"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Vidas passadas da pop (outra vez)
















Chamo a vossa atenção para as Grass Window, um trio de San Francisco, Califórnia, que toca tangencialmente a nova tendência lo-fi da América do Norte e vai já no segundo álbum. Se o primeiro (homónimo, do ano passado) passou completamente ao largo, o mesmo não se pode dizer do novíssimo Past Time, que me chegou aos ouvidos por via do labor deste compincha. Numa dezena de temas que somam a duração de uns escassos 26 minutos e meio, e que deixam escapar um certo travo a feminismo militante (afinal não é à toa que adoptam a designação dada às mães dos filhos ilegítimos), as Grass Window condensam a secura post-punk das Raincoats e das Essential Logic e a feitiçaria inclassificável das Electrelane. Todas as três meninas cantam, e muitas vezes em uníssono. É quando as três vozes se unem, ou se intersectam, que as Grass Window edificam monumentos de harmonia sobriamente melancólicos, distintos  da rispidez deliberada daquelas tias afastadas ou das lenga-lengas entorpecedoras das primas mais velhas.

"Shadow" [Kill Rock Stars, 2010]

1 comentário:

hg disse...

Gosto muito. E só espere que chegue a muitos ouvidos, ou pelo menos os suficientes para que elas venham cá dar um concerto. abc