"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Singles Bar #22


















THE WEDDING PRESENT
My Favourite Dress
[Reception, 1987]

"The tender caresses that bring out the man
I can't still be drunk at five, oh I guess I surely can
Slowly your beauty is eaten away
By the scent of someone else in the blanket where we lay (ohh)

There's always something left behind
There's always something left behind
Maybe next time

Uneaten meals
A lonely star
A welcome ride in a neighbour's car
A long walk home
The pouring rain
I fell asleep when you never came
Some rare delight in Manchester town
It took six hours before you let me down
To see it all in a drunken kiss
A stranger's hand on my favourite dress (ohh)

That was my favourite dress you know
That was my favourite dress (ohh)"

Revelados na mítica compilação C86 do semanário New Musical Express, os The Wedding Present (TWP) foram desde logo uma banda acarinhada pelo influente John Peel. Num período em que os The Smiths caminhavam para um fim dramático, constituíam a alternativa a toda uma geração devota das canções da dupla Morrissey & Marr. Mas, se o quarteto de Manchester fazia gala de uma certa fragilidade, já os TWP eram adeptos do rock sujo e musculado, inspirado tanto no lado mais rugoso do post-punk britânico (The Fall, Gang of Four, Josef K), como pelo que de melhor se fazia em matéria indie rock do outro lado do Atlântico. Em David Gedge, vocalista, guitarrista, letrista e principal compositor, revelava-se um exímio comentador das agruras das relações afectivas, com a crueza típica da classe operária expressa na forte pronúncia nortenha (os TWP vinham de Leeds), mas com tiradas dignas de um poeta.
My Favourite Dress foi o single de antecipação a George Best, o longa-duração de estreia, e poderá ser visto como o paradigma do som TWP: melodias circulares de guitarras ruidosas e a confissão de um homem corroído pelo ciúme e pelo vazio da perda. Com alguma raiva e muito ressentimento.



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