"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

domingo, 3 de junho de 2007

(A)VERSÕES #2

PATTI SMITH
Twelve (Columbia, 2007)

Que a carreira de Patti Smith já conheceu melhores dias é um facto que nem os razoáveis - mas inconsequentes - discos recentes conseguem desmentir. Outro facto mais ou menos do domínio público é a sua aptidão para versões de canções de outros: "Gloria" de Van Morrison continua a ser um marco na sua já longa carreira, e a revisão de "When Doves Cry" de Prince, incluída como brinde na compilação de há cinco anos, é digna dos maiores encómios.
Neste contexto, não suspreende que, chegados a 2007, Smith opte por fazer um disco inteiro de versões (doze ao todo). Assim como também não suspreendem as doze canções escolhidas, ou seja, doze clássicos: Dylan, Hendrix, Stones, Neil Young, Stevie Wonder, The Doors, The Beatles...
E se, na revisão destes temas já com algumas décadas, o estilo característico de Smith, meio cantado, meio falado, não dá para passar além da mediania, em "Everybody Wants To Rule The World" (Tears for Fears) e "Smells Like Teen Spirit", as duas escolhas "mais recentes", o resultado chega mesmo a ser desastroso, com "a madrinha do punk" a subverter por completo o espírito das canções em causa. Ainda assim, perante a falta de chama generalizada, admito que "White Rabbit" é muito bom, mesmo não acrescentando nada de novo ao (excelente!) original dos Jefferson Airplane.
Mas o que mais me irrita em Twelve (e em edições mais recentes de muitos músicos veteranos) é mesmo aquela aura espiritulista que percorre todas as canções, talvez numa tentativa de remissão pelas asneiras do passado. E o que é que eu tenho a ver com isso?!

1 comentário:

Sea disse...

nem tens tu, nem tem quem quer que seja :D