"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Singles Bar #76










MUDHONEY
Touch Me I'm Sick
[Sub Pop, 1988]



Com o primeiro de uma série de singles hoje verdadeiro objecto de colecção, a Sub Pop Records definiu aqueles que eram, pelo menos no curto prazo, os seus propósitos. Carta de apresentação dos Mudhoney, "Touch Me I'm Sick" tem ainda a particularidade de ter motivado o primeiro uso do termo grunge no contexto de "género" musical. Cedo se perceberia que, nas mãos de executivos e jornalistas musicais confusos, o rótulo colaria a algo bem mais próximo do rock dito tradicional. Porém, no seu período de vida underground, grunge era sinónimo de sujidade garage filtrada por uma atitude punk e alimentada por uma massiva dose de distorção. Todas estas características estão patentes em "Touch Me I'm Sick", petardo com riff convulso repetido no maior número de vezes possíveis na sua curta duração, e uma letra que sugere transgressão (álcool, drogas, sexo selvagem) berrada por Mark Arm com uma histeria desenfreada.

No outro lado da rodela encontramos "Sweet Young Thing Ain't Sweet No More", tema substancialmente mais arrastado, mas com a mesma monstruosidade de distorção, que terá inspirado a matriz dos conterrâneos Nirvana dos primórdios. Uma vez mais, a letra, de um primitivismo animalesco, transpira sexualidade por todos os poros. No título, os Mudhoney não escondem a filiação garage com uma óbvia referência a um um tema da Chocolate Watchband, uma espécie de pequeno "clássico" do género.


1 comentário:

O Puto disse...

Não é à toa que é uma das músicas que os Screaming Jelly Babies têm uma versão.