"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

terça-feira, 30 de outubro de 2007

AO VIVO # 7

The Sea and Cake + Litius, ZdB 27/10/2007


Era muita a expectativa acumulada por estes lados para puder ver (finalmente) ao vivo este quarteto onde figuram algumas das luminárias incontornáveis da chamada cena de Chicago. Como previsto, as dezenas de pessoas que sábado passado lotavam o pequeno aquário da ZdB comungavam igualmente dessa expectativa, e isso sentia-se no ar.
Com um alinhamento assente no recente Everybody, mas com algumas incursões pelo passado (sobretudo pelo excelente One Bedroom de 2003), os THE SEA AND CAKE fizeram questão de retribuir ao público com uma prestação perto do irrepreensível.
Durante quase hora e meia, e após um começo mais morno, vai-se notando um crescendo de empatia entre público e banda. Estando longe de ser uma banda de hits, os The Sea and Cake teimam em procurar a confecção da canção pop perfeita. Contudo, em concerto adensa-se o pendor rock na maioria dos temas, não dispensando as habituais pinceladas jazz e bossa nova. A voz seguríssima de Sam Prekop, muitas vezes em suaves harmonias com Archer Prewitt, confere a dose certa de melancolia, enquanto o virtuosismo se espalha pela sala sem que, em momento algum, resvale para o exibicionismo.

Devido a um súbito ataque de pontualidade por parte do pessoal da ZdB perdi os primeiros instantes do concerto dos espanhóis LITIUS. E a julgar pelo resto, terei perdido algo de muito bom!
Praticantes de um post-rock instrumental de inflexões jazzísticas na linha de uns Tortoise de boa colheita, mas sem os abastraccionismos destes, os Litius não têm qualquer prurido em reavivar memórias de algumas eminências noise/post-hardcore/math rock: Slint, Sonic Youth, Shellac, Fugazi. Quem o confirma são os próprios na página do MySpace.
Com enorme destreza no manuseamento dos instrumentos, e com uma grande presença em palco, este quarteto é a prova de que de Espanha, afinal, vêm bons ventos...

3 comentários:

eduardo disse...

Aqui no Porto foi muito bom.
Sala lotada, bom som, e aquelas canções tão arrebatadoras de tal forma que fiquei com pele-de-galinha quando tocaram o Parasol. Que músicos!!!
Os Litius não sendo muito originais ainda assim aqueceram bem a malta.
Tive o prazer de coversar com eles durante a tarde e são uns tipos muito porreiros. Até tirei um foto com eles :-))

M.A. disse...

Por acaso não fiz qualquer referência ao som, que por cá também estava muito bom, sobretudo nos Litius.

Anónimo disse...

Lamento então ter perdido Litius!