Como sabem os entendidos na matéria, o pioneirismo da torrente indie-pop proveniente da Nova Zelândia há mais de três décadas, intimamente ligada à Flying Nun Records, pertence a bandas como Toy Love, Tall Dwarfs ou The Clean. Porém, não estaremos a ser injustos ao eleger como nome mais representativo daquilo que é muitas vezes designado como Dunedin Sound os The Chills. Na realidade, esta entidade criada em 1980 mais não tem sido do que Martin Phillips, variando na companhia consoante aqueles que estiverem disponíveis nas espaçadas interrupções do exílio, em muito provocado por uma longa dependência narcótica. Desde então, a chancela The Chills, que não dava sinais de vida há quase uma década, rendeu apenas três álbuns, outros tantos EPs, e mais de duas mãos cheias de singles. É pouco, é certo, mas muito se vos disser que esta parca produção contém pérolas pop em maior número que muitos catálogos de gente madura habituada ao ritmo das edições bianuais.
Neste contexto, é com incontida emoção que é recebida junto dos adeptos POP, facção indie, a notícia de uma nova edição dos The Chills. Mesmo tratando-se apenas de um single com selo da Fire Records, editora responsável por algumas alegrias recentes através do que melhor se vai fazendo nas antípodas. Mas que single, meus caros! Sem qualquer ponta de exagero, e consciente da emotividade do momento, elevaria este novo tema ao nível da alquimia pop dos eternos "Pink Frost" (1984), "Wet Blanket" (1988), ou "Heavenly Pop Hit" (1990). Como poderão constatar mais abaixo, permanecem intactas todas as marcas identitárias do "som The Chills", i.e., sunshine pop intemporal de travo agridoce, desta feita adornada pela elegância das cordas. Agora é cruzar os dedos para que o álbum não tarde. E, já agora, porque não alguém aproveitar a saída do casulo para trazer Martin Phillips & C.ª a essas primaveras da vida?
"Molten Gold" [Fire, 2013]
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