"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Not for diehards?
















Foto: Steve Gullick

É facto incontestável, pelo menos para cidadãos conscientes, de que a vertente maioritariamente instrumental do post-rock já conheceu melhores dias. A este declínio, tanto pela repetição como pelo vazio de ideias novas, tanto por culpa própria como do batalhão de cópias a papel químico, os escoceses Mogwai não escaparam ilesos. Coincidente com o esgotamento da dinâmica quiet/loud/quiet de torrentes guitarrísticas, o melhor que conseguiram foi refinar o jeito que levam para a escolha de títulos, muitas vezes misto de subversão e humor sarcástico. A cereja no topo do bolo é o nome do sétimo álbum de originais: Hardcore Will Never Die, But You Will. Porém, mais importante que estas questões de pormenor, é constatar que este novo trabalho é - pasme-se! - um pequeno golpe-de-asa que já não esperávamos do colectivo de Glasgow. Os indefectíveis da velha fórmula gasta têm, ainda assim, com que rejubilar. Para tal, basta apontar para o terço final do disco, onde encontram um "How To Be A Werewolf" impregnado de crescendos virulentos, ou  "You're Lionel Richie", apoteose épica capaz de fazer corar o senhor de carapinha referido no título. A renovação criativa, essa deriva em certa medida num maior apuro melódico, mas sobretudo e essencialmente do uso mais frequente dos teclados, ora em despique com as guitarras, ora em delicadas incursões pianísticas, mas mormente propiciadores de texturas densas que remetem para o kraut. Desta última faceta é exemplo flagrante o single de avanço, vocalizado e co-escrito pelo ex-Bows Luke Sutherland e herdeiro directo das malhas hipnóticas dos Neu! que ainda há pouco tempo também podíamos detectar na extintas Electrelane. Isto anda tudo ligado, é o que é!

"Mexican Grand Prix" [Rock Action, 2011]

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