"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

quarta-feira, 14 de março de 2007

THE CONNECTION WAS MADE

Alguns anos antes de os Liars terem dado o pontapé de partida para a interminável recuperação da música do período post punk, já os londrinos Elastica tinham descoberto o filão desse período de ouro da música popular.
Incluídos no caldeirão do brit pop que em meados da década passada ditava regras, os Elastica não exibiam qualquer apego às lendas dos sixties como muitos dos seus contemporâneos, antes preferindo prestar homenagem àqueles que, no final da década seguinte, tinham aberto novos mundos à experimentação e ao conceito do it yourself. No entanto, os nomes que evocavam não eram aqueles que tinham uma pulsão dançante mais vincada, mas antes a facção mais arty da coisa: Wire e The Fall. A reverência era tal que, "Connection", a sua canção mais conhecida, pilhava descaradamente "Three Girl Rhumba" dos Wire, o que lhes valeu uma acusação de plágio por parte dos elementos da mítica banda.
"Connection", "Waking Up", "Stutter", "Line Up" e "Car Song" serão apenas os exemplos mais evidentes de mestria encontrados no álbum homónimo da estreia lançado em 1995, do qual poderiam ter sido extraídos tantos singles quantos os temas do disco, tal a homogeneidade exibida.
Depois de um período conturbado, no qual Justine Frischmann exerceu cada vez mais o controlo da banda, e em que se registaram as saídas de Annie Holland e Donna Matthews (a outra força criativa), era lançado finalmente The Menace (2000), segundo e derradeiro disco dos Elastica. Obra assombrada pelo fim da relação amorosa de Frischmann com Damon Albarn (Blur), The Menace revelou-se um disco mais confessional e experimental que o seu antecessor. Pontos altos são o intimismo sussurado de "My Sex" e a colobaração do herói Mark E. Smith (The Fall) em "How He Wrote Elastica Man", versão adulterada de um tema do próprio ao qual os Elastica foram buscar o nome de baptismo. Após o relativo fracasso deste seu segundo lançamento a banda comunicava o cessação da actividade em 2001.
Para todos aqueles que hoje veneram Yeah Yeah Yeahs, Giant Drag ou The Long Blondes, Elastica é um disco obrigatório.

3 comentários:

O Puto disse...

Para mim é um dos melhores discos da década de 90.

M.A. disse...

Hello Puto!
Também partilho dessa opinião.

Abraço.

O Puto disse...

Só uma curiosidade. O baterista (ou ex-baterista) dos Elastica é parecido com o Damon Albarn, principalmente nessa foto.