POLY STYRENE
[1957-2011]
O dia que assinalou mais um aniversário da Revolução dos Cravos fica tristemente marcado pelo desaparecimento, vítima de cancro, de Poly Styrene, nascida Marianne Joan Elliot-Said, mas imortalizada com aquele pseudónimo enquanto carismática frontwoman dos X-Ray Spex. Foi à frente deste colectivo, formado na sequência do encorajamento que derivou da rebelião lançada pelos Sex Pistols, que Poly registou o fundamental Germ Free Adolescents (1978), um duro e estlizado ataque à sociedade de consumo, ao culto da imagem, e à moral castradora vigente. O disco é também um assumido manifesto feminista, e acabaria por fazer de Poly Styrene, a par de Delta 5, The Slits, e The Au-Pairs, as percursoras post-punk da emancipação feminina registada no universo pop desde então.
Com os X-Ray Spex extintos pouco depois da edição do primeiro álbum (houve um segundo coincidente com o discreto ressurgimento em meados de noventas), Poly remeteu-se à obscuridade, dedicando-se essencialmente ao recolhimento espiritual como forma de obviar as mazelas da doença bipolar. Há poucos meses, e em jeito de epitáfio, lançou Generation Indigo, apenas o segundo álbum a solo e motivo de um súbito pequeno renascimento junto da imprensa e do público. As motivações sócio-políticas eram as mesmas de sempre, só que actualizadas.
X-Ray Spex _ "Oh Bondage Up Yours" [Virgin, 1977]
Poly Styrene _ "Virtual Boyfriend" [Future Noise, 2011]
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