"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

quarta-feira, 21 de março de 2007

EM ESCUTA #7

KLAXONS
Myths Of The Near Future (Polydor, 2007)

Estariam os Klaxons longe de imaginar os equívocos que iriam gerar quando, há coisa de um ano atrás, meio por brincadeira, definiram a música que praticam como nu rave. Logo aí, a imprensa britânica tentou criar uma nova tendência musical, como se estas coisas não fossem de nascimento espontâneo.
Após umas quantas audições de Myths..., que se revela de fácil assimilação, quer pela familiaridade dos sons, quer pela curta (ainda bem!) duração do disco, podemos colocar o som dos Klaxons num limbo entre Jilted Generation e Fat Of The Land, ambos dos Prodigy, sem descair deliberadamente para a vertente techno do primeiro, nem exibir a sujidade do segundo. E as ligações à geração rave ficam-se por aqui... Além do mais, Myths... parecer ser uma obra mais destinada ao consumo de cervejola em doses industriais do que ao pastilhanço, um pouco como a miudagem de hoje.
Falando da música propriamente dita, pode dizer-se que estamos perante um disco funcional que de certeza irá durar mais do que uma estação. A aura futurista e misticista exibidas tanto no nome do disco, como na maioria dos temas, também ajuda a criar um certa curiosidade. Pena foi que a vertigem do excelente "Magick", tema que me pôs de olho nos Klaxons, não tivesse sequência de monta na estreia em formato grande. Dado o potencial comercial entretanto alcançado, a produção do álbum parece mais comedida e a jogar pelo seguro, ao ponto de algumas temas, como o mais recente single "Golden Skans", aparecerem embrulhados num certo glamour, nitidamente a piscar o olho a públicos mais fashionistas.
Não apresentado neste debute a obra que vai salvar a pop britânica, os Klaxons têm aqui um disco que não envergonha, ao mesmo tempo que exibem uma ligeira postura arty despretensiosa que só lhes fica bem.
(Pode ter sido impressão minha, mas num momento ou outro, ouvi ecos do disco de estreia dos Franz Ferdinand... se é que isso interessa...)

1 comentário:

O Puto disse...

Por acaso acho o disco bem engraçado, com a tal postura despretensiosa, as referências literárias, os temas catchy nem sempre óbvios e os jogos de voz.