"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

FITAS #1

HALF NELSON (EUA, 2006)
Ryan Fleck

Filme proveniente do circuito independente do cinema norte-americano, Half Nelson (Encurralado, em Portugal... podia ser pior) é uma pedrada no charco no meio, tendo em conta a oferta recente em que as comédias amargas suburban noir se sucedem em catadupa, umas vezes bem sucedidas, outras nem tanto.
Drama intenso que conta a história de Dan Dunne, um professor de História (e treinador da equipa feminina de basquetebol) numa escola de alunos negros, e com um problema de natureza narcótica.
Um dia, após mais um treino, Dan é surpreendido no balneário pela aluna Drey a fumar crack. A partir daí, estabelece-se uma relação especial entre os dois, na qual a miúda de 13 anos, cujo irmão dealer se encontra a cumprir pena, acaba por ser o elo mais forte.
Além de uma abordagem não esteriotipada do mundo das dependências, esta película oferece-nos ainda interpretações soberbas dos dois actores principais: Ryan Gosling (com nomeação para o Óscar e tudo) e Shareeka Epps.
Perante tal densidade na construção dos personagens e tal escassez de meios, apetece dizer que ainda bem que nem todos dispõem de fundos como a menina Coppola para esbanjar em adaptações disparatadas de literatura light (do género biografia, neste caso).
Para os interessados, resta ainda acrescentar que a música do filme foi composta e interpretada pelos Broken Social Scene e que, numa determinada cena em que me apeteceu saltar da cadeira em júbilo, surge "A New England" do grande Billy Bragg.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

SINGLES BAR #3

GALAXIE 500
Fourth Of July (Rough Trade, 1990)

I wrote a poem on a dog biscuit
And your dog refused to look at it
So I got drunk and looked at the Empire State Building
It was no bigger than a nickel

And if it don't improve
Then I have to move
I never thought that I would end up here
Maybe I should just change my style
But I feel alright when you smile

I stayed at home on the Fourth of July
And I pulled the shades so I didn't have to see the sky
And I decided to have a Bed In
But I forgot to invite anybody

And when I fell asleep
The neighbors had a peep
I never thought that I would end up here
Maybe I should just change my style
But I feel alright when you smile

Esta consegue tavez ser a canção mais "up" de toda a fugaz mas genial carreira dos Galaxie 500, um trio de Boston obcecado pelos Velvet Underground (o b-side era uma versão de "Here She Comes Now") e responsável pelo lançamento das bases daquilo que mais tarde se veio a designar por sad core.
À data da sua edição ouvi-a vezes sem conta e, a cada vez, apetecia-me que aquele na-na-na após o último verso fosse interminável.

BRETT ANDERSON QUASE

Brett Anderson, voz dos extintos Suede, vai editar o seu álbum de estreia homónimo no próximo dia 26 de Março. O art work do disco, à semelhança do que acontecera em Head Music, álbum de 1999 da banda-mãe, ficou a cargo de Peter Saville. Duas semanas antes, e como aperitivo, sai o single "Love Is Dead", o qual já ouvi e me traz à memória os momentos mais intimistas de Coming Up e Head Music, com a voz de Anderson em grande forma, mas pouco mais.
Estamos, portanto, longe dos tempos gloriosos de Suede e Dog Man Star, aos quais eu duvido que haja retorno. Mas também não me parecia tarefa fácil...

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

PRETTY GIRLS CAVAM A SEPULTURA

Cerca de um ano após a edição do bem sucedido Élan Vital, uma das minhas escolhas pessoais do ano de 2006, os Pretty Girls Make Graves anunciam a separação.
Esta informação foi veiculada no sítio oficial da banda de Seattle, alegando como motivo para tal decisão o abandono do baterista Nick Dewitt.
No entanto, e antes do fim, ainda há espectáculos agendados para o próximo mês de Maio.
Depois das Sleater-Kinney e The Organ no ano passado, apetece perguntar: mas que raio se passa com estas bandas de meninas para as levar a cessar funções em tão bom momento de forma?

domingo, 25 de fevereiro de 2007

DISCOS PE(R)DIDOS #3

HELP SHE CAN'T SWIM
Fashionista Super Dance Troupe (Fantastic Plastic, 2004)

Num período em que a miscelânea de géneros apararentemente antagónicos esteve na ordem do dia, conferindo ao indie pop uma faceta mais hedonista, é muito estranho este disco ter passado ao lado de muito boa gente.
Vozes masculinas e femininas, ora intercaladas, ora gritadas em simultâneo, fazem a receita deste rebuçado que tanto dá um tratamento folgazão ao hardcore num momento, como de seguida apresenta teclados puramente kitsch, tudo embrulhado num lote de 11 canções curtas e directas de pura diversão. Mas a brincar, a brincar, e sem pretensiosismos artísticos, os Help She Can't Swim dão aqui a prova cabal de que dominam a matéria melhor do que muitas bandas mais "sérias".
É face a estas premissas que se afigura quase criminoso como um tema como "My Own Private Disco" (os Long Blondes antes do tempo) não ter sido transformado num hit das noites de qualquer discoteca mais criteriosa. E como foi possível resistir ao pouco mais de minuto e meio do frenesim que é "Fermez La Bouche"? Ou à folia descontroloda de "Boy Toy"?
Mas entre temas que apetecem ouvir só pelo nome, não há como "What Would Morrissey Say?" e o seu refrão sugestivo "'You dance like your dad at a disco, What would Morrissey say?", ao qual se adpatam as mesmas palavras ditas sobre "My Own...".
Salvas as devidas diferenças estécticas, tenho a certeza que este disco não vai desiludir os apreciadores de nomes com Mclusky, Art Brut ou do primeiro dos Brakes, por isso façam favor de ouvir à confiança. Delírio garantido!

THE EAST IS THE BEST

Com álbum novo de título genérico No Shout, No Calls prestes a sair (30 de Abril), as meninas Electrelane podem muito bem ser uma das coqueluches do 2007.
Diz quem já ouviu que o som do quarteto de Brighton está bem mais acessível do que em registos anteriores, talvez numa tentativa de a banda alargar o seu público.
Eu, pelo que ouvi, só posso dizer: bendita acessibilidade! "To The East", o single de avanço é, tão somente e até ao momento, a melhor canção do ano (não, não me estou a esquecer dos Shins).

sábado, 24 de fevereiro de 2007

SHELLAC: NOVO ÁLBUM?

Exultem de alegria todos os seguidores de Steve Albini e do seu genial combo de math rock: rumores não confirmados garantem que o homem, por entre os inúmeros trabalhos de "produção" (Joanna Newsom e The Stooges são os mais visíveis nos últimos tempos), arranjou tempo para gravar um novo álbum com os Shellac.
O título apontado é Excellent Italian Greyhound com edição prevista para os primeiros meses de 2007.
Sobre este rumor, o sítio da Touch and Go, editora da banda, é evasivo: "Shellac will have a new LP anytime between now and the future". Nem mais!

EM ESCUTA #5

THE BESNARD LAKES
The Besnard Lakes Are The Dark Horse (Jagjaguwar, 2007)

Imaginem como soariam as melodias pueris dos Beach Boys (circa Pet Sounds) inseridas num contexto prog-rock. Pode parecer absurdo mas não é, pois nestas oito longas canções propostas em ...Are The Dark Horse os Besnard Lakes, grupo de Montreal (Canadá) formado pelo casal Jace Lasek e Olga Goreas, contando neste seu segundo fôlego com a ajuda de membros dos ilustres Godespeed You! Black Emperor, The Dears e Stars, provam que é possível fazê-lo e com óptimos resultados.
No seu último número, a revista britânica Uncut fazia o resumo perfeito desta obra: proviessem os Galaxie 500 de Twin Peaks em vez de Boston e soariam a algo semelhante.
E de facto, sobretudo nos temas "Disaster", "For Agent 13" e "Because Tonight", o fantasma do mítico trio bostoniano paira de forma intensa. No entanto, num todo mais negro, mais denso e povoado por riffs pesados, pelo que citar os Low de The Great Destroyer a propósito dos restantes temas (mormente "And You Lied To Me" e "Devastation") não será descabido.
Como se depreende pelo nome dos temas citados, ...Are The Dark Horse estará longe de ser o disco mais alegre a ser publicado este ano mas, como é comum dizer-se, a melancolia sempre foi melhor fonte de inspiração que a felicidade, e neste caso a regra cumpre-se mais uma vez neste forte candidato às listas a publicar dentro de meses.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

BLONDE REDHEAD NA PRIMAVERA

23 é o nome do álbum que o trio nova-iorquino Blonde Redhead se prepara para lançar, estando a data de edição europeia marcada para 23 de Abril, via 4AD. Nos Estados Unidos, o disco sai duas semanas antes, através da Touch and Go (editora "oficial" da banda).
Depois de há dois anos atrás terem sido para mim uma semi-desilusão com Misery Is A Butterfly, e a ajuizar pelo tema-título já disponível no MySpace, a coisa promete.
Se quiserem degustar este pequeno rebuçado, podem fazê-lo aqui.

SINGLES BAR #2


HOLE
Teenage Whore (Caroline, 1991)

Terceiro single da carreira da banda de Courtney Love, "Teenage Whore" foi também a primeira canção que lhes conheci.
Pormenor curioso é que a edição deste single antecedeu em algumas semanas a edição de "Smells Like Spirit", pelo que, à altura estávamos todos longe de imaginar o que estava para acontecer.
Apesar de ter já tomado contacto com a música das Babes In Toyland (nas quais Love teve uma passagem fugaz), o som que os (ou as) Hole apresentavam neste pequeno petardo era completamente novo para mim: aqueles riffs saídos da guitarra de Eric Erlandson, que mais faziam lembrar uma serra eléctrica, não tinham paralelo em algo de conhecido.
Produzido por Don Fleming, nome muito em voga nesses tempos, "Teenage Whore" continua ainda hoje a ser o meu tema preferido dos Hole, e isto apesar de considerar "Miss World" uma canção de excepção.
Conhecendo hoje tão bem as histórias de vida da Sra. Love, o provável cunho auto-biográfico patente na crueza deste tema é um autêntico murro no estômago.

TEEN SPIRIT vs. TERNURA DOS QUARENTA

Se fosse vivo, Kurt Cobain teria completado ontem quarenta anos.
Sempre que ocorre uma efeméride alusiva ao maior ícone pop dos últimos vinte anos, a questão que me coloco é sempre a mesma: como seria se aquele fatídico dia 5 de Abril de 1994 nunca tivesse acontecido?
Quando hoje olhamos para Dave Grohl, que tão bem tem sabido rentabilizar os poucos anos de contacto com o mártir, a possível resposta assusta.
Mas não creio que fosse essa a via a seguir. But, who knows?

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

A KIND OF MAGIC

WHITE MAGIC
Dat Rosa Mel Apibus
(Drag City, 2006)
Projecto assente no núcleo duro constituído por Mira Billote (ex-Quix*o*tic) e 'Sleepy' Doug Shaw, os White Magic contaram ainda com a colaboração de músicos tão distintos como Jim White (Dirty Three) e Tim DeWit (Gang Gang Dance), entre outros, neste seu registo de estreia em formato grande.
Depois de um bem recebido EP há três anos, e de um split com os American Analog Set, Dat Rosa Mel Apibus ( "a rosa dá mel às abelhas", em latim), editado em Novembro passado, leva o chamado freak-folk a novos patamares.
Dizer que estas 12 canções, essencialmente movidas ao piano, contêm um forte pendor "gótico" pode, assim no "papel", trazer-nos à memória nomes como o de Nina Nastasia. Mas, se ouvirem o disco, vão logo notar uma subtil presença da música africana, nomeadamente nas guitarras, e uma espiritualidade omnipresente que coloca os White Magic a milhas de distância da sua conterrânea nova-iorquina. E convém também realçar que a voz de Mira Billote não é daquelas que se ouvem todos os dias.
Fica então avisado quem quiser sentir esta magia de perto: os White Magic dão um salto ao burgo a 4 e 5 de Maio, com concertos agendados para o Maxime (Lisboa) e Theatro Circo (Braga), respectivamente.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

SINGLES BAR #1


KITCHENS OF DISTINCTION
Prize (One Little Indian, 1988)
Segundo single na carreira dos Kitchens of Distinction (KOD), Prize é também o meu primeiro contacto com a música deste trio londrino infelizmente tão esquecido nos dias que correm.
Ainda me lembro como se fosse hoje da primeira vez que ouvi este tema num programa de rádio "Sete Mares" que a Sílvia Alves tinha na Antena 1. Na altura era ainda um novato no meio indie e muitas vezes limitava-me a seguir as recomendações de alguns conhecidos mais velhos, as quais consistiam basicamente nas bandas sacro-santas do início dessa década.
Mas este tema caracterizado por uma muralha de guitarras que flirtava ligeiramente com a cena shoegazing então eminente, apanhou-me à primeira audição e passou a constar em quase todas as minhas mix tapes desses tempos. Por cima da torrente, a voz de Patrick Fitzgerald, no seu estilo único, instenso e apaixonado, marcava a diferença.
À semelhança de tantos outros temas posteriores, Prize tinha um cunho extremamente pessoal por parte do vocalista e letrista, pois sendo inspirado pelo artista francês Jean Cocteau, era uma espécie de catarse em relação à "culpa" pelas suas orientações sexuais.
Contemporâneos dos House of Love e dos Wedding Present, e igualmente sucessores dos Smiths, os KOD gozaram, tal como os seus pares, de algum reconhecimeto por parte da comunidade indie, mas a Madchester estava prestes a chegar e a partir daí outro galo cantaria.

BRING THE NOISE!

Oriundos de Londres e liderados pela figura carismática da vocalista/baixista Shingai Shoniwa, os Noisettes são uma das novas bandas que mais me surpreendeu neste ano de 2007.
No seu país de origem, e como é costume com qualquer nova banda mais ou menos interessante, andam nas bocas de meio mundo, tendo já o entusiasmo gerado pelos concertos incendiários valido à banda um contrato com a gigantesca Universal que acaba de editar o álbum de estreia What's The Time Mr. Wolf?.
Não tendo ainda ouvido o álbum na íntegra, mas tendo já travado conhecimento com algumas das suas canções, asseguro que o som garage adornado pela potente voz de Shingai é agitação garantida na pista de dança.
Mas se quiserem ficar com uma ideia mais precisa do que seria um misto dos Stooges e dos Yeah Yeah Yeahs liderados por uma voz negra, dêem um pulinho até à página da banda no MySpace.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

EM ESCUTA #4

DEERHUNTER
Cryptograms (Kranky, 2007)

Aqueles que tiveram o prazer de assistir à prestação dos Deerhunter na primeira parte do concerto dos Liars no final do Verão passado, terão com certeza ficado agradavelmente surpreendidos. Eu, na minha condição de shoegazer saudosista, fiquei deliciado ao ponto de ter comprado este disco(a preço de amigo e ainda em edição promocional) no intervalo entre as duas bandas. Angus Andrew, frontman dos Liars, não se cansou também nessa noite de tecer elogios entusiasmados ao quinteto de Atlanta.
Ouvir os Deerhunter em disco revela-se, no entanto, uma experiência diferente daquela que é presenciar a banda em palco. Neste disco, as referências shoegazing mais directas estão apenas presentes no instrumental "White Ink", devedor das paisagens sonoras de uns Slowdive. Canções em sentido literal, na primeira parte de Cryptograms, apenas encontramos o tema-título. Os restantes temas, além do citado "White Ink", transportam-nos num hipnótico carrossel de abstraccionismos movidos à guitarra, um pouco à semelhança de uns Sonic Youth nos momentos mais contemplativos de Bad Moon Rising e Evol.
A partir da oitava faixa e até à derradeira décima segunda, temos um punhado de canções escorreitas do melhor indie pop. De todas elas, destacaria "Strange Lights", na qual os Deerhunter dão o devido tratamento ao legado dos Byrds, tal como os Ride o fizeram mais de dez anos antes, no período final da sua carreira (fase pós-shoegaze).
Não sendo um disco fácil, teme-se que Cryptograms não vá além do interesse de uns quantos curiosos. No entanto, todos aqueles que sejam apreciadores do trabalho das bandas citadas, e ainda dos Spacemen 3 e The Verve dos primórdios, fazem muito mal se não lhe derem uma atençãozinha.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

(A)VERSÕES

Confesso que tenho um ódio de estimação pelo projecto francês Nouvelle Vague. Não sendo eu daqueles que acham que há canções intocáveis, há vários motivos que me levam a rejeitar o muzak destes franceses:
- Uma versão de uma canção em regime bossa nova light até pode ter a sua piada. Dezenas de versões na mesma toada, além de pouco original, é fastidioso;
- Os Nouvelle Vague devem ser tipos semelhantes às pessoas que lhes compram os discos: aqueles nossos amigos que ouvem as mesmas canções há vinte anos e continuam a achar que têm muito bom gosto (agora já podem ouvir essas mesmas canções mais adaptadas à sua realidade, ou seja, aborrecidas);
- Apesar das canções originais serem, na sua maioria, de fino recorte, perdem toda a sua carga com este tipo de sonoridade;
- Por último, mas não menos importante, não sou lá grande apreciador de bossa nova e outras latinidades.
Embora achando todas as versões dos Nouvelle Vague sofríveis, há uma que me irrita solenemente: "Ever Fallen In Love (With Someone You Shouldn't've)" dos Buzzcocks. Não só porque é uma das minhas canções preferidas de sempre, como também por ser um clássico negligenciado, e por isso o público deveria conhecer melhor o original. Curiosamente, já há mais de vinte anos os Fine Young Cannibals fizeram uma versão (com grande sucesso comercial) deste mesmo tema, a qual, dentro do género, até não está má de todo.
Sendo na sua génese uma punk song, "Ever Fallen In Love" tem aquele apelo pop que só os Buzzcocks sabiam imprimir. Daí terem ganho o epíteto de "Punk Beatles".
Aberração semelhante, só conheço mesmo aquela versão de "There She Goes" dos La's por aqueles Six Pence qualquer coisa.

O SOM DAS ÁRVORES

BEACHWOOD SPARKS
Once We Were Trees (Sub Pop, 2001)

No início deste século, os Beachwood Sparks foram, juntamente com os Shins, a mola propolsora do surgimento da vaga neo-psychedelic-happy-sad que desde então tem dado os seus frutos no meio indepedente da música norte-americana.
Enquanto o quarteto do Novo México seguiu o seu caminho, e se prepara agora para conquistar o mundo, os Beachwood Sparks dissolveram-se em 2002.
Para além do disco homónimo de estreia, deixaram este pequeno tratado de beleza melancólica, no qual, para além de uma surpreendente versão de "By Your Side" de Sade, pontifica "Confusion Is Nothing New", essa pérola digna de figurar entre as melhores canções da década.
Ora oiçam lá e digam se não é mesmo bonita!

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

MONUMENTO À BELEZA

LAMBCHOP
Nixon (City Slang, 2000)

Já lá vão sete anos, mas parece que foi ontem!
Banda responsável, a par dos Whiskeytown, pela criação do rótulo alt-country, os Lambchop acresecentariam neste seu disco a soul à paleta sonora. O resultado é lindo de morrer, e a crítica e (algum) público rendiam-se de vez.
E a voz de Kurt Wagner nunca mais soou assim...

UMA NOVA MENSAGEM

Banda à parte na fornada de novas bandas surgidas no Reino Unido nos últimos anos, os Rakes conseguiram, sem hypes desmedidos, granjear um respeitável culto. Tudo graças às doses certas de energia e graciosidade contidas no debute Capture/Release. Os singles "22 Grand Job" e "Strasbourg" são daquelas coisas que fazem pular quando aterram na pista de dança.
Agora que se peparam para lançar o "difícil" segundo álbum (19 de Março) de título genérico Ten New Messages, os moços deixam-me curioso quanto ao futuro. Pela amostra do single de avanço "We Danced Together", já disponível no MySpace, fico com a impressão que se vão sair muito bem. Vai uma aposta?

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

EM ESCUTA #3

SWAN LAKE
Beast Moans (Jagjaguwar, 2006)


Editado já em finais de 2006, Beast Moans é o resultado do esforço conjunto de Dan Bejar (The New Pornographers, Destroyer), Carey Mercer (Frog Eyes) e Spencer Krug (Wolf Parade), numa espécie de super-grupo indie canadiano.
Num disco assombrado e assombroso, a puxar à bizarria, destacar este ou aquele tema, pode afigurar-se tarefa inglória. No entanto, logo às primeiras audições, os temas mais "convencionais" destacam-se dos restantes: o magistral "All Fires", com Krug nos comandos, no seu negrume grandioso, remete-nos para "Dinner Bells", faixa do até agora único álbum da carreira dos Wolf Parade; "The Freedom", com a voz de Dan Bejar a fazer lembrar Gordon Gano em toada ligeiramente neo-folk, é a prova que faltava para confirmar que Carl Newman não é o único pequeno génio compositor que alinha pelos New Pornographers; e "Are You Swimming In Her Pools?", mais uma vez com a prestação vocal de Spencer Krug em registo folky, bem distante daquilo que lhe conhecemos da banda-mãe.
Tudo o resto são pequenos fios de uma teia, que apesar de se estranhar ao primeiro contacto, nos vai enleando a cada nova audição.
Se quiserem saber de algum objecto de edição recente com alguma familiaridade com Beast Moans, talvez só mesmo Feels dos Animal Collective, sobretudo pelo constante recurso ao imaginário infantil. Contudo, se Feels era o lado radiante da infância, Beast Moans será o lado negro.

FOI HÁ 20 ANOS

Aconteceu a 7 de Fevereiro de 1987 a última aparição pública dos Smiths. Não se tratou de um concerto propriamente dito, mas antes uma participação no infame Festival de San Remo. A prestação da banda consistiu em 5 temas ("Shoplifters Of The World Unite", "There Is A Light That Never Goes Out", "The Boy With The Thorn In His Side", "Panic", e "Ask") posteriormente transmitidos pela televisão estatal italiana, promotora do evento.
Estando esta iniciativa inserida numa estratégia que visava levar a banda a um público mais alargado, não deixa de ser irónico que esta actuação tenha gerado alguma convulsão entre os quatro músicos. Com a degradação das relações, Johnny Marr abandonaria o barco no Verão desse ano, ainda antes do derradeiro álbum "Strangeways, Here We Come" ver a luz do dia. E o resto é história!

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

ATÉ JÁ

Por motivos de ordem logística, este blogue não irá ter quaisquer actualizações por um período não inferior a uma semana. Depois disso, prometo voltar com energias renovadas e muita música, nova e não só.
A todos aqueles que têm mostrado interesse, os meus sinceros agradecimentos.

O MEU PEQUENO PÓNEI

THE PONYS
Celebration Castle (In The Red, 2005)

Quarteto oriundo de Chicago, os Ponys são uma banda à parte na produção musical mais recente daquela cidade norte-americana. Este seu segundo álbum, e até agora o mais recente, é daquelas coisas que quando aterram no meu leitor de CDs ficam por lá dias e dias.

Imaginem um Robert Smith com menos 20 anos (e menos 20 quilos) a cantar a plenos pulmões em vez de choramingar. A coadjuvá-lo, uma banda com elementos dos Girls Against Boys e dos Fugazi, depois de uma dieta de Joy Division. Nas tarefas de "produção", o dedo clínico de Steve Albini. E é este o retrato Celebration Castle!

Segundo tenho conhecimento, o terceiro álbum de título Turn The Lights Out será editado a 20 de Março via Matador Records. Pela amostra já disponível no MySpace, está garantida mais uma bela cavalgada.