"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

terça-feira, 29 de outubro de 2013

R.I.P.


LOU REED
[1942-2013]

A esta hora já quase tudo foi dito sobre a morte de Lou Reed, notícia recebida com alguma surpresa na tarde do passado domingo, dia 27. No tocante à conversa de circunstância, diria até que já se disse demasiado. Pela importância do cidadão nascido Lewis Allan Reed, há 71 anos em Nova Iorque, e o seu contributo para a música rock nas últimas cinco décadas, não poderia, no entanto, deixar de fazer a justa homenagem.

Como se dizia acima, a triste notícia da morte de Lou Reed, inesperada pelo desconhecimento do seu estado de saúde, foi uma surpresa para uma imensa multidão. Na despedida, este vulto das facções mais rebeldes do rock, acabou por ser coerente com o trajecto de uma longa carreira, feita de muitas viragens e outras tantas surpresas. As primeiras foram a bordo dos The Velvet Underground, banda unanimemente reconhecida pelo seu contributo para o derrubar de muitas barreiras e clichés estabelecidos na linguagem rock, com enorme abertura à experimentação. Cada um dos quatro álbuns da banda em que participou, sempre como a principal força criativa, apesar das limitações técnicas, abre um novo capítulo evolutivo, feito tão mais valoroso se tivermos em conta que entre o primeiro e último distam apenas três anos e meio. Neles, a sua verve poética, fruto do precoce interesse pela literatura, é a transposição da cultura de rua nova-iorquina para canções que deixaram uma descendência imensurável, que vai das tendências arty aos maiores desafios experimentalistas da música popular. Feita de muitos altos, mas também de alguns baixos, a carreira a solo (pontuada também por discos de colaboração com outrem) prossegue essa aversão à estagnação, percorrendo diferentes géneros e aproximando aquilo a que chamamos "alta" e "baixa cultura", nunca temendo a controvérsia. Nada mal para quem, em tempos, apenas esperava pelo dealer com uns quantos dólares na mão...

I’m Waiting for the Man by The Velvet Underground on Grooveshark
[Verve, 1967]
 
Satellite of Love by Lou Reed on Grooveshark
[RCA, 1972]

Dirty Blvd. by Lou Reed on Grooveshark
[Sire, 1989]

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