"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

domingo, 4 de março de 2007

SINGLES BAR #4

THE WALKMEN
The Rat (Record Collection, 2004)

Nascidos das cinzas das bandas Jonathan Fire*Eater e The Recoys e oriundos de Nova Iorque, os Walkmen foram à data da edição de Bows + Arrows, o seu segundo álbum, apressadamente e erradamente arrumados na prateleira da florescente cena do novo rock por esses dias em vigor naquela metrópole norte-americana.
Como se pode constatar pela simples audição desse álbum na íntegra, bem como do subsequente A Hundred Miles Off (2006), o terreno onde os Walkmen se movem é outro: embora sem grandes afinidades musicais com os Joy Division ou os Echo & The Bunnymen, exibem por outro lado letras de forte carga lírica e uma imagem que prima pela ausência de imagem, o que era traço característico desses pesos-pesados de outras eras. Arriscaria mesmo dizer, e apesar da abundante clonagem em tempos recentes, que os Walkmen são a banda nascida neste século que melhor adapta e recria a "filosofia" do mítico quarteto de Manchester.
Quanto a "The Rat", além de ser a faixa mais emblemática de Bows + Arrows e o maior "hit" dos Walkmen até à data, consegue ser uma espécie de "How Soon Is Now?" dos novos tempos, igualmente uma ode à auto-reclusão como forma de lidar com a timidez.
No entanto, o experimentalismo de Johnny Marr e os maneirismos de Morrissey são aqui substituídos por guitarras trepidantes, órgão e um vocal carregado daquela melancolia raivosa que os Hüsker Dü não desdenhariam.
Uma autêntica revelação na altura e o tema responsável por todo o meu (grande) interesse pelo trabalho desta banda.

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