"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Trigémeos

















Já começam a faltar as palavras para o elogio a Ty Segall, em definitivo o wunderkind da nova safra garage-pop de cariz lo-fi que tem brotado, essencialmente, da Califórnia, mas também um pouco do resto do território dos states. Além de talentoso e conhecedor do legado rock, e apesar da sua tenra idade, é também um puto altamente produtivo. Só neste ano já nos deu Hair, o disco em colaboração com White Fence com uma abordagem ao psicadelismo num regime quase jam, e Slaughterhouse, álbum gravado com a sua banda de palco no qual mostra devoção pelo história do hardcore e de algum rock mais duro.

Faltava apenas o disco exclusivamente em nome próprio, lacuna colmatada com a edição de Twins, que já roda por aqui há coisa de um mês. Neste que já é o seu sexto álbum, se contarmos apenas os da discografia "linear", Segall prossegue a aproximação a um formato convencional de canção, iniciada no anterior e excelente Goodbye Bread (2011). Para trás ficaram já os esboços de canções envoltos em ruído de outrora. Mas, como é seu hábito, ainda investe em força no fuzz, numa dúzia de temas maioritariamente curtos que percorrem os mil e um géneros pelos quais sente afinidade. Assim, não é de espantar que, a um tema de inspiração glam, com voz em falsetto e tudo, suceda uma descarga de sujidade garage, ou que a um outro de inflexão jangle-pop se siga uma balada lisérgica. Como os amigos são para as ocasiões, é num tema de estirpe praticamente incatalogável que Brigid Dawson, dos aliados Thee Oh Sees, dá uma preciosa ajuda:

 
"The Hill" [Drag City, 2012]

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