"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

EM ESCUTA #22

















THE BESNARD LAKES

Volume 1

(Break Glass, 2003)

Aclamados um pouco por todo o lado durante o último ano, os canadianos Besnard Lakes (BL) eram, há doze meses, uns ilustres desconhecidos da maioria dos melómanos, mesmo tendo em conta as inúmeras participações de Jace Lacek (uma das metades do núcleo duro dos BL, juntamente com esposa Olga Goreas) em discos de bandas compatriotas, quer como produtor, quer como técnico de som.
Não esperem encontrar em Volume 1 (com auto-edição limitada a 1000 exemplares em 2003 e recentemente reeditado) a mesma grandiosidade avassaladora que fez a fama de ...Are The Dark Horse. No entanto, já lá estão os primeiros indícios: temas na sua maioria longos, em combustão lenta, e envoltos num manto negro, numa linhagem directamente descendente dos Low. Com a quase totalidade dos instrumentos tocados pelo casal Lacek-Goreas, as faixas de Volume 1 são secas e despidas de grandes ornamentos. As mais das vezes, as piruetas sonoras dentro de um mesmo tema apanham o ouvinte completamente desprevenido, o que pode ser entendido como uma mais valia. Destoando (no bom sentido) dos restantes temas deste primeiro tomo dos BL, "Thomasina", com voz distorcida e baixo poderoso, não seria corpo estranho em Last Splash dos Breeders.
Não demonstrado a unidade e coerência do seu sucessor, e revelador de uma banda ainda à procura de uma identidade, Volume 1 é, ainda assim, digno de umas quantas audições despreocupadas. Diria mesmo tratar-se antes de um passo necessário rumo à magnificiência de ...Dark Horse.

Sem comentários: