"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Premier League














Pelas minhas contas, já lá vai mais de um par de anos desde que os Guided by Voices anunciaram o regresso à vida plena, aos palcos e aos discos. E logo com a chamada "formação clássica" dos tempos dourados da temporada 1994/95... Neste período já lançaram quatro álbuns, nada de excessivo vindo de quem nos habituou a uma produtividade acima da média. Isto, sem contar com a meia dúzia lançados no mesmo espaço de tempo por Robert Pollard, intrépido líder desta verdadeira "instituição" indie de Dayton, Ohio. Curiosamente, daqueles quatro registos, apenas um é do ano corrente, que já vai a mais de meio...

Com a "escassa" produção recente, poderíamos estar já para aqui a falar de preguiça, mas eu preferiria chamar-lhe antes crivo artístico. Com efeito, English Little League seria apenas mais um dos muitos se não fosse um dos melhores trabalhos dos GbV. Com uma coesão pouco habitual em quem está habituado a registar e a editar qualquer esboço de canção, é um disco fértil em "ganchos" que agarram à primeira qualquer adepto do rock-sem-merdas. Na primeira audição, e perante a eficácia de todos os 17 temas, é quase imperioso que sejamos percorridos por uma sensação de nostalgia pela tal era dourada, a da edição dos excelsos Bee Thousand e Alien Lanes, díptico obrigatório do catálogo dos GbV. Não sendo propriamente um tenor, Robert Pollard cumpre com louvor o papel de arena rocker de baixa fidelidade, algo herdado da fixação quase doentia pelos The Who que fazem dele um impersonator simultâneo de Pete Townshend e Roger Daltrey. Como sempre, não nos priva das letras que, a fazerem algum sentido, são reflexões metafísicas ou delírios induzidos sobre a vida no espaço. Por outro lado, na mão-cheia de temas em que deixa a marca (e a voz), o guitarrista Tobin Sprout revela uma certa suavidade entorpecida, o lado sensível por contraponto aos impulsos rock do seu camarada. Quando ambos se juntam na composição, saem pérolas a meio caminho de qualquer coisa deste calibre:

"Noble Insect" [Fire, 2013]

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