"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

(Quase) fora da toca
















De Jana Hunter ouvimos pela primeira vez falar como um dos nomes associados ao chamado freak-folk, tendência em voga dos alvores para meados da década passada. Foi, inclusive, uma espécie de protegida de Devendra Banhart, mais ou menos proclamado o guru da coisa. Lembro-me ainda de a ter visto ao vivo, aqui há uns anos, numa noite não mais que suficientemente agradável, dada a simplicidade extrema das canções apresentadas. Porém, foi há frente do colectivo Lower Dens que a moça nos seduziu em definitivo. Tudo por causa desse assombro de disco que dá pelo título de Twin- Hand Movement (2010), chegado tarde aos meus tímpanos, mas sempre a tempo de entrar sem contestação no top five do último triénio. Ao dito, poderia aplicar-se a célebre frase de Pessoa sobre determinado refrigerante se não fosse caso de entranhamento imediato.

Para 2012, e para gáudio de uma imensa minoria devota, o quarteto de Baltimore tem reservado o segundo álbum. Chama-se Nootropics e chega logo no começo de Maio, possivelmente para dar algum tom sombrio à Primavera. O primeiro avanço, chamado "Brains", já aí anda e leva-nos a crer que sim. Uma espécie de sonho atormentado, o novo tema segue as premissas do anterior registo, isto é, combustão lenta, melodias elípticas, e a voz de mistério de Jana a emergir, qual espécie inocente de Nico mas com cordas vocais treinadas. Uma ligeira diferença detectável relativamente às opções do passado recente é uma maior agrura das guitarras, com sublinhado na distorção. Para além de ser um tema que eleva as expectativas, é bom saber que é "descarregável", livre e gratuitamente, aqui. Basta clicar. 


"Brains" [Ribbon, 2012]

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