MORRISSEY
"That's Entertainment" (HMV, 1991)
[Original: The Jam (1980)]
Senhor de uma certa arrogância (mais um eufemismo), na sua fase mais representativa, Morrissey raramente confessou influências vindas de dentro do meio musical. E quando o fazia, era para citar uma qualquer cantora semi-obscura dos sixties...
Para os mais perspicazes, era indisfarçável um certo paralelismo entre os retratos amargos do quotidiano britânico que povoavam muitos dos temas dos Smiths e as canções com que, poucos anos antes, um jovem, de seu nome Paul Weller, despertara consciências numa Inglaterra pós-punk.
Um pouco timidamente (esta versão é um b-side de Sing Your Life), em 1991, Morrissey dá finalmente a mão à palmatória. A escolha não poderia ser mais acertada, pois "That's Entertainment" não só é a melhor canção dos The Jam (e eles têm muitas e muito boas), como o mais valioso testemunho da condição da classe operária criado por um súbdito de Sua Majestade. Melhor mesmo que "Working Class Hero"...
O tom seco e interventivo usado por Weller no original, é substituído na recriação de Morrissey por um certo ar de desencanto. Único senão desta versão é a perda da ironia mordaz que caracteriza o original. Ainda assim, vale bem a pena. Quanto mais não seja como justa homenagem.
Para os mais perspicazes, era indisfarçável um certo paralelismo entre os retratos amargos do quotidiano britânico que povoavam muitos dos temas dos Smiths e as canções com que, poucos anos antes, um jovem, de seu nome Paul Weller, despertara consciências numa Inglaterra pós-punk.
Um pouco timidamente (esta versão é um b-side de Sing Your Life), em 1991, Morrissey dá finalmente a mão à palmatória. A escolha não poderia ser mais acertada, pois "That's Entertainment" não só é a melhor canção dos The Jam (e eles têm muitas e muito boas), como o mais valioso testemunho da condição da classe operária criado por um súbdito de Sua Majestade. Melhor mesmo que "Working Class Hero"...
O tom seco e interventivo usado por Weller no original, é substituído na recriação de Morrissey por um certo ar de desencanto. Único senão desta versão é a perda da ironia mordaz que caracteriza o original. Ainda assim, vale bem a pena. Quanto mais não seja como justa homenagem.
5 comentários:
Não consigo perceber se gosto mais do original ou da versão.
Acabam por soar bastante diferentes mas são igualmente boas.
Vê-se mesmo que tens a caixa dos singles :-)
Muito boa.
Abraço
Tem, tem. Alguém lha deu de presente de aniversário...
Pois foi! Quem terá sido?! :)
Por acaso é uma das maiores relíquias musicais que tenho cá por casa. Mas ainda me falta a segunda...
Vai pedinchando, pode ser que tenhas sorte para a próxima vez...
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