"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

quarta-feira, 16 de abril de 2008

DISCOS PE(R)DIDOS #18

















SEBADOH
III

(Homestead, 1991)

Ao terceiro disco, os Sebadoh surgiam como algo mais do que um veículo para as gravações caseiras avulsas de Eric Gaffney e Lou Barlow, registadas em separado. Com a entrada de Jason Loewenstein não só ganhavam um terceiro compositor e multi-instrumentista, como adquiriam o estatuto de banda, ainda que os seus membros vivessem afastados por centenas de quilómetros.
Marco incontornável do chamado lo-fi, "género" que levou a novos patamares, III é a súmula das mais variadas estéticas do underground norte-americano da década que o precedeu. Tal compêndio resulta das diferentes sensibilidades de cada um dos compositores: Barlow contribui com cativantes melodias, essencialmente acústicas, para construir os temas mais emocionais; Gaffney adiciona o rock ruidoso, a facção pós-hardcore de III; por seu turno, as canções de Loewenstein, menor número, situam-se algures entre os dois extremos, funcionando como elemento de coesão.
É nesta "coerência incoerente" que reside o poder de sedução de III, um autêntico carrossel de sensações para o ouvinte - cada faixa é sempre diferente da anterior, evitando a previsibilidade e o aborrecimento.
Na recente reedição de que foi alvo por parte da Domino (quem mais?), III vem acrescido de um segundo disco de bónus. Para além de diversas versões alternativas para temas da edição original, o disco extra contém, na íntegra, o histórico (e raro) EP Gimme Indie Rock!. Motivo mais que suficiente para a sua aquisição.
Nas muitas vezes que tenho ouvido este disco, descubro sempre novas faixas preferidas, e chego à evidente conclusão: em III, os Sebadoh são um exemplo de coragem em assumir o risco, sem medo de errar. Uma característica de muitas bandas no passado, substituída por doses generosas de calculismo na esmagadora maioria da música actual. Sad but true!
O devaneio que se segue, responsável pelas honras de encerramento, comprova esta afirmação:

3 comentários:

eduardo disse...

estes já voltavam com disco novo.

Gosto bastante deste disco mas o "Bakesale" é o meu preferido.

Tive o prazer de conversar com o Lou quando este veio ao Mercedes e o tipo é 5 estrelas.

M.A. disse...

Mesmo não tendo tido esse prazer quando tocou na ZdB (penso que na mesma altura), deu para perceber que é a "coolness" em pessoa. No concertaço dos Dinosaur em PdC fiquei com a mesma impressão.
Disco preferido acho que não tenho. Mas os temas de eleição são "Soul & Fire" (claro!) e, deste disco, "Scars 4 eyes".
Abraço

Shumway disse...

O primeiro grande disco.
seguiram-se Bubble, Bakesale, Harmacy.
E se podesse ainda incluia o "Freed Weed", que é um disco/compilação estranhamente atractivo.

Abraço