"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

R.I.P.

RICHARD WILLIAM WRIGHT
(1943-2008)

Faleceu hoje, vítima de cancro, Rick Wright, teclista e membro fundador dos Pink Floyd. Pese embora o facto de ser o membro mais discreto nos mais de quarenta anos de história da banda britânica, o papel de Wright foi fundamental na composição de alguns dos discos de maior sucesso dos Floyd, precisamente aquelas que lhes valeram algumas justificadas acusações de megalomania. Neste dia triste, preferimos recordar os bons momentos:

Pink Floyd "Interstellar Overdrive" [EMI, 1967]

2 comentários:

strange quark disse...

M.A., venho aqui deixar um comentário em desacordo com a afirmação proferida no post acerca das "justificadas acusações de megalomania" dos Pink Floyd. Eu sei que essa opinião encontra-se mais que enraizada na "inteligentzia" da crítica musical desde há muitos anos, ou não teriam sido os próprios um alvo preferencial dos Pistols quando apareceram. Cá por mim, continuo a professar uma atitude de autêntica liberdade criativa e musical, sem limites para a mesma, tendo a consciência que a boa e má música existe em todo o lado. Dos Pink conheço apenas um disco que, na minha modesta (e provavelmente muito solitária) opinião, se pode considerar justificadamente megalómano: The Wall. Não fosse a existência de um par de belas canções, e seguramente entraria para a história como o disco mais enfadonho de sempre, mas ainda assim se safa do pior. E nesse, que eu saiba, a lavra foi na sua quase totalidade do Roger Waters, com uns ajustes pontuais do Gilmour. Não me parece que álbuns como "The Dark Side..." ou "Wish You..." sejam mais "megalómanos" do que as investidas mais tardias de um pós-rock (seja lá o que isso for), ou das vertentes mais recentes do progressivo que até são pontualmente referidas no teu blogue que, tal como na altura (ante 1975), procuravam outra forma de relação das pessoas com a música rock. Que dizer então do "Ladies and Gentlemen..." dos Spiritualized? com aquela, por vezes, complexidade de arranjos?

Já agora, espero que as férias tenham sido boas. As minhas terminaram durante a 2ª quinzena de Agosto mas tenho andado numa roda-viva por vários sítios até ontem. Espero conseguir estabilizar por agora.

Um abraço

M.A. disse...

Meu caro SQ:

Embora concordando contigo quando dizes qu o "The Wall" é o disco assumidamente megalómano dos Floyd, aviso que, guiando-me apenas pela minha opinião pessoal, ponho o "Dark Side" e o "Wish You Were Here" no mesmo saco. Nestes casos até admito que tenham sido obras inovadoras à data da edição original. Porém, não me parece que a voragem do tempo lhes tenha sido muito generosa.

Aproveito ainda para lembrar que nada tenho contra a megalomania, desde que guiada por um profundo sentido artístico, como é o caso do "Ladies and gentlemen". No que ao progressivo diz respeito, confesso-me admirador dos Vand der Graaf (à cabeça), Soft Machine, King Crimson, ou até dos Genesis da "era Gabriel".

Quanto aos Pistols, não me parece que se insurgissem contra os Floyd, (o John Lydon até viria a confessar-se admirador) mas sim contra aquilo que eles representavam. Convém lembrar que, em meados dos 70s, o dia-a-dia do pop/rock britânico era dominado por uma série de estrelas multi-milionárias mais preocupadas com as festas do que com a criação musical: Rod Stewart, Elton John, Queen, ou até os Zeppelin...
Validade musical à parte, temos que atribuir aos Pistols o abalar destas estruturas, abrindo caminho para um dos períodos mais criativos (embora curto) da música "made in UK".

Quanto às férias, foram três semaninhas bem passadas. Infelizmente, terminaram há 15 dias e, de então para cá, também tenho andado relativamente atarefado. Mas nada que me impeça de ir mantendo este tasco actualizado...

Mande sempre,

Um abraço!