Animal Collective + Atlas Sound @ Lux Frágil, 28/05/2008
Desilusão, decepção, frustração - três palavras que exprimem o meu sentimento depois do concerto dos Animal Collective (AC) de ontem à noite. Com um início demasiado Panda Bear para o meu gosto, só ao quarto tema tive uma ligeira esperança de que a coisa "descolasse", quando Avey Tare pegou na guitarra e se aproximou do microfone. Foi sol de pouca dura, já que, ao fim de pouco tempo, o agora trio caiu nos mesmos devaneios inconsequentes. Compreende-se que haja uma opção por dar maior destaque ao último Strawberry Jam, nitidamente inferior aos dois álbuns anteriores, mas custa-me a entender que, mesmo assim, tenham deixado de fora do alinhamento o momento maior daquele disco. Falo obviamente de "For Reverend Green".
Depois de um concerto longo - demasiado longo - o encore (com "Grass" e "Who Could Win A Rabbit" acabaria por ser uma bêncão. Tivesse havido "Banshee Beat" e estariam quase perdoados de tão penosa prestação.
Em suma, algo que se esperava inebriante e acabou por ser entediante. Mas, uma boa dose da culpa poderá ser atribuída às altas expectativas criadas por um concerto mágico, lá para os lados de Cacilhas, há coisa de dois anos e meio.
Antes dos AC, e depois da interminável espera (mau hábito já habitual em algumas salas de concertos), passou pelo palco do Lux Atlas Sound, o projecto pessoal de Bradford Cox, frontman do Deerhunter. Passou e quase nem se deu por ele, já que Cox, sozinho em palco, optou por passar o breve concerto sentado no chão, tornando-se invisível para uma boa parte do público. Não retirando qualquer brilho à canções de sonho que conhecemos dos discos, esta estratégia poderá não ter sido a melhor, uma vez que não conseguiu prender a atenção da assistência que, na sua maioria, se comportou como se estivesse a ouvir música gravada.
Para o saldo francamente negativo da noite, muito terá contribuído o local das ocorrências: uma sala quente, abafada, com uma acústica sofrível e evidentes "barreiras arquitectónicas" à realização de concertos em condições decentes. Ainda para mais, apinhada de gente que ainda não percebeu que, para que duas pessoas que se desloquem em sentidos contrários se possam cruzar, é necessário que uma delas ceda a passagem. A menos que uma delas passe por cima... e, ás vezes, é o que apetece fazer...
Quanto ao preço das bebidas... bem... aos frequentadores daquele antro deveria ser vedado o direito de comentar o preço dos combustíveis...
Depois de um concerto longo - demasiado longo - o encore (com "Grass" e "Who Could Win A Rabbit" acabaria por ser uma bêncão. Tivesse havido "Banshee Beat" e estariam quase perdoados de tão penosa prestação.
Em suma, algo que se esperava inebriante e acabou por ser entediante. Mas, uma boa dose da culpa poderá ser atribuída às altas expectativas criadas por um concerto mágico, lá para os lados de Cacilhas, há coisa de dois anos e meio.
Antes dos AC, e depois da interminável espera (mau hábito já habitual em algumas salas de concertos), passou pelo palco do Lux Atlas Sound, o projecto pessoal de Bradford Cox, frontman do Deerhunter. Passou e quase nem se deu por ele, já que Cox, sozinho em palco, optou por passar o breve concerto sentado no chão, tornando-se invisível para uma boa parte do público. Não retirando qualquer brilho à canções de sonho que conhecemos dos discos, esta estratégia poderá não ter sido a melhor, uma vez que não conseguiu prender a atenção da assistência que, na sua maioria, se comportou como se estivesse a ouvir música gravada.
Para o saldo francamente negativo da noite, muito terá contribuído o local das ocorrências: uma sala quente, abafada, com uma acústica sofrível e evidentes "barreiras arquitectónicas" à realização de concertos em condições decentes. Ainda para mais, apinhada de gente que ainda não percebeu que, para que duas pessoas que se desloquem em sentidos contrários se possam cruzar, é necessário que uma delas ceda a passagem. A menos que uma delas passe por cima... e, ás vezes, é o que apetece fazer...
Quanto ao preço das bebidas... bem... aos frequentadores daquele antro deveria ser vedado o direito de comentar o preço dos combustíveis...
7 comentários:
Aqui no Porto o gajo dos AS ainda esteve em pé um par de vezes. A doença deve ser bem lixada, é compreensivel. por outro lado o publico mostrou-se pelo menos curioso e esteve o tempo todo com atenção, um pouco estupefacto, nalguns casos, mas a curtir.
então foi um copy/paste descarado do concerto no Batalha!
Confesso que nunca tive muita paciência para este pessoal. Talvez culpa minha, que também desisti depressa de os ouvir com atenção. Pena não teres gostado do concerto.
Abraço, bom f.d.s.!
Eu gostei muito do concerto. Como não os tinha visto antes, corresponderam às expectativas. Só tive pena de não ter havido encore, nem ter ouvido/reconhecido "Grass" ou "Who Could Win a Rabbit", que (penso que) não tocaram.
Essa parte do "obviamente" é pessoal, não é?
Em relação ao civismo aqui por cima, só lamento que alguns fumadores continuem a desrespeitar a lei e (principalmente) os outros.
Abraço!
Meu caro Puto:
À semelhança de todas as opiniões emitidas neste tasco, aquela parte do "obviamente" é pessoal. Mas isso nem precisavas de perguntar...
Sendo fumador, como bem sabes, também me chateiam essas atropelos à lei. Boa ou má, ela existe e é para cumprir. É assim que esses mentecaptos dão mais força aos fundamentalistas anti-tabagismo.
Por cá, eu já deveria estar habituado aquilo que nem me parece ser falta de maneiras: diria antes tratar-se de uma patologia grave, mais ou menos generalizada, designada por autismo. A coisa foi ao ponto de me fazer desistir de uma ida à casa-de-banho...
Abraços e bom fds a todos!
O som não estava grande coisa, é bem verdade, mas talvez o facto de estarmos em posição lateral em relação ao palco (e por isso atrás das colunas) só tenha piorado essa situação.
Mas, sê realista: o concerto dos 10 anos da ZDB no Ginjal, (instalações do antigo Club Náutico de Almada), foi tão esgrouviadamente bom que dificilmente este o poderia superar, ainda para mais reduzidos a trio.
gostei bastante da viagem sensorial alucinante dos AC, como foi a primeira vez que os vi n tinha grandes expectativas ...
foi realmente estranho n ver o Bradford Cox a tocar .... ficava a sensação q n havia ninguém a tocar, em todo o caso gostei bastante do "set" dele :)
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