"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Dias de todos os santos
















Há perto de quatro anos, os All the Saints apresentavam-se ao mundo, longe de imaginar que seriam uma das últimas apostas da saudosa Touch and Go, uma das mais interessantes editoras norte-americanas que cessou a edição de música nova derivado da crise financeira. Traziam na bagagem o álbum Fire On Corridor X, um interessante disco orientado numa linha sónica que não enjeitava um piscar de olho ao psicadelismo. Apesar de ainda denotar alguma indefinição, não deixava de ser indicador de uma banda a ter sob olhar atento.

Nada faria prever, mesmo atendendo à súbita posição contratual do trio de Atlanta, que o sucessor seria de gestação tão lenta. Escutado com alguma insistência o novíssimo Intro To Fractions, posso afiançar-vos que valeu a pena a longa espera. Partindo dos pressupostos do antecessor, o novo álbum é, contudo, um trabalho de maior coesão. Para tal muito contribui o reforço de um negrume opressivo, sublinhado na voz de Matt Lambert, ora afogada nas texturas densas, ora de uma expressividade lancinante. Como um monólito de elevada opacidade sob o qual se vislumbram assomos de melodia, Intro To Fractions introduz ainda um apelo kraut inaudito, cortesia da bateria maquinal de Jim Crook. Resumindo, uma das raras pedradas no charco neste ano de 2012 que teima em descolar da mediania.

"Half Red, Half Way" [Souterrain Transmissions, 2012]

Sem comentários: