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Composto por doze canções (de redenção) e seis breves interlúdios (intitulados "Harmony" e o respectivo número de ordem), Songs In A&E chega às lojas lá mais para o fim do mês. No entanto, este vosso escriba já teve o privilégio de o ouvir e pode afiançar-vos que é o mais depurado e humano de todos os discos dos Spiritualized. Salvas as devidas distâncias, comparações a 13, dos Blur, fazem algum sentido.
É certo que não faltam as secções de cordas, os coros gospel, os metais opulentos, e até uma queda para o lado experimental. No entanto, é tudo servido em doses bem medidas, com a voz vulnerável de Pierce a pairar acima de toda a instrumentação. O melhor exemplo deste estado de coisas é "Sitting On Fire": a voz, por vezes a definhar, parece arrancada do leito de um moribundo. Em matéria de beleza, nenhum outro tema superará "Don't Hold Me Close", uma balada que não destoaria em Loaded, dos Velvet, cantada em dueto com Rachel Korine (esposa do realizador Harmony, para quem Pierce compôs parte da banda sonora de Mister Lonely, filme a estrear no Verão). Igualmente tocante é "Goodnight Goodnight", a faixa de encerramento, com a citação de um tema de Daniel Johnston nos últimos instantes. A referência, conta Pierce no referido artigo, é uma forma de agradecimento pelo estímulo dado pelo norte-americano no seu regresso à música depois da doença.
A destoar da atmosfera de serenidade que caracteriza Songs In A&E, lá pelo meio encontramos dois momentos de maior tensão: "Yeah Yeah", descendente do mesmo Dylan eléctrico que serve de inspiração a Nick Cave, e "You Lie You Cheat", garage rock sujo na linha do disco anterior.
Sendo ainda precoce qualquer tipo de vaticínio em relação aos melhores de 2008, afirmo sem hesitações estar perante um dos mais sérios candidatos ao lugar cimeiro.
Como cartão de visita, via Pitchfork, um magistral vídeo filmado na Islândia a fazer lembrar uma cena de um determinado filme de Michel Gondry...
É certo que não faltam as secções de cordas, os coros gospel, os metais opulentos, e até uma queda para o lado experimental. No entanto, é tudo servido em doses bem medidas, com a voz vulnerável de Pierce a pairar acima de toda a instrumentação. O melhor exemplo deste estado de coisas é "Sitting On Fire": a voz, por vezes a definhar, parece arrancada do leito de um moribundo. Em matéria de beleza, nenhum outro tema superará "Don't Hold Me Close", uma balada que não destoaria em Loaded, dos Velvet, cantada em dueto com Rachel Korine (esposa do realizador Harmony, para quem Pierce compôs parte da banda sonora de Mister Lonely, filme a estrear no Verão). Igualmente tocante é "Goodnight Goodnight", a faixa de encerramento, com a citação de um tema de Daniel Johnston nos últimos instantes. A referência, conta Pierce no referido artigo, é uma forma de agradecimento pelo estímulo dado pelo norte-americano no seu regresso à música depois da doença.
A destoar da atmosfera de serenidade que caracteriza Songs In A&E, lá pelo meio encontramos dois momentos de maior tensão: "Yeah Yeah", descendente do mesmo Dylan eléctrico que serve de inspiração a Nick Cave, e "You Lie You Cheat", garage rock sujo na linha do disco anterior.
Sendo ainda precoce qualquer tipo de vaticínio em relação aos melhores de 2008, afirmo sem hesitações estar perante um dos mais sérios candidatos ao lugar cimeiro.
Como cartão de visita, via Pitchfork, um magistral vídeo filmado na Islândia a fazer lembrar uma cena de um determinado filme de Michel Gondry...
"Soul On Fire" (Sanctuary, 2008)
7 comentários:
é, realmente, muito bom!... assim como este post.
abraço.
Cá aguardamos :-)
Abraço
Felizmente, é muito melhor que este post :)
Tanta modéstia até lhe fica mal, caro amigo... Ainda não ouvi o disco, mas a amostra promete muito. E o post também.
Ab.
O albúm é fabuloso.. o vídeo faz mesmo lembrar o eternal sunshine of the spotless mind... bolas, que tou com pele de galinha
Abraço
Manuel (prozac)
Pelo que leio, isto promete... em consonância com a amostra. Bom pronúncio também para 10 de Julho.
está de saúde e recomenda-se...
5*
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