"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

terça-feira, 24 de julho de 2007

SINGLES BAR #12

XTC
Making Plans For Nigel (Virgin, 1979)

We're only making plans for Nigel
We only want what's best for him
We're only making plans for Nigel
Nigel just needs this helping hand
And if young Nigel says he's happy
He must be happy
He must be happy in his work

Ao contrário das bandas new wave norte-americanas, formatadas para o sucesso comercial, as suas congéneres britânicas (excluindo os carreiristas The Police) exibiam orgulhosamente arrojo artístico e uma certa consciência sócio-política, constituindo algo de novo e fresco no panorama pop de então. A título de exemplo, refiram-se nomes como Elvis Costello, The Teardrop Explodes, The Psychedelic Furs, ou estes XTC, tudo gente nos píncaros da crítica musical na passagem dos setentas para os oitentas.
Oriundos da cidade sulista de Swindon, e apesar de serem um quarteto, os XTC eram sobretudo um veículo para o prodígio da composição da dupla Andy Partridge/Colin Moulding. Já com dois álbuns promissores editados, 1979 seria o ano do brekthrough para os XTC, com a edição de Drums And Wires, disco que abria com este "Making Plans For Nigel".
Marcado pelas guitarras de arestas afiadas e pela batida voluptuosa, "...Nigel" ´fazia, com um sorriso amarelo, a paródia de uns pais proteccionistas e inadaptados aos novos tempos, ao mesmo tempo de dava algumas alfinetadas no recém-criado regime Thatcher. Tudo servido por um vídeo promocional bastante arrojado para a época.
Nos anos seguintes, e até ao presente, com formações variáveis à volta duo nuclear, os XTC continuaram a refinação da fórmula pop herdada dos Beatles e dos Kinks em discos tão importantes como English Settlement (1982), Skylarking (1986), ou o duplo Nonsuch (1992). A partir daqui, as edições começaram a rarear mas nem por isso a alquimia se perdeu.
Vídeo de "Making Plans For Nigel"

4 comentários:

Joe disse...

"Guitarras de arestas afiadas"? Será isso um eufemismo para certa expressão muito em voga na crítica musical, contra a qual me lembro de te teres insurgido nos primórdios deste excelente tasco? :))))))
Agora a sério... nunca consegui ir muito à bola com os XTC, e não foi por falta de tentativas. Simplesmente não os consigo achar entusiasmantes, como acho (para me ficar pelos nomes que citas) os primeiros discos do Costello e dos Furs. Pode ser que um dia ainda lhes venha a encontrar o encanto, mas até lá são para mim uma banda sobrevalorizada deste magnífico período da pop.
Hugs!

M.A. disse...

O facto de me ter insurgido contra o uso desmedido da dita expressão não impedirá que a use, sem qualquer espécie de eufemismo, sempre que o seu uso se justifique. Mas é uma boa observação, anyway.:)))
Quanto aos XTC, olha, não podemos gostar de tudo. Apesar de não concordar, compreendo quando dizes que são sobrevalorizados. Não são assim tantos os que lhe fazem referência mas, por norma, têm uma certa tendência para cair no exagero. Mas também acho que cada casa portuguesa devia ter, pelo menos, um exemplar de compilação singles "Fossil Fuel".
Abraço.

Shumway disse...

ACABASTE DE ME ROUBAR UM POST :)

Um dos meus singles favoritos de sempre.
E também não posso concordar com o Joe, os XTC foram uma das bandas mais interessantes a surgir na ressaca do punk.

Abraço

M.A. disse...

O roubo do "There She Goes" está vingado :)

Abraço