"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

NEM DE PROPÓSITO...

Dois dias após um post dedicado aos Hüsker Dü descubro, meio por acaso, que Bob Mould tem um novo disco com edição marcada para a próxima semana.
Depois de um par de audições aqui, torna-se fácil perceber que este District Line (Anti-), mesmo sendo um dos melhores registos de Mould a solo, está longe do fulgor de outras eras. E nem tal lhe era exigido, diga-se.
Em todo o caso, é sempre bom saber que um dos meus heróis continua por cá, a produzir música melhor que 95% da produção actual...

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

OS DIAS DA DANÇA

Contrastando com as noites sem fim e as temperaturas gélidas que são características da Suécia, a pop produzida naquele país nórdico é, regra geral, fonte de luz e calor.
No futuro posso vir a mudar de ideias mas, para já, estou a gostar disto:

Those Dancing Days "Hitten" (Wichita, 2008)

EFEITO DOMINÓ

Operando a partir de Londres, a Domino Records pode hoje orgulhar-se de ser a mais bem sucedida editora independente nascida no Reino Unido, o que não está nada mal para quem, há quinze anos, apenas queria fazer a distribuição de um single dos Sebadoh em solo europeu.
Com uma agenda preenchidíssima neste ano de 2008, sobretudo marcada pelo regresso muitos dos "consagrados" da casa (Franz Ferdinand, The Kills, Clinic, Sons & Daughters), os senhores da Domino têm também na manga uma série de novas apostas para acrescentar ao já extenso e ecléctico catálogo. Três dessas apostas já de seguida:



LIGHTSPEED CHAMPION
Devonte Hynes é um americano radicado em Inglaterra, antes conhecido como guitarrista dos electro-rockers Test Icicles. No seu vasto currículo consta ainda uma colaboração com os recomendáveis Whirlwind Heat.
Após a morte prematura dos Icicles (que, segundo o próprio, nunca gostaram da música que faziam), Hynes renasce agora sob o alter ego Lightspeed Champion e com uma sonoridade nas antípodas daquilo que lhe conhecíamos. A prova está no álbum Falling Off The Lavender Bridge, já disponível desde a semana passada.
Gravado em Omaha, no Nebraska, com a ajuda de vários músicos do "contingente Saddle Creek", Falling... é um disco pop elegante, suave e melancólico, com notórias contaminações country. Algo que poderia ter resultado da fusão de três entes bem distintos: Ryan Adams, Ed Harcourt e Kele Okereke. Depois de este último ter aprendido a cantar, é claro.
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THESE NEW PURITANS
Nunca pensou Mark E. Smith que, ao fim de 30 anos loucos à frente dessa instituição chamada The Fall, ser hoje mais citado que nunca.
Esta banda oriunda de Southend-on-Sea, uma pequena cidade costeira no sueste de Inglaterra, é mais uma trupe de afilhados daquele eterno desalinhado. Beat Pyramid, o primeiro álbum lançado ontem, é demonstrativo de uma pop transviada e musculada, com subtis apontamentos electrónicos que convidam à dança. A espaços trazem-nos também à memória a segunda encarnação dos PiL.
Vai uma aposta em como "Elvis", o single corrente, vai ser dançado desenfreadamente por muita boa gente nos próximos meses?
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CORRECTO
Esta banda escocesa tem algo mais em comum com os conterrâneos Franz Ferdinand (FF) do que o baterista, Paul Thomson. Tem também, uma certa propensão para a recuperação, em contexto vagamente arty, de alguns dos melhores sons que assinalaram a viragem dos setentas para os oitentas.
E é claro que há também diferenças: enquanto aquilo que conhecemos até agora da banda de Alex Kapranos tem uma certa queda para a festa, os Correcto apresentam-se com uma postura mais tensa, mais distante, mais séria. Trocando isto por miúdos, digamos que se a segunda banda preferida (logo a seguir aos Gang of Four) dos FF são os Orange Juice, os Correcto terão uma especial simpatia pelos Josef K, ou até pelos Wire.
O álbum de estreia homónimo está apontado para finais do próximo mês e tem nos singles "Joni" e "Do It Better" bons aperitivos. Sobretudo neste último.
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segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

For all the fucked up children of the world #2

Os discos dos Hüsker Dü sempre viveram da dinâmica criada pelas diferenças estéticas dos dois compositores/vocalistas: da pena de Bob Mould saíam os temas mais abrasivos, enquanto Grant Hart era responsável pelas canções marcadas por uma maior sensibilidade e, por isso, mais orelhudas.
Este tema, incluído em Candy Apple Grey, o primeiro álbum para uma major, é o paradigma da composição do segundo. Situado algures naquele ponto onde a pop e o punk se intersectam, segundo a "escola Buzzcocks", "Don't Want To Know If You Are Lonely" trata de um tema recorrente na escrita de Hart: como ultrapassar e sobreviver à dor da perda.
Enérgico, intenso, sentido, terá sido o mais próximo que os huskers estiveram de um verdadeiro hit...

Hüsker Dü "Don't Want To Know If You Are Lonely"
(Warner Bros., 1986)

GOING BLANK AGAIN #2

CEREMONY

Origem: Fredericksburg, Virginia (US)
Período de actividade: 2004-
Influências: Ride, My Bloody Valentine, The Jesus and Mary Chain, Slowdive
A ouvir: Disappear (Safranin Sound, 2007)
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domingo, 27 de janeiro de 2008

ANTES D'O MUNDO INVERTIDO

















FLAKE MUSIC
When You Land Here, It's Time to Return

(Omnibus, 1997)

Com um período de vida que se prolongou por uma boa parte da década passada, não se pode dizer que os Flake Music (FM) tenham alguma vez chamado a atenção de um número significativo de pessoas. Para a posteridade deixaram apenas um álbum, de título genérico When You Land Here, It's Time to Return, interessante colecção de canções pop de recorte clássico na senda dos grandes mestres do género.
Toda esta história não teria hoje grande interesse se o vocalista/guitarrista James Mercer não tivesse a dada altura iniciado um projecto paralelo aos FM, para o qual recrutaria mais tarde outros elementos da banda. Para nome de baptismo desse projecto, Mercer escolheu o título de uma das faixas deste When You Land...: "The Shins".
Sem exibir ainda a exuberância e o refinamento que fazem de Oh, Inverted World um clássico instantâneo, esta obra solitária dos FM apontava já as primeiras pistas para aquilo que viria a ser um percurso singular. Só por isso já merece ser resgatado ao esquecimento.

Flake Music no MySpace

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

A NOVA GÍRIA

"You gotta hear this one song. It'll change your life."
- Sam (Natalie Portman) in Garden State

The Shins "New Slang" (Sub Pop, 2001)

E já agora, um docinho para quem descobrir as capas de discos "encenadas" no vídeo.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

GOOD COVER VERSIONS #2

GIRLS AGAINST BOYS
"She's Lost Control"
(Hut/Virgin, 1995)
[original: Joy Division (1979)]

Discos de tributo plenamente conseguidos haverá muito poucos. I'm Your Fan, a homenagem organizada pela revista Les Inrockuptibles a Leonard Cohen, será um. A Means To An End, o tributo do underground norte-americano de meados da década passada aos Joy Division, é outro de que me lembro.
Neste segundo, que contou com o aval de Tony Wilson, por entre interessantes releituras de bandas dos mais variados quadrantes, destaca-se a faixa que abre o disco: "She's Lost Control", um dos temas chave do lendário Unknown Pleasures, revisto por essa referência incontornável da cena post-hardcore que dá pelo nome de Girls Against Boys (GvsB).
Partindo de um tema original frio, maquinal, quase tétrico, os GvsB, por força do uso de doses massivas de guitarra cortante e da vocalização frenética de Scott McCloud, fazem de "She's Lost Control" uma canção física, enérgica, e que apela à dança.
Dança esquizofrénica mas, ainda assim, dança...

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

GOING BLANK AGAIN #1

Embora com um período áureo confinado aos primeiros anos da década de 1990, não se pode afirmar com grande segurança que alguma vez o movimento shoegaze tenha desaparecido do mapa musical. De então para cá, têm sido inúmeras as bandas a fazer perdurar a memória de bandas como os Ride, My Bloody Valentine, ou The Jesus and Mary Chain. Nos últimos anos, então os nomes têm surgido como cogumelos, uns com mais visibilidade e interesse, outros com menos graça.
Sem entrar em apreciações qualitativas, pretendo agora, ao longo de todo este ano e com uma periocidade semanal, passar em revista muitas das bandas que mantêm esse espírito bem vivo. Aquilo a que eu chamaria uma espécie de AMG da cena nu-gaze...

AIRIEL
Origem: Chicago, Illinois (US)
Periodo de actividade: 1997-
Influências: Chapterhouse, Ride, Oasis, The Verve
A ouvir: The Battle Of Sealand (Highwheel, 2007)
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segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

CLÍNICA PARTICULAR

No já longínquo ano de 2000, fui completamente apanhado de surpresa por Internal Wrangler, a estreia em formato longo dos Clinic, onde o noise dos Velvet Underground casava na perfeição com o kraut dos Can. O recurso ao imaginário série B e a indumentária deveras original davam um certo ar de mistério à coisa, factor que fomentava o fascínio. A seu favor tinham também o facto de serem das poucas bandas oriundas de Liverpool a fugir à quase inevitável herança beatlesca (assim de repente o outro nome que me ocorre são os Teardrop Explodes).
Longe de serem uma desilusão, os discos subsequentes constituem um corpo de obra que não envergonha, perdendo obviamente o efeito surpresa associado ao debute.
A comemorar uma década de intensa actividade, os Clinic regressam em Abril próximo com o seu quinto álbum de originais, simplesmente intitulado Do It. Este disco leva, como de costume, selo da Domino Records. A antecedê-lo, no dia 1 de Fevereiro, o single "Free Not Free", é disponibilizado no sítio oficial da banda para download gratuito (artwork incluído).
Enquanto esse dia não chega, e em jeito de recordação, deixo-vos com fabuloso tema que serviu de aperitivo ao anterior Visitations.

"Harvest" (Domino, 2006)

EVERYTHING IN ITS RIGHT PLACE

É do conhecimento generalizado a tinta que fez correr a manobra levada a cabo pelos Radiohead na forma como disponibilizaram o último In Rainbows.
Muitos fazedores de opinião, munidos da aura dos profetas, não hesitaram em definir tal operação como mais uma machadada, quase fatal, na moribunda indústria discográfica.
Agora que In Rainbows surge no formato tradicional (ou em vários formatos) através da XL Recordings, com resultados comerciais nada desprezíveis, apetece dizer que, aquilo que seria um prenúncio de morte, tem mais ares de revitalização.
Tendo em conta que estamos a falar da banda que, num ápice, evoluiu do sofrível Pablo Honey (1993) para o soberbo The Bends (1995), e deste para o incontornável OK Computer (1997), face ao estado actual das coisas, diria que não ficariam a perder se infligissem a si próprios (e à sua música) semelhante safanão...

THE GEEKS SHALL INHERIT THE EARTH














No mais recente número da
Uncut é possível ler um interessante artigo dedicado ao momento presente da efervescente cena de Brooklyn, facção esquizóide. Para além de alguns nomes com alguma reputação (Gang Gang Dance, Grizzly Bear), a revista britânica destaca também uma série de neófitos a ter em conta (Dirty Projectors, MGMT, Yeasayer, Vampire Weekend, High Places).
Deste último lote, destacaria os MGMT (leia-se Management) como nome a reter. Partindo dos ensinamentos dos mestres Bowie e Eno, aos quais injectam a dose certa de inventividade, este duo, que em concerto se expande para um quinteto, produz algo que poderemos caracterizar de novo e refrescante. O resultado desta receita será em breve audível em Oracular Spectacular, o disco produzido pelo consagrado Dave Fridmann a merecer edição da multinacional Columbia.

MGMT no Myspace

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

CONSPIRAÇÃO NA SOMBRA

Sem que tenham ainda emergido de uma relativa obscuridade, pode-se atribuir aos CONSTANTINES uma boa parte da responsabilidade pelo interesse que tem gerado muita da música produzida no Canadá na alvorada deste novo século.
Nos três álbuns até à data, a banda soube procurar um possível elo perdido entre Springsteen e os Fugazi, com umas pitadas de Afghan Whigs, colhendo sempre louvores da crítica e de uns quantos devotos.
Desfeito o vínculo que os ligava à Sub Pop, a banda prepara-se agora para lançar o primeiro longa-duração na nova casa, nada mais, nada menos do que a Arts&Crafts, editora que tem desempenhado um papel fulcral na cena de Toronto, de onde os Constantines são também originários. A anteceder esse disco ainda sem nome, que chegará lá para Junho, está já disponível "Hard Feelings", o primeiro 7" de uma carreira iniciada em 1999. Tanto nesta tema como no b-side "Easy Money", vislumbra-se um som sujo e "garageiro" a tresandar a seventies. Ambos os temas podem ser escutados aqui.
Como exercício de nostalgia, deixo-vos com o tema que fez despertar todo o meu interesse por esta banda que já merece outro reconhecimento.

"Young Lions" (Sub Pop, 2003)

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

OS SONS DO ATLAS

Os poucos que tiveram o privilégio de assistir à única prestação dos Deerhunter em solo luso, guardarão decerto na memória o vocalista Bradford Cox, um ser frágil e de ar pouco saudável, mas com carisma e entrega de sobra.
Aproveitando a hibernação da banda principal (no que respeita a concertos, porque até há um novo disco na calha para 2008), Cox arranjou mais tempo para se dedicar ao seu projecto pessoal, ATLAS SOUND, com o debute em longa-duração agendado pela Kranky para 11 de Fevereiro.
Pelos temas a que já tive acesso de Let The Blind Lead Those Who Can See But Cannot Feel, pareceu-me estarmos perante mais um passo evolutivo na carreira deste músico genial que não pára de surpreender.

Atlas Sound no MySpace

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

O FUTURO, AGORA!

A todos aqueles que, tal como eu, aguardam impacientemente pela chegada de In The Future, e vão compensando com a audição ininterrupta da estreia homónima dos BLACK MOUNTAIN, deixo uma sugestão: dêem um saltinho aqui. Vão ver que vale a pena!

SINGLES BAR #18







RIDE
Leave Them All Behind

(Creation, 1992)


Wheels turning around
Into alien grounds

Pass through different times
Leave them all behind
Just to see

We've got so far to go
Until we get there
Just let it flow
Colours shining clear

Fading into night
Our grasp is broken
There's nothing we can do
I don't care about the colours
I don't care about the light

I don't care about the truth

Após um álbum de estreia brilhante, e uns quantos EPs de igual calibre, era grande a expectativa para Going Blank Again, o segundo longa-duração dos RIDE, quatro rapazes de Oxford que, apesar da tenra idade, tinham já dado provas de uma grande maturidade.
Logo nos instantes iniciais de "Leave Them All Behind", que surge neste formato reduzido a pouco mais de metade da duração da versão incluída no álbum, notamos os primeiros sinais de mudança, com a entrada ostensiva dos teclados. Após este intro, sobre a muralha de guitarras distorcidas, a harmonia das vozes de Mark Gardener e Andy Bell (hoje baixista dos Oasis) produzem um verdadeiro efeito hipnótico. Este tema retrata toda a essência dos Ride no seu período áureo: ruído, melodia e juventude.
Não são igualmente de desprezar os dois temas escolhidos para lado B: "Chrome Waves" é uma das mais belas canções de Going Blank... e surge aqui na sua versão primitiva, enquanto "Grasshopper" é um instrumental de dez minutos de puro psicadelismo.
A reacção popular a este single não se fez esperar, tornando-o o primeiro top ten da história da Creation. Isto, numa altura em que os Oasis ainda não tinham entrado em cena...

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

30 ANOS

"Ever get the feeling you've been cheated?"
(Johnny Rotten @ Winterland, San Francisco - 14/01/1978)

LET'S PRETEND WE'RE REID BROTHERS
















Por vezes, um pequeno golpe de génio é o suficiente para mudar o destino de uma carreira até aí frustrada. Foi o que aconteceu com
Stephin Merritt e os seus MAGNETIC FIELDS quando, em 1999, deram ao mundo o compêndio 69 Love Songs, álbum triplo que consiste nisso mesmo: 69 canções de amor, com a particularidade de percorrerem todos os géneros possíveis e imaginários.
De então para cá, este triunfo permitiu, não só a reedição de todo o trabalho anterior da banda (quase uma década dedicada a uma espécie de twee/synthpop/lo-fi inconsequente), como também um destaque desproporcionado nos media especializados a todo o material em que o seu mentor se viu envolvido a posteriori.
Chegou hoje às lojas, via Nonesuch Records, o apropriadamente intitulado Distortion, que mais não é do que a aplicação de camadas de distorção às produções spectorianas dos sixties. Estaríamos perante mais uma jogada de mestre, não tivesse esta ideia sido posta em prática por dois irmãos de Glasgow há mais de vinte anos. E, diga-se, com bem melhores resultados...

The Magnetic Fields no MySpace

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

ENCONTROS IMEDIATOS








MY BLOODY VALENTINE

Glider [EP]

(Creation, 1990)

Foi com alguma surpresa e muita satisfação que, há poucos dias, numa incursão despreocupada por uma grande superfície comercial, me deparei com um exemplar desta pequena relíquia. Para quem não sabe, Glider foi, à data da sua edição, prenunciador do colosso Loveless, do ano seguinte, sendo hoje relativamente difícil de encontrar.
São estes inesperados achados que dão um significado especial à compra de discos pelos meios tradicionais. E para este prazer ainda não há substituto, seja pirataria, pilhagem, ou mesmo compra on-line...


"Soon" [full length version]

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

XXXXXXXXIU!

Para os adeptos da bizarria, fica a notícia (ou a lembrança, se for esse o caso): 28 de Janeiro é a data marcada para a edição de Women As Lovers, o sexto álbum de originais, e primeiro pela emblemática Kill Rock Stars (antes editavam por uma subsidiária), dos californianos XIU XIU.
De entre as catorze faixas que o compõem, que a própria banda define como "more approachable or communicative on a basic human level", salta a vista uma versão de "Under Pressure" com a colaboração vocal de Michael Gira (ex-Swans, Angels of Light). Sim, é essa mesma! Aquela cançoneta de uma aberração da qual me recuso a pronunciar o nome e em que sua eminência, Mr. David Jones, deu um dos (muitos) tiros no pé.
Como informação adicional, fiquem ainda a saber que o álbum se encontra disponível para escuta integral aqui. E o download gratuito do lindíssimo "I Do Want What I Want, When I Want" aqui.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

ARTE POP #4



















THE FLAMING LIPS
The Soft Bulletin

(Warner Bros., 1999)

Alinhamento:
  1. Race For The Prize
  2. A Spoonful Weighs A Ton
  3. The Spark That Bled
  4. Slow Motion
  5. What Is The Light?
  6. The Observer
  7. Waitin' For A Superman
  8. Suddenly Everything Has Changed
  9. The Gash
  10. Feeling Yourself Disintegrate
  11. Sleeping on the Roof
  12. Race for the Prize (Remix)
  13. Waitin' For A Superman (Remix)
  14. Buggin'

For all the fucked up children of the world #1

É quase um lugar-comum dizer-se que alegrias não fazem grandes canções. Sentimentos como a melancolia, a angústia, a raiva, ou a alienação, são, por norma, alimento para os temas que mais marcam quem os ouve. Alguns desses exemplares desfilarão por aqui nos próximos tempos.
A inauguração não poderia ser outra senão esta...

Spacemen 3 "Revolution" (Taang!, 1989)

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

EM ESCUTA #22

















THE BESNARD LAKES

Volume 1

(Break Glass, 2003)

Aclamados um pouco por todo o lado durante o último ano, os canadianos Besnard Lakes (BL) eram, há doze meses, uns ilustres desconhecidos da maioria dos melómanos, mesmo tendo em conta as inúmeras participações de Jace Lacek (uma das metades do núcleo duro dos BL, juntamente com esposa Olga Goreas) em discos de bandas compatriotas, quer como produtor, quer como técnico de som.
Não esperem encontrar em Volume 1 (com auto-edição limitada a 1000 exemplares em 2003 e recentemente reeditado) a mesma grandiosidade avassaladora que fez a fama de ...Are The Dark Horse. No entanto, já lá estão os primeiros indícios: temas na sua maioria longos, em combustão lenta, e envoltos num manto negro, numa linhagem directamente descendente dos Low. Com a quase totalidade dos instrumentos tocados pelo casal Lacek-Goreas, as faixas de Volume 1 são secas e despidas de grandes ornamentos. As mais das vezes, as piruetas sonoras dentro de um mesmo tema apanham o ouvinte completamente desprevenido, o que pode ser entendido como uma mais valia. Destoando (no bom sentido) dos restantes temas deste primeiro tomo dos BL, "Thomasina", com voz distorcida e baixo poderoso, não seria corpo estranho em Last Splash dos Breeders.
Não demonstrado a unidade e coerência do seu sucessor, e revelador de uma banda ainda à procura de uma identidade, Volume 1 é, ainda assim, digno de umas quantas audições despreocupadas. Diria mesmo tratar-se antes de um passo necessário rumo à magnificiência de ...Dark Horse.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

GOOD COVER VERSIONS #1

Do meu especial interesse por versões, as chamadas covers, já tinha dado conta aqui. Nesta nova rubrica pretende tratar-se individualmente alguns desses temas e, sobretudo, muitos outros que não integraram a lista de 25 apresentada. Uma outra rubrica dedicada à outra face da moeda, ou seja, às bad cover versions, está ainda em estudo.

Não é habitual a concepção de uma versão a convite do seu autor destinada a ser um dos b-sides do tema original, mas aconteceu com os Franz Ferdinand (FF) a convite de James Murphy, o senhor LCD Soundsystem. Igual convite foi endereçado a John Cale.
Assumida a responsabilidade de recriar um dos temas mais marcantes do ano findo, os FF não deixaram os seus créditos por mãos alheias, transformando radicalmente "All My Friends" num tema mais up-beat. O resultado final é também revelador de um notório afastamento da banda escocesa em relação à sua sonoridade típica, criando grandes expectativas para o álbum que aí vem. O tal que que marca o fim do mais que justificado período sabático de três anos.

Franz Ferdinand "All My Friends" (DFA/EMI, 2007)
[Original: LCD Soundsystem (2007)]


NOTA: A escolha do tema inaugural desta rubrica foi condicionada por este post, em detrimento do inicialmente escalonado. Por isso, vai com dedicatória ao seu autor.

domingo, 6 de janeiro de 2008

NOVA ERA DOURADA

Apesar de nunca terem chegado ao grande público, ao longo da segunda metade da década de 1980 , os AMERICAN MUSIC CLUB (AMC) geraram um culto restrito mas crescente a cada novo álbum. Foram, inadvertidamente, os principais percursores do chamado movimento slowcore, com uma influência que se entende dos Red House Painters aos The National, passando pelos Low ou Grant Lee Buffalo.
Conhecida pela relação volátil entre os seus membros, em muito potenciada pela longa ligação do compositor e frontman Mark Eitzel ao álcool, a banda cessaria funções em 1995, frustrando as expectativas criadas pelo contrato com uma multinacional.
Foi com agrado que, em 2003, os saudosistas receberam a notícia do reagrupamento dos AMC. Para além dos inevitável tournée (sem passagem pelo rectângulo da Europa ocidental), a reunião ficou ainda marcada pela edição do mui recomendável Love Songs For Patriots (2004), com sucessor já agendado para o próximo mês pela Merge Records. A coisa dá pelo nome de The Golden Age e apresenta uma nova formação, na qual Eitzel e o guitarrista Vudi são os únicos resistentes. As faixas já disponibilizadas nos vários canais da web denunciam, desde logo, claras contaminações soul já presentes nos últimos trabalhos a solo do vocalista dos AMC.

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DIA DE REIS

No encerramento oficial das festas, algo completamente diferente, mas muito, mesmo muito bonito!

"We're caught in a trap
I can't walk out
Because I love you too much baby

Why can't you see
What you're doing to me
When you don't believe a word I say?

We can't go on together
With suspicious minds
And we cant build our dreams
On suspicious minds"

Elvis Presley "Suspicious Minds" (RCA, 1969)

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

NEW ORDER














Enquanto não chegam as prometidas novidades, deixo por ora uma dedicatória aos Líderes da Nova Ordem Proibicionista que rege o Velho Continente, outrora símbolo da igualdade, da liberdade e da tolerância. Que o miar da menina Annie lhes torne os dias menos cinzentos...


three sixty five
seven fifty
your all i eat
your all in mean
dont keep me clean
oh oh oooh

i want i want i want it all
i want i want i want them all
i want i want i want them all
i want i want i want you all

Giant Drag "Kevin Is Gay" (Kickball/Interscope, 2005)

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

365 DIAS













Pois é... o tempo passa mesmo a correr! Parece que foi ontem que iniciei esta aventura na blogosfera. No entanto, completa-se hoje um ano desde o primeiro
post, uma espécie de Manifesto April Skies.
A todos aqueles que ao longo destes doze meses, de forma mais ou menos assídua, visitaram esta humilde tasquinha, os meus sinceros agradecimentos. São vocês que me dão o alento para continuar.
Como forma de assinalar esta data, para além da mudança de look, prometem-se algumas novidades ao nível dos conteúdos, como que um alargar de horizontes. Fiquem atentos, pois as novidades poderão chegar já amanhã.
Enquanto não chegam, a menina Clare Grogan canta os parabéns...

Altered Images "Happy Birthday" (Portrait, 1981)

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

ANO NOVO...

...música nova! Logo no primeiro mês do ano, três interessantes e distintas propostas que, de certeza, irão alimentar o ouvido durante os restantes onze meses:







BRITISH SEA POWER
Do You Like Rock Music?
(Rough Trade, 14 Janeiro)
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BLACK MOUNTAIN
In The Future
(Jagjaguwar, 21 Janeiro)








SONS & DAUGHTERS
This Gift
(Domino, 28 Janeiro)
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