"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Singles Bar #25

















TALULAH GOSH
Talulah Gosh [53rd & 3rd, 1987]

Every day she wakes up
Her life will be a movie
All the things she does, written in her diary
But when the day is done, she cannot tell the truth

Pretend her life's exciting
Pretend she'll never lose

Talulah Gosh was a film star for a day
Talulah Gosh was a top celebrity
You can lie to everyone
But please, please don't lie to me

Now she is a popstar
With her own TV show
Tells them all her stories
And hopes they'll never know

Do gosto pelos girl groups de sessentas, alguma northern soul, o punk bublegum dos Ramones, e as bandas post-punk escocesas da editora Postcard, a Grã-Bretanha de meados da década de 1980 via nascer o género que ficou conhecido como twee pop, imortalizado pela célebre cassete C86, suplemento áudio do primeiro número do semanário NME do ano de 1986. Nos meses que se seguiram, multiplicaram-se a um ritmo alucinante os projectos protagonizados por gente jovem, sensível e letrada, seguidora de bandas como Primal Scream, The Pastels, ou Shop Assistants.
Coube aos Talulah Gosh, provavelmente a banda mais paradigmática da nova ordem pop, realizar o sonho de assinar pela editora de Stephen Pastel, uma espécie de guru da comunidade twee, pela qual editariam um punhado de singles antes de implosão em 1988. "Talulah Gosh", o tema, tem todos os ingredientes, talvez no seu estado de maior refinamento, que fizeram a fama da banda liderada por Amelia Fletcher: guitarras chocalhadas, mas harmoniosas, vozes cândidas, e uma ingenuidade desarmante. Tanto o tema como o nome da banda foram inspirados por uma entrevista de Clare Grogan, ocasionalmente actriz e vocalista dos Altered Images, influência mainstream confessa do quinteto de Oxford.
Na década seguinte, a ferida aberta deixada pela morte precoce dos Talulah Gosh seria sarada por duas transfigurações: primeiro os Heavenly, depois os Marine Research. Isto, para além das aparições de Fletcher como convidada dos Pooh Sticks, The Wedding Present e Hefner. No nosso tempo, uma boa fatia da pop produzida na Suécia faz questão de manter bem vivo o espírito da coisa.

3 comentários:

eduardo disse...

os Talulah Gosh merecem bem o destaque.
Para quando uma crítica aos Crystal Stilts? Tá grande disco!

Shumway disse...

O "pop" no seu melhor.
Infelizmente deixaram tão poucos registos.
Os Heavenly também nos deixaram bons momentos de "pop".

Abraço

M.A. disse...

Descobri os Crystal Stilts há muito pouco tempo e meio por acaso. Ainda não ouvi o disco na íntegra, mas se for todo como o pouco que ouvi, está de facto um grande disco.