advento da Madchester, a deriva dançante das linguagens assumidamente rock alastrou a cada recanto do Reino Unido. O caso mais paradigmático é o dos escoceses Soup Dragons, já com culto conquistado nos meandros da jangle-pop, a renderem-se ao colorido da onda baggy. O mais significativo, porém, e talvez o único capaz de ombrear com os percursores mancunianos, é o dos londrinos Flowered Up, de tal forma imiscuídos no espírito festivo da coisa que, alguma imprensa nem sempre bem intencionada, se lhes referia como os "cockney Happy Mondays".

Com um primeiro - e único - álbum que não satisfez em pleno as expectativas criadas por sucessivos concertos enérgicos, tornou-se algo frágil a ligação dos Flowered Up à editora London, sucursal da gigantesca Warner. A ruptura definitiva surgiria pouco depois, quando a banda manifestou o interesse em editar como single o tema "Weekender", uma espécie de documentário musicado daqueles tempos de excessos com a invulgar duração de treze minutos. Neste propósito foram acolhidos pela mais flexível Heavenly Records, e "Weekender" pôde assim chegar ao público na sua versão integral. E, reconheça-se, em boa hora, pois, na sua generosa duração, este tema acaba por ser o testemunho definitivo de uma era única no contínuo pop. O tempo é o suficiente para a alternância dos altos e baixos que se vão vivendo ao longo de uma noitada de farra e consumos pouco saudáveis. A letra, debitada por Liam Maher ao melhor estilo do agitador Shaun Ryder, é feita de meras invectivas ao hedonismo puro. Em sintonia com a celebração do fim-de-semana associada à música, "Weekender" foi objecto de um vídeo promocional notável, da autoria do então quase desconhecido W.I.Z.. Dividido em duas partes, é uma espécie de mini-filme que retrata de forma crua a festa interminável, e a consequente decadência, da época.

[Pt. 1]

[Pt. 2]

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