"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

domingo, 11 de setembro de 2011

Ao vivo #69
















Six Organs of Admittance @ Teatro Maria Matos, 10/09/2011

Com uma carreira que remonta aos últimos anos do século passado, Ben Chasny é dos mais produtivos e bem relacionados músicos do actual circuito musical catalogável como leftfield. Na sua obra como Six Organs of Admittance distinguem-se duas diferentes facetas: uma mais dada aos derivados da "folk erudita" instituída pelo lendário John Fahey, e outra mais alinhada com as expressões drone. No todo, prevalece a primeira, também dominante no recente Asleep On The Floodplain.

Não é por isso de estranhar, e até porque se apresenta em solitário, que na noite de ontem Chasny enverede pela via acústica, pontuada por complexos rendilhados e uma boa dose de intimismo. Para o receber tem um auditório com uma lotação perto de estar completa e que sabe ao que vem, ou não fosse o músico californiano um habitué nos pequenos palcos deste país. A empatia, quase a roçar a reverência, fica bem patente na intensidade dos aplausos ao fim de cada música. E merecidos, diga-se, pois além da delicadeza das peças, apesar da exigência técnica tocadas com um desprendimento alarmante, Chasny ainda brinda o público com tiradas de um humor refinado. Menos virtuoso que alguns dos seus aparentados (James Blackshaw ou o malogrado Jack Rose, por exemplo), investe mais na criação de ambientes, normalmente de uma melancolia a roçar o sombrio. Para tal, recorre mais abundantemente aos tons graves e usa o trunfo da voz que, sem ser de excepção, tem uma expressividade assinalável numa escala que vai do murmúrio tímido ao exuberante falsetto. No final, e de ambas as partes, fica a sensação de um pequeno pedaço de serão bem passado entre amigos de longa data.

1 comentário:

strange quark disse...

Bom concerto. Confere! :)

Também me apeteceu escrever qualquer coisa sobre o concerto. Sempre é uma forma de manter viva a chama desta coisa.

Um abraço