"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

quinta-feira, 31 de maio de 2007

SETLIST APRIL SKIES @ INCÓGNITO

Apesar do nervosismo inicial e das diversas "falhas técnicas" que lhe estão inerentes, saí da minha primeira aventura em "terreno Incógnito" com uma sensação de "dever cumprido". Eu gostei, espero que os presentes também.
Queria aqui deixar uma palavra de agradecimento à trupe entusiasta que marcou presença desde a primeira hora (vocês sabem quem são), à extravaganza (tanto pela presença como pela "publicidade"), ao Puto (bela suspresa!) e, em especial, ao Rai pela oportunidade concedida.
Para mais tarde recordar, aqui fica o "cardápio" da sessão:
bowery electric "soul city"
the radio dept. "why won't you talk about it?"
my bloody valentine "come in alone"
maps "it will find you"
serena-maneesh "drain cosmetics"
metric "monster hospital"
tv on the radio "young liars"
menomena "weird"
shout out louds "wish i was dead pt.2"
the shins "phantom limb"
the concretes "you can't hurry love"
spoon "i turn my camera on"
delta 5 "mind your own business"
the chemical brothers ft. the flaming lips "the golden path"
primal scream ft. kate moss "some velvet morning"
death in vegas ft. nicola kuperus "hands around my throat"
adult. "you don't worry enough"
von südenfed "fledermaus can't get it"
battles "atlas"
erase errata "cruising"
liars "mr. your on fire mr."
radio 4 "start a fire"
gang of four "damaged goods (2005 version)"
brakes "all night disco party"
the gossip "standing in the way of control"
the organ "brother"
the smiths "what difference does it make?"
the national "mistaken for strangers"
interpol "obstacle 1"
the rogers sisters "never learn to cry"
the detroit cobras "last nite"
the long blondes "once and never again"
the duke spirit "dark is light enough"
buzzcocks "ever fallen in love?"
be your own pet "adventure"
mclusky "to hell with good intentions"
arctic monkeys "brianstorm"
franz ferdinand "darts of pleasure"
the rakes "we danced together"
the faint "i disappear"
klaxons "magick"
the horrors "count in fives"
nirvana "love buzz"
the strokes "barely legal"
maxïmo park "our velocity"
the kills "cat claw"
sonic youth "kool thing"
the ponys "double vision"
modest mouse "dashboard"
pavement "cut your hair"
teenage fanclub "like a virgin"
wolf parade "i'll believe in anything"
arcade fire "neighborhood #2 (laïka)"
the walkmen "the rat"
tv on the radio "wolf like me"
girls against boys "she's lost control"
yeah yeah yeahs "cheated hearts"
the stone roses "she bangs the drums"
animal collective "grass"
dinosaur jr. "just like heaven"
low "last night i dreamt that somebody loved me"

terça-feira, 29 de maio de 2007

HÁ MALES QUE VÊM POR BEM

O concerto de Jonathan Richman agendado para amanhã naquele sítio inenarrável que é o Santiago Alquimista, foi adiado, ao que tudo indica, para o próximo mês de Fevereiro(!). Tendo em conta que a data de amanhã me era totalmente desfavorável, só tenho que agradecer este súbito adiamento. Em Fevereiro lá estarei para presenciar a lenda in loco.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

E ESTA?!

BRITISH SEA POWER
Open Season (Rough Trade, 2005)

Confesso que não haverá banda no actual cenário musical do Reino Unido a exercer sobre mim maior fascínio que os British Sea Power.
Open Season, essa obra-prima onde aparecem como uma espécie de Psychedelic Furs para os novos tempos, místicos e alucinados, será mesmo o disco que mais ouvi nos últimos dois anos. Mesmo assim nunca tinha reparado neste pequeno pormenor: fazendo rewind até 2'31" antes do começo da primeira faixa surge uma versão só com órgão (bem tripalhoca, por sinal) de "How Will I Ever Find My Way Home?", a faixa n.º 3 do álbum propriamente dito.
Navegar à deriva na web, por vezes, permite-nos estas pequenas descobertas...

terça-feira, 22 de maio de 2007

SINGLES BAR #9

R.E.M.
Fall On Me (I.R.S., 1986)

Face ao look adoptado há mais de uma dezena de anos, talvez hoje poucos se lembrem que, em tempos, Michael Stipe usou cabelo comprido. Nesses tempos, os R.E.M., colectivo do qual é figura de proa há mais de 25 anos, ao contrário da boçalidade exibida na última década, eram uma das bandas mais excitantes do planeta. Por esses dias eram muitas vezes considerados o equivalente dos The Smiths em terras do Tio Sam, com o que isso tem de elogioso e, tal como os seus congéneres de Manchester, tinham por hábito não exibir imagens da banda nos (poucos) videoclips que faziam.
O primeiro contacto que tive com este (então) quarteto foi precisamente através de um videoclip (da autoria do próprio Stipe) que exibia tanto de estética lo-fi, como de cinemático. A canção em questão era "Fall On Me", single extraído do álbum Lifes Rich Pageant, na qual os R.E.M. ostentavam de forma sublime as influências dos Byrds que a banda sempre fez questão de admitir, quer nas harmonias vocais entre Stipe e o baixista Mike Mills, quer na delicadeza da guitarra de Peter Buck. Embora seja um tema de cariz explicitamente ecologista, a letra de "Fall On Me" é, ainda assim, ambígua o suficiente para que se possa adpatar facilmente ao universo das relações humanas.
Apesar da tendência natural que alguns de nós melómanos temos para nos desinteressar pelas bandas à medida que estas se tornam mais mainstream, "Fall On Me", além de ser a minha canção preferida dos R.E.M., é ainda hoje parte integrante da banda sonora ideal dos "meus anos oitenta".
Video de "Fall On Me"

domingo, 20 de maio de 2007

SÓ PARA LEMBRAR...

...que apesar de algumas dificuldades inesperadas, e para grande tristeza do comentador da TVI, temos CAMPEÃO!

sexta-feira, 18 de maio de 2007

CIGARETTES & ALCOHOL

THE NATIONAL
Boxer (Beggars Banquet, 2007)

Chega já na próxima segunda-feira a companhia ideal para homens temporariamente sós naquelas noites de whisky e nicotina. Quem não aguentar a espera pode dar um salto até aqui. Uma especial atenção a "Mistaken For Strangers", já agora.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

QUEM VÊ CAPAS NÃO VÊ CANÇÕES

De seguida, breves resenhas sobre dois discos de edição recente que, apesar das capas medonhas, vale bem a pena ouvir:

BLONDE REDHEAD
23 (4AD, 2007)


Ao longo dos anos, o afastamento dos Blonde Redhead em relação às coordenadas traçadas pelos Sonic Youth tem-se dado de forma progressiva, dando lugar a uma linguagem muito própria.
Neste seu sétimo álbum (o primeiro em dez anos sem produção de Guy Picciotto), dividem a coisa equitativamente entre um certo rock sónico e a dream pop. A voz de Amadeo Pace aparece em três temas que, por sinal, são dos melhores do disco. Sem ser genial, 23 é um regresso à boa forma depois do ligeiramente enfadonho Misery Is A Butterfly.

BLACK REBEL MOTORCYCLE CLUB
Baby 81 (Island, 2007)


Depois da aventura acústica do excelente Howl, uma nova inflexão na carreira dos BRMC, com o regresso em força das loud guitars. Neste registo que assinala a terceira editora da banda em quatro álbuns, quem está igualmente de regresso é o baterista Nick Jago.
Banda sonora ideal para uma viagem pelo deserto norte-americano, Baby 81 reflecte mais uma vez nas letras a inspiração beat do trio de San Francisco, bem como os habituais recados de cariz político.
Pecando apenas por ser um pouco longo para os parâmetros do rock actual, e não apresentando o efeito novidade da estreia, Baby 81 está ainda assim uns bons furos acima de Take Them On, On Your Own. Seguem no bom caminho, portanto.

terça-feira, 15 de maio de 2007

BATALHA FINAL

Os Battles são um quarteto de Nova Iorque idealizado por Ian Williams, ex-guitarrista de Don Caballero. Além disso, integram ainda o ex-baterista dos Helmet John Stanier e o frontman Tyondai Braxton (filho de Anthony, conceituado músico jazz avantgarde).
Depois de uma série de EPs ( reunidos em EP C/B do ano passado), foi editado ontem pela Warp Mirrored, o seu primeiro álbum.
Já a rodar por aí há algumas semanas está "Atlas", o single de avanço: delírio de sete minutos onde a tensão do math rock, a electrónica experimental (mas dançável), a percussão tribal e a voz vocodorizada andam de mãos dadas para criar um tema avassalador. Confesso que desde "Young Liars" dos TV on the Radio que nada me surpreendia desta forma. Por isso, o álbum já está encomendado...

segunda-feira, 14 de maio de 2007

E POR FALAR EM GÉNIOS...

Mark E. Smith, a lenda viva que há 30 anos empunha a bandeira The Fall, não pára de surpreender. Desta vez, e de forma algo inesperada, Mark uniu esforços ao duo Mouse on Mars sob a designação Von Südenfed. O resultado, Tromatic Reflexxions, onde o elemento teutónico sempre presente na música dos The Fall surgirá reforçado, sai dentro de uma semana pela Domino. E a julgar pela amostra... temos disco! (Talvez o moço do post abaixo aprenda mais qualquer coisita).

NORTH AMERICAN SCUM

Os inúmeros admiradores que me perdoem, mas já começo a ficar farto do Sr. Murphy. O gajo até parece ser um porreiraço e conhece música até mais não, mas para se ser "génio" é preciso algo (muito) mais. Acreditem que consigo sentir mais "humanidade" em qualquer tema de uns Autechre do que nas batidas plásticas e inócuas deste sujeito.

domingo, 13 de maio de 2007

A REUNIÃO QUE FALTAVA

Os Ride, possuidores do título de semi-deuses por estas bandas e que há quinze anos atrás foram o nome da cena shoegazing mais bem sucedido comercialmente, são a mais recente banda atingida pelo síndroma da ressurreição.
Liderados por Mark Gardener e Andy Bell, os Ride dissolveram-se em 1996 após quatro álbuns e um punhado de EPs. Depois do fim, Gardener iniciou uma carreira a solo com pouca visibilidade, enquanto Bell, actualmente baixista dos Oasis, fundou os Hurricaine #1 de curta duração e de má memória. Refira-se ainda que o baterista Laurence Colbert integra actualmente os também ressuscitados Jesus and Mary Chain.
Para já, apenas se avançam duas datas a acontecer no Canadá no próximo mês de Junho, mas eu tenho um feeling que os shoegazers deste pequeno país da Europa ocidental ainda vão ter uma alegria lá para Agosto... Será pedir muito?

sexta-feira, 11 de maio de 2007

MUSAS INDIE #2

...e para assinalar o post n.º 100 deste blog da melhor maneira, uma menina muito especial com muito para dar:
ANNIE HARDY

quinta-feira, 10 de maio de 2007

EM ESCUTA #14

THE PONYS
Turn The Lights Out (Matador, 2007)

Nas entrelhinhas dos dois excelentes álbuns anteriores já se podia ler com alguma clareza que os The Ponys estavam talhados para vôos mais altos. Quem o percebeu foram os executivos da excelsa Matador Records, que trataram de resgatar a banda de Chicago à emblemática mas pequena In The Red.
Logo nos dois temas iniciais dá para perceber que Turn The Lights Out é disco de uma força renovada. Aqui o mérito vai em parte para o trabalho da produção de John Agnello (Dinosaur Jr., The Hold Steady), com a aplicação de ecos nas vozes e nas percussões que conferem aos temas uma pujança inusitada, enquanto os órgãos cheios de fuzz libertam uma aura psicadélica que percorre todo o disco. Os ensinamentos da cartilha pára-arranca dos Girls Against Boys, embora presentes, aparecem agora mais diluídos.
A herança de algum shoegazing, já latente nos registos anteriores, mostram-se agora bem evidentes na fase intermédia do disco. Com efeito, recordam-se os Ride no período da mutação de Going Blank Again para Carnival Of Light no trio "1209 Seminary"/"Shine"/"Kingdom Of Hearts". Por sua vez, "Poser Psychotic", tanto no nome como na sonoridade, passava bem por uma trip de estrada poeirenta dos Swervedriver.
E para fechar com chave de ouro, o longo "Pickpocket Song" é The Ponys puro durante perto de três minutos, para depois entrar num devaneio que os Super Furry Animals não desdenhariam.
Forte e coeso como poucos hoje em dia, Turn The Lights Out é um disco para ouvir com o volume no máximo (e com as luzes apagadas...).

quarta-feira, 9 de maio de 2007

EL-PRODUCTO VUELVE

Há precisamente 10 anos, como parte integrante dos Company Flow, e através do seminal Funcrusher Plus, trouxe nova vida e novos públicos à então moribunda cena hip hop. Como não é homem de ficar parado, já com aquele projecto que dividia com Mr. Len a dar as últimas, criou a editora Definitive Jux, hoje merecedora do estatuto que foi da Def Jam de Rick Rubin há vinte anos atrás. Em 2001, logo no seu segundo ano de vida, a Def Jux faz história com a edição de The Cold Vein, superlativo álbum dos Cannibal Ox que o próprio produziu. No ano seguinte chegaria Fantastic Damage, a estreia em nome próprio.
Agora, volvidos cinco anos e colaborações várias, num mundo há muito órfão dos cLOUDDEAD, Jaime Meline, o homem que responde por EL-P, edita I'll Sleep When You're Dead, o seu verdadeiro segundo álbum.
Contando com convidados ilustres como Aesop Rock, Cat Power, Trent Reznor, The Mars Volta, Matt Sweeney, ou James McNew (Yo La Tengo), I'll Sleep... é mais uma prova da vitalidade de um dos mais relevantes nomes da música urbana actual.
Para consumir em doses industriais e sem contra-indicações!
EL-P no MySpace

terça-feira, 8 de maio de 2007

CREPÚSCULO ESCOCÊS

Que as terras altas da Escócia são terreno fértil em melancolia transformada em cancão pop é já de há muito tempo um dado adquirido.
E é precisamente nesta área que se movem estes The Twilight Sad, quarteto oriundo dos arredores de Glasgow e que é tão só a mais recente coqueluche do espectro indie. Fourteen Autumns And Fifteen Winters (Fat Cat, 2007), álbum de estreaia que conhece agora edição europeia tem valido à banda os mais rasgados elogios nas publicações da especialidade (mais do que merecidos, digo eu).
Em nove canções de duração acima da média para os cânones pop em que uma guitarra cristalina desenha espirais de luz sobre um denso tapete sónico, assaltam-nos a memória recordações gratas dos Kitchens of Distinction ou dos Whipping Boy. Porém, a desenvoltura com que os The Twilight Sad assimilam estas referências confere ao som da banda algo de muito peculiar. Igualmente peculiar é a voz de James Graham que nos momentos de maior dolência, com o seu scottish accent carregado, nos faz lembrar o compatriota Aidan Moffat (Arab Strap), outra alma sobejamente familiarizada com esta coisa do mal de vivre.
The Twilight Sad no MySpace

EXPECTATIVAS MAIS QUE CONFIRMADAS

POLYTECHNIC
Down Til Dawn
(Shatterproof, 2007)

À margem de todo o buzz fashionista, a indústria musical britânica tem amiúde vindo a surpreender os mais atentos às movimentações do urderground.
Quando aqui há uns meses falei deste quinteto de Manchester a propósito do frenético single "Man Overboard", fi-lo com grandes esperanças quanto a edições futuras. Sendo que esse é melhor dos onze temas presentes em Down Til Dawn, os restantes dez não desiludem de forma alguma.
Num todo vagamente psicadélico, os Polytechnic apresentam como maior trunfo a voz de Dylan Giles que, salvas as devidas distâncias, tanto nos traz à memória um Stephen Malkmus de outras eras, como a saudosa demência de um Perry Farrell ainda jovem. E isso é bom!...

sexta-feira, 4 de maio de 2007

SINGLES BAR #8

ECHO & THE BUNNYMEN
The Killing Moon (Korova, 1984)

Prestes a lançar Ocean Rain, o seu quarto álbum de originais, os Echo & The Bunnymen tiveram a ousadia de o publicitar como "the greatest album ever made". Mesmo tendo em conta a incontinência verbal que caracterizava Ian McCulloch, aquele que tinha sido o single de avanço deixava algumas expectativas de que os rapazes de Liverpool pudessem estar certos. Apesar da grandeza e ambição, Ocean Rain acaba por ficar para a história como o segundo melhor álbum dos Bunnymen.
No entanto, "The Killing Moon", canção onde a voz imaculada de McCulloch entoa a dor da perda, ficará recordada como um dos mais belos e enigmáticos pedaços da história da música popular. Com a guitarra lacrimejante de Will Sargeant e a bateria marcial de Pete de Freitas a servirem de suporte ao encantamento durante quase seis minutos, "The Killing Moon" é O hino nocturno por excelência.
A maior demonstração do poder desta lua assassina senti-a na cena inicial do filme "Donnie Darko": acreditem que aos primeiros acordes tive de me conter para não pular da cadeira do cinema.
Para quem estiver interessado num prazer mais prolongado, recomendo a audição da versão longa deste tema ("All Night Version"), onde a magia iniciada pelas palavras-chave "fate up against your will" se estende até aos nove minutos.
Vídeo de "The Killing Moon"

quinta-feira, 3 de maio de 2007

AFINAL, OS SANTOS AINDA FAZEM MILAGRES

SOULSAVERS
It's Not How Far You Fall, It's The Way You Land (V2, 2007)

Que Mark Lanegan possui uma das mais fascinantes vozes das duas últimas décadas já o sabíamos dos tempos dos Screaming Trees. A carreira a solo apenas ajudou a reforçar este dogma. No entanto, para o grosso do pelotão, o primeiro contacto com o homem da voz cava deu-se através de colaborações em projectos alheios (Queens of the Stone Age, Isobel Campbell e, mais recentemente, The Twilight Singers do amigo Greg Dulli).
Os Soulsavers são um duo de remisturadores/produtores britânicos de créditos mais ou menos firmados no meio que, a este segundo registo, nos oferecem a obra ao negro que já faltava a este ano de 2007. Will Oldham, Jimi Goodwin (Doves) e Josh Haden (Spain) dão um ar da sua graça, mas é mesmo Lanegan, presente na quase totalidade da dezena de temas, que torna It's Not How Far... algo de muito especial. Algum gospel, um pouco de soul e country noir, fazem deste disco um concorrente à altura de The Contino Sessions (Death in Vegas) no que concerne a ambientes densos e claustrofóbicos.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

EM ESCUTA #13

ARCTIC MONKEYS
Favourite Worst Nightmare (Domino, 2007)

Depois de um fim-de-semana prolongado, que me permitiu repetidas audições do novo álbum dos Arctic Monkeys, oito conclusões sobre o dito:
- comparativamente a Whatever People Say I Am, o novo disco fica a perder apenas na ausência do efeito surpresa;
- a paleta sonora surge até mais eclética, com assomos de quase-balada ("Only Ones Who Know") e guitarras surf ("Do Me A Favour");
- as letras de Alex Turner, outrora carregadas de ironia, apresentam agora um carácter mais pessoal, num claro sinal de maturidade;
- tanto os instrumentos como a voz (e que voz!) adquirem em Nightmare uma força e coesão superiores ao passado recente;
- "Brianstorm", o primeiro single e um raro momento da tal ironia cáustica, merece ser um hino celebratório ao nível de "She Bangs The Drums" (isto quando acabar a ditadura da regurgitação de um passado não tão glorioso quanto isso);
- considerar Alex Turner o novo Paul Weller, apesar de elogioso, já é redutor;
- afinal o síndroma do "difícil segundo álbum" é uma treta para justificar a falta de talento da maioria das bandas de sucesso recente;
- e mesmo assim, os "Velhos do Restelo" do costume (os tais de "Fake Tales Of San Francisco") vão continuar indiferentes ao génio e vitalidade dos Arctic Monkeys. Talvez lá para o ano 2021, quando o Galopim lhes dedicar, com grande propriedade e nostalgia, artigos de duas páginas no suplemento musical do Correio da Manhã o caso mude de figura...