Hoje com 53 anos, o neozelandês Neil Finn já dedicou três quartos da sua vida à causa da música popular. Ainda juvenil, juntou-se aos Split Enz, o combo com pretensões arty liderado pelo irmão Tim que, em matéria de criatividade, deixa boa parte dos new-wavers ocidentais contemporâneos a milhas de distância. Já como timoneiro, integrou os bem conhecidos Crowded House, grupo de artífices pop que só não tem maior reconhecimento por causa da aversão que parte da geração de oitentas, presa no negrume bacoco, parece ter ao sucesso. No campo das actividades paralelas, refira-se que foi um dos responsáveis, juntamente com a esposa Sharon, pela reactivação da lendária Flying Nun Records, editora que estabeleceu aquele arquipélago do Pacífico como o autêntico paraíso indie.
Segundo o próprio, com a saída dos filhos de casa (relembre-se que o mais velho, Liam, tem carreira musical bastante consolidada), o casal ficou com demasiado tempo livre. Vai daí, convocaram os amigos Sean Donnelly, com vasta obra publicada sob a sigla JBS, e Alana Skyring (The Grates) e, juntos, fundaram os Pajama Club. O nome original da banda, nascida já no decorrer deste ano de 2011, era Pajama Party mas, por imperativos leagis, viu-se obrigada à pequena mudança. Nos escassos meses junto, o quarteto gravou já um álbum homónimo, com lançamento europeu previsto para dentro de duas semanas. Por aí já circulam uns quantos temas avulsos, e que revelam uma pop canónica e melodiosa, mas rica em pormenores. Este, por exemplo, não esconde a incurável reverência do mais sonante dos membros dos Pajama Club pela mestria pop dos fab four, ao mesmo tempo que faz a ponte com o que de melhor se fazia há perto de vinte anos.
"From A Friend To A Friend" [Lester, 2011]
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